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Estou aqui, cercado por perfumes baratos e risos vazios, no meio desse bordel decadente que eu tanto frequento

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Estou aqui, cercado por perfumes baratos e risos vazios, no meio desse bordel decadente que eu tanto frequento. Mas hoje, nada parece me satisfazer. As mulheres à minha volta tentam me agradar, mas o que elas não entendem é que não estou interessado nelas. Não, meu pensamento está longe, muito longe daqui. Está nela.

Aquela mulher... Ela tirou minha paz. E o mais absurdo é que nem sei como conseguiu isso. Ela, com suas respostas curtas, sempre debochada, nunca se importou em tentar me agradar. Aquela baixinha nervosa que parece estar sempre disposta a brigar. Quando eu tento me aproximar, ela me olha com um olhar que poderia matar - se não fosse pelo fato de que isso só me deixa mais fascinado.

Eu me lembro da primeira vez que a vi se irritar comigo. Seu rosto ficou vermelho, os olhos faiscavam de raiva, e tudo o que eu consegui fazer foi sorrir. Senti algo ali, uma faísca que não se apagou. Cada vez que a vejo irritada, sinto como se o mundo parasse por um momento, e tudo o que eu quisesse fazer fosse provocá-la ainda mais, só para ter o prazer de ver aquela expressão novamente.

Eu, Jhope, um homem que sempre teve o controle de tudo e de todos, agora estou aqui, sendo consumido por essa obsessão. Um desejo que me corrói, uma vontade insana de quebrar a muralha que ela ergueu ao redor de si mesma. Eu quero ela para mim. Quero ser aquele que a faz perder o controle, assim como ela faz comigo. E é justamente essa resistência dela que me atrai. Ela não se dobra. Ela não se rende. Ela é um desafio que eu nunca pensei que enfrentaria.

As mulheres daqui não entendem por que não conseguem minha atenção hoje. Não conseguem entender que, mesmo estando cercado por corpos disponíveis, minha mente está fixada naquela mulher que não posso ter. E é exatamente isso que me mantém acordado, que tira minha paz. Porque, pela primeira vez, eu quero mais do que a conquista. Quero domar essa fera indomável, e, ao mesmo tempo, ser domado por ela.

E enquanto estou aqui, perdido nesses pensamentos, tudo o que eu posso fazer é me perguntar se algum dia ela vai se render a mim... ou se, no fim das contas, sou eu quem acabará se rendendo a ela.

Subo as escadas estreitas do bordel, guiado por Mirae, minha acompanhante fixa. Já faz três anos que ela está comigo, sempre disposta a me dar o que eu preciso. Sei que ela quer algo mais, quer que eu a assuma de vez, mas o que posso oferecer a alguém? Desde criança, não sei o que é amor. Nunca aprendi a sentir isso por ninguém. Eu sempre fui movido por instinto, por sobrevivência. E ela sabe disso, mesmo que nunca o aceite completamente.

Mirae me leva até um quarto e fecha a porta atrás de nós. Ela me observa enquanto eu me sento na beirada da cama, silencioso, perdido em meus pensamentos. Seus olhos são afiados, esperançosos, mas eu não consigo corresponder a esse olhar. O máximo que ela tem de mim é essa presença física.

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