Stef jamais pensou que pudesse se apaixonar por alguém que nunca havia visto antes, até que as Olimpíadas de Paris começaram, e junto com elas, surgiu uma paixão pela capitã da seleção de vôlei feminino, Gabi Guimarães. Mesmo frustrada por não ter s...
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Agosto de 2032
Alguns me chamam de Destino, outros até de Deus, mas o termo que mais prefiro é Universo. A maioria das pessoas tem a ideia de que tudo é predestinado, que cada linha de sua vida foi traçada antes mesmo do nascimento. E se eu lhes confirmar isso, acreditariam em mim? E se eu negar, diriam que estou mentindo?
Vocês realmente acham que Stefany Martins Guimarães ligou a televisão na transmissão das Olimpíadas de 2024 por pura coincidência? Bem no exato momento em que a capitã do time de vôlei feminino, Gabriela Braga Guimarães, fazia um belo ponto a favor de sua equipe? Logo a Stef, que nunca havia assistido uma Olimpíada sequer, por puro desinteresse, resolveu, numa terça qualquer, dar uma chance aos jogos e se deparou com o seu destino.
Gabriela, por outro lado, foi praticamente "arrastada" para aquela balada no Rio de Janeiro. Ainda um pouco abatida com seu término conturbado e com a perda da medalha de ouro, resolveu dar uma chance às suas amigas insistentes, que tentavam levantar sua autoestima. E, no meio daquela muvuca de pessoas bêbadas e dançantes, ela se deparou com o amor da sua vida, sem sequer se dar conta.
Stefany e Gabriela são o casal que mais cultivei com carinho, traçando as linhas de suas histórias e sempre tentando deixar aquele amor florescer. Mas eu, Universo, tenho um senso de humor incrível e variado, adorando pular etapas e retroceder de vez em quando, só para que as coisas aconteçam à minha maneira. O casal Stela surgiu das estrelas, brilhando desde a primeira troca de olhares e evoluindo em um amor tão intenso quanto o calor do Sol, deixando a Lua como mera figurante de suas noites.
A jovem Stefany constantemente dizia que o Universo gostava de brincar com a sua cara, sempre lhe pregando peças. Mas então eu lhes pergunto: o que seria de vocês sem mim? Digo, como haveria toda essa felicidade e amor inabalável sem as pedras que coloquei em seus caminhos? Sem que suas linhas se entrelaçassem durante todos esses anos? Sem todas as sensações e emoções que ajudei a evoluir? Raiva, amor, ódio, tristeza, nostalgia, paixão, empatia, ressentimento, perdão... Cada uma delas faz parte das histórias dos melhores casais que já existiram, iluminando amores incríveis, capazes de abalar o Universo — e, sim, me abalei muito.
Mas aqui estamos, oito anos depois do primeiro encontro, em mais uma Olimpíada, que marca a grande despedida de Gabi Guimarães. A ponteira veio se preparando intensamente nos últimos quatro anos para, aos seus 38 anos, ainda conseguir levar mais uma medalha de ouro para seu país. Gabriela estava na quadra, encarando o único empecilho para seu sonho: o time americano. Era a grande final do vôlei feminino, e o time do Brasil havia feito uma trajetória linda até aquele momento, perdendo apenas dois sets nas quartas e na semifinal. Mas aquele jogo em particular estava difícil. Mesmo tendo vencido com certa facilidade o time italiano na semifinal, as brasileiras estavam apreensivas diante da força americana.
O placar estava apertado: 2x2. Enquanto Gabriela se preparava para o tie-break, seu olhar foi em direção à torcida, onde encontrou sua mãe, Elaine, sozinha na arquibancada, sem a presença de Stef ao seu lado. Ela gesticulou para a mãe, perguntando onde sua esposa estava, mas Elaine hesitou, receosa em responder.