𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 04-𝐀 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐌𝐮́𝐬𝐢𝐜𝐚

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Eu bebi um pouco com Charles,ele era tão gentil,nem parecia com os outros caras babacas da escola.

Sentamos em um sofá de dois lugares,que ficava na área fora da casa,lá nos fundos.

Ele bebeu o último gole da segunda latinha,e a soltou no chão.

-O céu tá lindo hoje não acha!?

Fitei ele,enquanto ainda bebia,então encarei as nuvens.

Elas pareciam objetos quebradiços suspensos no ar.E ao redor estava cheio de pequenos brilhos,eram as estrelas que iluminavam o acinzentado do céu.

-Pois é.-Respondo.

Ele solta um sorriso malicioso.

-Mas elas não são nada,comparado ao seu brilho.

Não consigo me conter e acabo soltando uma gargalhada.

Charles ficou todo sem jeito,então notei que ele ficou vermelho de vergonha.

Olhei bem no fundo de seus olhos.

-Essa cantada já tá bem manjada bonitão.

Ele faz cara de bobo e ri também.

-É...tem razão,desculpa,é que eu-

-Achou que eu era igual as outras garotas não é!?-Interrompo-o.

-O quê?Não,claro que não...!

-Escuta Charles,você é um cara gente boa e tals,mas voçê namora a Miuber,e eu nem sei por que está tentando flertar comigo.

Ele aproxima seu corpo do meu,em forma de uma desculpa desesperada.

-Eu e a Miuber não estamos mais juntos,e....bom,eu sempre te admirei sabe!?Voçê tem algo que me atrai.

-Ata,vou fingir que acredito nisso.-Respondo então imediatamente olho para o céu outra vez.

-Quer uma prova?-Diz ele.

Quando viro meu rosto,os lábios dele se grudam nos meus,e sou completamente dominada por um sentimento forte,como um imã.

Ele me pegou de surpresa admito,mas ele beija muito bem,eu não consegui evitar,apenas aceitei e retribui.

Eu só não sabia,que do outro lado do quintal,um jovem triste e tímido observava tudo em sigilo,e que agora,seu coração poderia estar partido.

A conversa com Charles fluiu muito bem,até que pedi licença para ir até o banheiro,que ficava no andar de cima.Quando terminei de subir as escadas,segui pelo corredor iluminado,vários garotos e garotas estavam aos amassos no meio do caminho.Entrei e fechei a porta.

Me encarei no espelho,o banheiro parecia bem limpo e cheiroso.Pelo menos o Charles era bem higiênico.Eu tinha acabado de beijar um dos caras mais gatos da escola,mas por que eu não me sentia tão realizada com isso?

Enfim,fiz minhas necessidades,lavei as mãos na pia,e comecei a procurar por uma toalha,puxei a primeira gaveta e nada,puxei a segunda e derrubei sem querer um pacote de G2.

Por um segundo meus olhos congelaram.Peguei o pacote com cuidado e encarei as lâminas que refletiam a luz da lâmpada.

Minha mente voltou ao passado,mais necessariamente,para cinco anos atrás,encarei meus pulsos,então guardei uma das giletes em minha bolsa e me retirei dali rapidamente.

Desci as escadas disfarçadamente,e quando noto,ao longe,vejo ninguém mais ninguém menos,que Vincent,ele estava sozinho no canto da sala,olhando para a janela,fingindo não notar as diversas pessoas dançando e se divertindo.

Eu sorri sem nem perceber e fui até ele,passei esbarrando em alguns,e empurrei outros,até chegar nele.Cutuquei o mesmo na barriga,e ele deu um salto se assustando.

-Que que foi isso???-Sua expressão de surpresa,desapareceu em um segundo,e fui iluminada pelo seu mais belo e sincero sorriso.

-Quem diria,o Sr.Vincent Zanatta em uma festa?Achei que os nerds preferissem ficar em casa estudando.

-Bom,eu também achava isso,mas meu primo insistiu demais,e acabei cedendo,bom....e agora estou aqui.

Olho em volta,até que a música lenta e chata para,e dá espaço para uma ainda mais linda e romântica.

Era 𝐒𝐢𝐠𝐧 𝐎𝐟 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐢𝐦𝐞 (𝑯𝒂𝒓𝒓𝒚 𝑺𝒕𝒚𝒍𝒆𝒔),eu comecei a vibrar de euforia,eu amava demais aquela canção.Agarrei o braço dele e o puxei comigo para o meio da sala,onde todos já se preparavam para começar a dançar.

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-Vamos lá,hora de mexer o esqueleto!-Seguro as mãos dele.

-Que..???Mexer o esqueleto?Quer dizer dançar?-As mãos dele estavam trêmulas.

-Isso mesmo,qual é a graça de vir aqui e ficar olhando os outros se divertirem?-Solto uma piscadela.

-Ma...Mas eu não sei dançar Annes!

-E você acha que eu sei?

-Bom...você me puxou aqui,e agora?

Solto as mãos dele,e gesticulo os dedos,então começo a fazer movimentos totalmente aleatórios com os braços,em seguida com as pernas.Ele fica só me encarando,enquanto tentava segurar o riso.

-Isso é dança?-Pergunta.

Seguro a mão dele outra vez,porém,agora me aproximo um pouco mais.Nossos corpos ficam bem perto.

-Eu tô passando uma vergonha terrível aqui Vinci,então vê se não me abandona logo agora.

Ele respira fundo,e de repente começa a tentar imitar os meus movimentos estranhos.

Eu comecei a gargalhar,e nem reparei nas pessoas que nos olhavam sem entender nada.

Pulamos,giramos,cantamos,rimos,e no final da noite,éramos apenas estranhos fazendo uma dança estranha.

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𝗥𝗼𝘀𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗦𝗮𝗻𝗴𝘂𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora