CAP 2

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Como moro no final da cidade, demorei para chegar, tanto por conta da distância quanto por conta da dor no corpo causada pela agressão de Noah.

Ao chegar, percebi que estava 25 minutos atrasada em relação ao horário normal. Geralmente, chego em casa às 12:35 ou 12:40, mas hoje cheguei às 13:05. Sei que meus pais não estão em casa e que hoje é meu dia de limpar e cozinhar. Então, apenas deixei minhas coisas no quarto e fui fazer a faxina. Como a casa não é muito pequena, levo cerca de 2h30min para limpar tudo, mas hoje levei 3h. Quando terminei, fui direto para a cozinha adiantar o jantar, já que hoje também teremos visita. Preparei lasanha, arroz de forno e um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. E a melhor coisa que meu pai comprou aqui para casa foram 2 fornos, mas obviamente que ele só fez isso depois de mim e da minha mãe reclamarmos que às vezes não dava tempo de assar todas as coisas. Coloquei tudo no forno e fui ver o que mais tinha para fazer. Quando terminei, já eram 18h32, então fui tomar banho e me arrumar. Quando estava saindo da cozinha para ir para o quarto, encontrei minha mãe com algumas sacolas na mão e meu pai logo atrás com mais sacolas, sendo que uma delas tinha um grande frango assado.

-"Oi mãe, oi pai, querem ajuda?" - perguntei indo em direção a eles.

-"Oi filha, não precisa, meu amor" - disse o meu pai com um sorriso, passou por mim, deu um beijo na minha testa e foi para a cozinha arrumar as coisas.

-"Meu amor, você já fez coisas demais hoje, vai lá se arrumar e tomar seu banho, enquanto o seu pai arruma as coisas" - minha mãe sorriu para mim enquanto colocava as coisas na mesa e meu pai olhou para minha mãe com cara de assustado, o que me fez rir.

-"Tá bom mãe, vou tomar banho rápido, me arrumar e já venho te ajudar, pai" - falei para os meus pais, nem esperei a resposta deles e fui tomar banho e me arrumar.

Quando estava tomando banho, reparei que eu tinha algumas marcas roxas no meu ombro e no meu braço. Minha sorte é que esfriou um pouco, mas não tanto, mas dá para usar alguma roupa que tenha manga comprida, e eu tenho a roupa certa para isso, o meu vestido de manga fina. Saí do banho, me troquei, me arrumei e fui até a sala de jantar. Quando cheguei, minha mãe estava terminando de colocar as coisas na mesa, então fui ajudar.

-"Que bom, querida, que você já terminou. Vamos terminar de arrumar aqui enquanto o seu pai toma banho e se arruma" - disse minha mãe, me entregando os talheres para arrumá-los na mesa.

-"Aliás, mãe, quem está vindo para jantar aqui em casa?" - perguntei, olhando para ela curiosa, com os últimos talheres na mão.

-"Ah, não te falei? São os Spinster" - disse minha mãe com um sorriso para mim.

Na mesma hora que ela me falou, eu congelei e acabei deixando os talheres cair no chão, e logo depois recobrei a consciência.

-"Nossa filha! Você está bem?" - perguntou minha mãe, vindo em minha direção com passos um pouco apressados.

-"Ah, tô sim, só estou um pouco cansada e meio desastrada hoje" - disse, recolhendo os talheres que tinham acabado de cair de minhas mãos.

Eu não estava pronta para encarar o Arthur hoje novamente, principalmente depois do que aconteceu. Eu não tinha sanidade para isso. Mas para não parecer estranho, vou ter que fingir que está tudo certo para ninguém notar.

-"Eu sei, querida, mas aguenta mais um pouco, até depois do jantar, tá bom? E toma mais cuidado, meu bem" - disse minha mãe, acariciando meu cabelo.

-"Tá bom, mãe" - sorri para ela e coloquei os últimos talheres na mesa.

Minha mãe saiu da sala de jantar indo para a cozinha, aparentemente buscar o frango. Eu ainda não acreditava que o Arthur iria vir jantar aqui em casa depois de 3 anos.

Eu estava perdida em meus pensamentos, quando ouço a campainha tocar.

-"Filha, vai lá atender, por favor, enquanto eu pego o resto das coisas" - disse meu pai passando por mim enquanto minha mãe entrava na cozinha ajeitando o frango na mesa.

-"Tudo bem" - falei um pouco desanimada e fui atender a porta, quando abro a porta dou de cara com os pais de Arthur.

-"Ah!, oi laurrye, tudo bom?" - disse a mãe de Arthur enquanto me abraçava.

-"Oi, tudo sim" - retribuí o abraço da mesma, que logo se afastou e entrou.

-"Olá laurrye" - disse o pai de Arthur, enquanto me cumprimentava.

-"Oi" - cumprimentei timidamente, dando um sorriso fraco. Logo em seguida, ouvi gritinhos de alegria vindos da minha mãe e da mãe de Arthur, e logo o pai de Arthur entrou.

Quando Arthur entrou, fiz questão de desviar o olhar enquanto ele passava por mim. Fechei a porta e fui em direção à sala de jantar. Ao passar pela sala, vi Arthur me encarando pela minha visão periférica, mas ignorei e continuei a caminhar em direção à sala de jantar. No entanto, decidi ir à cozinha para beber água. Depois de beber dois copos de água, estava prestes a virar para ir em direção à sala de jantar quando fui encurralada por Arthur na bancada da cozinha.

-"Não fale mais com os amigos, Rye" - disse Arthur, segurando minha cintura e pressionando contra a bancada.

Odeio que ele me chame assim depois do que ele fez, odeio que ele me chame assim como se não tivesse acontecido nada. Ele se aproximava cada vez mais do meu rosto, quando ele estava quase me beijando, minha mãe grita da sala de jantar para irmos comer. Arthur se afastou de mim e foi para a sala de jantar, aparentemente irritado, eu só não entendia o porquê. Logo depois, fui para a sala de jantar e só tinha um lugar na mesa, do lado do Arthur. Sentei ao seu lado e deixei todos se servirem primeiro. Quando todo mundo se serviu, chegou a minha vez. Me levantei um pouco da cadeira, inclinando um pouco para pegar a lasanha. Uma coisa que esqueci de mencionar sobre esse vestido é que não o uso desde os meus 13 anos, eu acho. Então, ele está um pouco curto talvez, e talvez eu só tenha percebido quando sentei e olhei para a cara do Arthur.

Depois da janta, a minha mãe e a mãe do Arthur me impediram de ajudá-las, então fui para o meu quarto. Quando passei pela sala, vi meu pai, Arthur, e o pai de Arthur conversando. Quando cheguei no meu quarto, fechei a porta atrás de mim e me joguei na cama.

Alguns minutos depois, ouvi batidas na minha porta. Achei que era a minha mãe, mas quando abri a porta, me deparei com Arthur, que me encarou por alguns segundos antes de me empurrar de volta para dentro do meu quarto e me prensar contra a parede.

-"O que você está fazendo?" - perguntei a ele enquanto ele passava a mão pela lateral do meu corpo, parando na minha cintura e me prensando contra a parede.

-"Laurrye, eu precis-" - A fala de Arthur foi interrompida pelos gritos de seus pais o chamando. Ele me encarou e foi até a sala, e eu fui logo atrás dele.

-"Filho, precisamos ir, sua avó piorou" - disse o pai de Arthur. Foi quando Arthur olhou para mim e depois voltou a olhar para o seu pai. A avó de Arthur foi diagnosticada há algum tempo com câncer, pelo menos foi o que a minha mãe me falou uma vez que ela estava conversando com a mãe de Arthur.

-"Tá bom, pai." - Depois disso, todos se despediram, até que Arthur veio se despedir de mim e falou discretamente no meu ouvido

-"A gente precisa conversar, e desculpa por mais cedo. E por favor, não fala para ninguém sobre nada" - disse ele, se afastando. Concordei com a cabeça e logo eles foram embora. Fui para o meu quarto me trocar. Quando terminei de me trocar, fiquei pensando no que aconteceu essa noite. Será que ele estava falando sério ou estava querendo me machucar de novo? Será que isso é um plano da Noah? Não sei, mas vou dar o benefício da dúvida para o Arthur, vou dar essa chance para ele. Enquanto estava perdida em meus pensamentos, acabei dormindo.

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⏰ Última atualização: Oct 12 ⏰

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