𝑷𝑹𝑶𝑳𝑶𝑮𝑼𝑬.

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𝑨 𝑭𝑳𝑶𝑹𝑬𝑺𝑻𝑨 𝑬𝑺𝑻𝑨𝑽𝑨 𝑺𝑰𝑳𝑬𝑵𝑪𝑰𝑶𝑺𝑨, exceto pelo farfalhar das folhas e o canto distante de pássaros noturnos

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𝑨 𝑭𝑳𝑶𝑹𝑬𝑺𝑻𝑨 𝑬𝑺𝑻𝑨𝑽𝑨 𝑺𝑰𝑳𝑬𝑵𝑪𝑰𝑶𝑺𝑨, exceto pelo farfalhar das folhas e o canto distante de pássaros noturnos. Dipper olhou para o relógio. O céu começava a clarear com o amanhecer que se aproximava, e a enorme lua, maior que o normal, ameaçava desaparecer.

- Temos que encontrar alguma coisa antes do sol nascer, Mabel. Vai ser nossa melhor chance de capturar uma foto de algum monstro!

Os gêmeos Pines decidiram levantar antes mesmo do nascer do sol para explorar as florestas de Gravity Falls e tentar fotografar algum monstro, com a esperança de ganhar o prêmio. Mabel, inicialmente estava relutante em acordar tão cedo, foi praticamente arrastada por seu irmão, que não desistiu até convencê-la. Além disso, ela mesma estava ansiosa para usar metade do prêmio na compra de uma bola de hamster em tamanho humano, que havia visto em uma revista.

- Eu sei, eu sei! Mas olha só isso, Dipper! - Mabel exclamou, desviando-se da trilha. - Não é fofo esse galho em forma de coração? Haha! - ela disse com a voz empolgada de sempre, embora se sentisse um pouco sonolenta ainda.

- Mabel, foco! - ele disse, impaciente. Dipper escutou um som que o fez congelar. Um uivo. Alto, distante, mas inconfundível. - Espera, será que isso foi um lobisomem?

- Ou talvez um cachorro gigante? Ou um lobo realmente emotivo? - Mabel brincou, sorrindo de orelha a orelha. - Vamos atrás dele, rápido!

Eles seguiram o som, mas o tempo não estava a seu favor. Quando chegaram ao local de origem, o céu já estava tingido de laranja e a lua havia desaparecido.

- Droga - Dipper murmurou. - Acho que perdemos.

- Hum, Dipper... - Mabel apontou para o chão.

Havia um garoto - ou, pelo menos, aparentava ser um garoto para os dois - deitado entre as folhas, com a pele pálida e coberta de arranhões. Ele tinha cabelos cortados bem curtos, terminando logo acima do pescoço. A tonalidade clara de seus fios destacava um pouco mais as sardas que se espalhavam por suas bochechas ensanguentadas e pelo nariz que estava do mesmo jeito. Uma cicatriz fina e ligeiramente irregular cortava seu rosto, começando próxima à sobrancelha direita e descendo pela bochecha até a região abaixo da boca, parecia ser uma cicatriz antiga.

- Quem... é ele? - perguntou Mabel, abaixando-se perto do garoto, perplexa com o estado em que ele se encontrava. Agora, notava que não apenas o rosto estava machucado, mas todo o corpo, com as roupas ensanguentadas e rasgadas.

- Eu não sei, Mabel. Nunca o vi na cidade antes! - disse Dipper, também se abaixando.

- Você acha que ele... morreu?! Ou que o lobisomem o atacou?! - ela perguntou, começando a ficar desesperada.

Sentindo o mesmo desespero crescer dentro de si também, Dipper, embora hesitante, rodeou o pulso do garoto, verificando se ainda havia batimentos.

- Ele ainda está vivo! - suspirou, aliviado.

- Dipper... ele está muito machucado! - murmurou Mabel com os olhos arregalados.

- Precisamos tirar ele daqui. Vamos buscar ajuda!

Os dois se levantaram rapidamente, trocando olhares preocupados. Mabel hesitou por um momento, como se não quisesse deixar o garoto ali, mas Dipper, apressado, puxou sua mão.

- Vamos, Mabel! Não podemos demorar!

Com passos rápidos, os gêmeos correram de volta pela trilha que haviam seguido.

Não muito longe daquela parte da floresta, uma garota de cabelos crespos, completamente desgrenhados pela corrida desesperada, aproximava-se rapidamente. Sua respiração era pesada, mas ela não parou até avistar o corpo da conhecida deitada entre as folhas.

Ajoelhando-se ao lado de Cassie, a garota tocou levemente seu rosto, na tentativa de acordá-la.

- Cassie? Cassie! - chamou, a voz cheia de urgência. Quando não obteve resposta, puxou apressadamente um lenço do bolso e o pressionou contra o abdômen ensanguentado.

Cassie abriu os olhos devagar, com grande esforço. Ao ver quem estava ali, sentiu uma pequena onda de alívio ao reconhecer Naomi Howard, uma amiga de tempos passados, que se afastara há algum tempo. Soltou um leve grunhido de dor.

- Calma, calma... vai ficar tudo bem. - Naomi sussurrou, tentando tranquilizá-la. Com cuidado, passou o braço de Cassie por sobre seus ombros, apoiando-a enquanto tentava erguê-la. - Eu vou te levar pra casa, tudo bem? Consegue andar um pouco?

Cassie assentiu levemente, incapaz de falar pela dor intensa. Ela se apoiou mais na amiga, enquanto as duas, com dificuldade, começaram a caminhar para fora da floresta.

Conforme avançavam, deixavam para trás rastros de sangue que se espalhavam entre as folhas secas e raízes retorcidas do caminho. Felizmente, a casa de Cassie não ficava longe, logo nos limites da floresta, o que reduzia a distância que precisavam percorrer.

- Olhe, já estamos chegando. - disse Naomi, apertando o braço de Cassie contra si para mantê-la em pé. - Vamos, Cass... aguente só mais um pouco.

Elas se aproximavam da entrada quando Cassie, com dificuldade, parou. Tremendo, ela olhou para Naomi, que a segurava firme.

- Naomi... - murmurou com esforço. - Me desculpa...

E então, tudo ficou escuro.

𝑭𝑬𝑹𝑨𝑳 | 𝐌𝐚𝐛𝐞𝐥 𝐏𝐢𝐧𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora