𝑯𝒆𝒔𝒊𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒆𝒍𝒂𝒓

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Stefany Martins

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Stefany Martins

Era domingo de manhã, o dia mundial da preguiça. Ao menos era assim que eu costumava chamar. Acordei naquele dia diferente da manhã anterior: menos ansiosa e mais centrada. Acho que Gabriela também havia notado minha mudança, pois me analisava de vez em quando, sem perceber.

Eu definitivamente não estava ignorando-a, mas a tratava com um pouco de indiferença, algo que eu não fazia antes. Eu não queria castigá-la ou deixá-la se sentir mal, mas precisava pensar um pouco em mim e nos meus sentimentos. Não era justo eu me doar tanto para alguém que não estava disposta a fazer o mesmo. No entanto, eu ainda adorava sua companhia, suas piadas bobas, sua voz rouca e até mesmo seus suaves roncos perto do meu ouvido. Eu sentiria falta dela, definitivamente sentiria, mas estava tudo bem, porque desde o começo eu já sabia de sua partida. Tudo o que me restava era aproveitar a minha fanfic sendo realizada, certo? Mesmo que, possivelmente, não houvesse um "felizes para sempre".

Ela ainda não tinha tido coragem de tocar no assunto da praia, mas eu sentia que logo o faria. E ela o fez, enquanto tomávamos o café da manhã preparado por ela mesma.

— Eu preciso saber... — disse ela, repousando a xícara de café no jogo americano sobre a mesa de vidro. Ela estava inquieta desde que acordamos, sempre enrolando demais para falar ou comer algo do seu prato. — Nós... estamos bem? Digo, aquilo que rolou na praia ontem...

— Aquilo? — fiz-me de desentendida e continuei bebericando o meu frappuccino de avelã.

— Quando eu não consegui dizer o que éramos. — respondeu depois de um longo suspiro. Apesar de visivelmente desconfortável, manteve seus olhos nos meus, observando cada reação minha.

— E o que somos, Gabriela? — minha pergunta a surpreendeu. Seus olhos saltaram levemente, e suas mãos dançaram em cima do tampo de vidro.

— Eu não sei, Stef. E-eu... — gaguejou, e eu assenti com a cabeça, um pouco desapontada com sua falta de resposta. — Quer dizer, isso é bem confuso. Você concorda?

— Em partes, sim. — disse, simples.

— Eu gosto de você, Stefany. — admitiu, fazendo meu coração dar um leve sobressalto no peito. Seus olhos castanhos buscaram os meus em busca de conforto, mas eu não consegui esboçar muita coisa, a não ser surpresa. — Isso é uma certeza que eu tenho. Eu gosto de você. — repetiu, me fazendo sorrir. Ela sorriu minimamente de volta. — Mas eu vou embora, vou passar muito tempo na Itália, e não seria justo assumir um compromisso com você, não comigo estando tão longe assim.

— Não seria justo? — perguntei, tentando prolongar aquela conversa.

— É, porque você precisa de alguém que esteja ao seu lado. — suspirou pesadamente. Suas mãos subiram ao cabelo, bagunçando seus cachos, enquanto sua língua passava entre os lábios. Eu nunca tinha visto minha capitã tão nervosa daquele jeito, nem quando estava prestes a perder aquele terrível jogo contra os Estados Unidos, e, consequentemente, o sonho da tão sonhada medalha de ouro. — Você precisa de alguém que possa ficar com você quando precisar, que vigie sua alimentação, que é tão precária. — eu ri. — Que possa te expulsar da cama quando você ignora o despertador, que possa te levar ao hospital quando estiver doente, ou que simplesmente possa almoçar com você em um dia qualquer da semana. — os olhos da minha capitã se encheram de lágrimas, fazendo meu peito apertar. Tive que prender a respiração para que nenhuma lágrima ousasse cair dos meus próprios olhos. — E, infelizmente, eu não posso ser essa pessoa, Stef.

𝑬𝒎 𝑴𝒆𝒊𝒐 𝒂̀𝒔 𝓔𝓼𝓽𝓻𝓮𝓵𝓪𝓼 ✦ Gabi Guimarães Onde histórias criam vida. Descubra agora