**No dia seguinte**
Passei a aula inteira refletindo sobre como iniciar a redação e, após o término das aulas, dirigi-me ao parque para começar a escrevê-la antes do trabalho. Iniciei com algo profundo e poético, mas, ao me perder nos pensamentos, avistei Luna se aproximando. Sou obcecado por ela, mas parece que, quando minha mente está ocupada, o universo a traz novamente para perto de mim.
- Veja só quem está me espionando outra vez - disse Luna.
- Em minha defesa, eu já estava aqui. Pelo que parece, você é quem está me vigiando agora - respondi.
- Até parece que eu tenho tempo para você - replicou ela.
- Deve ter, já que está me observando da sacada - retruquei.
- Só queria ver se você estaria me observando. Garanto que, se estivesse com outro cara, você estaria lá me vendo - declarou Luna.
- Mas é claro que eu estaria olhando; é impossível não escutar você gemer - respondi.
- Vem cá, por que você é tão obcecado assim por mim? - perguntou ela.
- Você só pode estar brincando, né? Não está óbvio? Eu gosto de você, Luna - confessei.
- E gosta como? - indagou Luna, aproximando-se de mim e me encarando intensamente.
- Eu quero te ver jogada em meus braços; quero sentir você por completo - respondi, cheio de vergonha, mas aliviado por desabafar.
- Ah é? Me quer tanto assim, idiota? - perguntou Luna.
- Você está me chamando de quê? - indaguei.
- Não ouviu? Te chamei de idiota - respondeu ela, colocando os braços em meus ombros.
Nesse instante, já não sabia mais onde aquilo iria parar; senti o calor percorrendo meu corpo. Nunca havia experimentado essa sensação. O prazer de ter Luna tão perto do meu rosto e tocando-me fez meu coração acelerar.
- E o idiota pode te beijar? - perguntei audacioso.
- Quem sabe mais tarde, idiota - falou Luna, soltando-se de mim.
Ela virou as costas e foi embora como se nada tivesse acontecido. Por pouco não a beijei desta vez. Contudo, assim como ela deixou em mim um desejo intenso, eu não deixaria barato. Passei o trabalho inteiro pensando em seu perfume e em seus olhos cor de mel. A cada hora, precisei colocar a mão em meu órgão genital para que os clientes não percebessem minha excitação. Ao chegar em casa, fiz a rotina habitual: comi, tomei banho e minha mãe saiu para trabalhar. Eu deveria olhar minha avó dormir, mas aproveitei para ir até minha sacada. Ao chegar lá, não esperava que Luna estivesse em sua sacada me observando apenas de calcinha, sutiã e um roupão transparente e delicado.
- Bela noite, né? As estrelas estão lindas - comentou Luna ao me olhar.
- Não só o céu pelo visto - respondi envergonhado.
- Gostou da vista? Aproveita enquanto pode - respondeu ela.
Naquele momento fiquei paralisado apenas admirando suas curvas através do roupão. Mais uma vez senti o calor invadir meu corpo e comecei a ficar excitado novamente.
- Acho que já vou dormir; pelo jeito você está bem animado - disse Luna.
- Não sei o que você quer dizer - indaguei.
- Mais tarde você entenderá - respondeu Luna misteriosamente.
Ela entrou em seu quarto e fechou a porta; ainda com as cortinas abertas, tirou o roupão de costas e quando se virou fechou as cortinas lentamente, me provocando. Estava extremamente excitado e fechei minha porta antes de ir deitar. Os dias se passaram e depois disso não vi mais Luna em lugar algum. Até que sexta-feira chegou e minha redação estava pronta.
*Sexta-feira*
- Muito bem! Agora que os três estão aqui, irei recolher e avaliar cada redação. Obrigada; podem ir para suas salas - disse a diretora aos três alunos que apresentaram suas redações.
Fui para a minha sala pensando na possibilidade de não passar. As duas redações estavam incríveis; uma delas falava especificamente sobre desigualdades sociais. Qual era minha chance comparada àquilo? Segui com minha rotina habitual após as aulas e enquanto estava deitado em meu quarto (já à noite), mexendo no celular, percebi que a luz do quarto de Luna estava acesa. Rapidamente lembrei das vontades que ela despertou em mim e decidi retribuir. Arrumei-me rapidamente, peguei uma escada e saí de casa. Fui até a casa da Luna; como o muro não era muito alto consegui facilmente pular e usar a escada para alcançar a sacada do seu quarto. Ao chegar lá, bati na porta e esperei ansiosamente. Quando ela abriu, ficou espantada e sem reação.
- Surpresa? - perguntei sorrindo maliciosamente.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou Luna gaguejando.
- Vim te ver ué! - respondi com confiança.
Fechei a porta atrás de mim e empurrei Luna na cama; inclinei-me sobre ela e aproximei-me do seu pescoço. Sem hesitar comecei a beijá-la enquanto descia pelo seu corpo todo. Com cuidado tirei seu vestido de dormir deixando-a apenas com calcinha e sutiã.
- Posso? - perguntei suavemente.
- Pode - disse Luna gaguejando nervosamente.
Comecei a tirar seu sutiã enquanto me aproximava do seu rosto para beijá-la; mas antes que ela pudesse reagir eu me afastei abruptamente, deixando-a na expectativa.
- Vai ter que ficar na vontade dessa vez - declarei provocadoramente para Luna.
- Vai se ferrar idiota! - exclamou ela indignada.
Saí do quarto dela rapidamente, desci pela escada e fui para casa. Rezei para que ninguém da família dela tivesse visto nas câmeras antes de finalmente ir dormir.
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Amor Memorial
RomanceO que é o amor? Uma questão tão complexa quanto fascinante, que pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. Sua essência parece flutuar entre a luz e a sombra, dependendo do ponto de vista de quem o observa. A intensidade com que amamos, as inten...