10

278 46 111
                                    


6 meses depois

Meu namoro à distância funcionava bem. A saudade era um tempero a mais na nossa relação. Depois de ficar uma ou duas semanas inteiras sem ver o meu lindo e maravilhoso namorado, quando nos encontrávamos era só alegria e tesão.

Amaury se mostrou ser uma pessoa para além do que eu imaginava. Ele simplesmente era incrível como pessoa e como artista, chegava a ser transcendental. Eu o admirava demais.

Eu ainda não tinha conseguido um trabalho para poder finalmente me mudar para a capital, mas seguia tentando. Sou brasileiro, não desisto nunca, foi assim que consegui meu namorado gostoso. Imagina se eu tivesse desistido, teria sido a pior burrada da minha vida.

Apesar de não desistir, a busca sem sucesso me frustrava. Tinha dias que eu ficava muito triste, eu só queria poder ficar perto do meu namorado, conseguir ver ele sem precisar pegar quase duas horas de estrada ou ele ter que fazer esse trajeto de carro depois de uma semana inteira de trabalho.

Depois de Amaury insistir muito, eu fui passar uma semana na casa dele. Era bom dormir juntos, às vezes tomar café juntos e ver ele chegar todos os dias com um sorriso lindo para mim.

Amaury nunca me escondeu, ele só não falava sobre a vida pessoal dele, sempre foi assim. As últimas entrevistas sempre especularam um romance, mas nunca citaram com quem. Inclusive, devido à insistência ele já respondia dizendo que não estava mais solteiro, que estava apaixonado e amando demais, porque ele não sabia amar pouco.

Eu ficava tão feliz quando lia essas entrevistas. Sempre era bom ver ele falando que estava apaixonado, porque eu sabia que era por mim. Nunca me importei se ele falava quem eu era ou não, simplesmente não importava, de verdade.

Durante a semana que fiquei na casa dele, fizemos muitas coisas. Mesmo muitas vezes chegando cansado em casa, ele sempre queria fazer algo comigo.

Fomos ao cinema, a restaurantes, a espetáculos de teatro. Pude acompanhá-lo em uma sessão de fotos e assistir A Luta mais uma vez, só que dessa vez sem meu desmaio no final.

Uma coisa importante sobre Amaury é que ele sempre fazia minhas vontades, mesmo que às vezes fosse algo estranho.

Na semana que passei em sua casa, em um certo dia saímos para jantar e quando voltamos estava chovendo muito. Eu queria tomar banho de chuva, foi uma vontade que veio assim, do nada, eu só quis.

— Amor, quero tomar banho de chuva. Vamos?

— Agora, meu bem? Assim do nada? A gente tá na rua.

— Sim. Encosta, eu vou descer.

— Diego, você é louco?

Ele sabia que eu era. Quando vinha umas vontades assim eu fazia, independente dele me acompanhar ou não, mas ele sempre se surpreendia.

Amaury parou, destravou as porta e eu desci. Fiquei de braços abertos recebendo os pingos de chuva. Não havia ninguém por ali, apenas alguns carros passando e eu o chamei. Não precisei insistir muito para que ele saísse do carro, provavelmente ele reclamaria no dia seguinte, mas na hora ele só cedeu.

Nos molhamos com aquela chuva, beijamos e o fiz dançar coladinho comigo. Alguns carros que passavam buzinavam, porém não nos importávamos, estávamos dentro da nossa pequena bolha.

Chegando em casa ele pediu para que eu tirasse logo a roupa para não correr o risco de pegar um resfriado. Eu obedeci também, pois se ele fazia o que eu peço, eu acabava fazendo o que ele pedia.

Meu Ébano | Dimaury Onde histórias criam vida. Descubra agora