Chocolate ℙ𝕣𝕖𝕥𝕠 e 𝔹𝕣𝕒𝕟𝕔𝕠(toshi x raviel)

Capítulo 1: o encontro dos sabores

꩜ .ᐟ

Raviel nunca gostou de cafés barulhentos, mas naquela tarde fria, era o único lugar aberto próximo ao trabalho. O cheiro de café forte e o calor das pessoas ao redor não o agradavam. Ele se sentou num canto, próximo à janela, com um livro nas mãos, como sempre fazia para isolar-se do mundo. Sua aparência destacava-se de maneira imponente: pele escura como chocolate amargo, um contraste impressionante com seus olhos amarelos, que pareciam conter segredos guardados em camadas profundas de introspecção.

Enquanto folheava as páginas, o som de uma risada alta e contagiante chamou sua atenção. Ele ergueu os olhos e viu um jovem de pele clara, quase tão branca quanto o nome que usaria para descrevê-lo: Toshi. O rapaz estava junto ao balcão, insistindo com a atendente para preparar algo que não estava no cardápio – "chocolate branco quente".

– A gente não serve chocolate branco assim, senhor, – a atendente repetia, um tanto impaciente.

Mas Toshi não desistia, sua energia parecia ilimitada. Com um sorriso no rosto e uma piada aqui e ali, ele continuava a conversa, sem demonstrar qualquer sinal de frustração. Raviel, intrigado, não conseguia desviar o olhar. Havia algo nele – uma luz, uma leveza que contrastava fortemente com sua própria escuridão.

Após alguns minutos, Toshi finalmente conseguiu o que queria. Chocolate branco em uma xícara, quente e doce, exatamente como ele havia imaginado. Satisfeito, ele virou-se para procurar uma mesa. Ao cruzar o olhar com Raviel, sentiu uma pontada de curiosidade.

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– Gosta de chocolate? – Toshi perguntou, indo direto ao ponto, como sempre fazia.

Raviel fechou o livro devagar e levantou o olhar para Toshi, sua voz saindo calma e profunda.

– Depende do tipo, – ele respondeu.

– E qual seria o tipo? – Toshi sorriu, claramente interessado.

– Amargo, – Raviel respondeu, um leve sorriso surgindo no canto de seus lábios.

Toshi soltou uma risada genuína.

– Claro que seria, – ele disse, sentando-se sem sequer pedir permissão. – Eu sou o contrário. Chocolate branco, doce demais pra alguns, mas perfeito pra mim.

Raviel observou o movimento rápido de Toshi, o jeito como ele falava sem pensar, tão diferente de si. Eles ficaram em silêncio por um momento, uma pausa que parecia carregar a tensão de dois mundos opostos se reconhecendo pela primeira vez. A conversa continuou leve, com Toshi fazendo perguntas diretas e Raviel respondendo de maneira enigmática.

Mas o que Toshi não sabia era que, naquele breve encontro, algo mais havia de acontecer...

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