Onde os gêmeos Pines, Dipper e Mabel, adentram as florestas sombrias de Gravity Falls pouco antes do nascer do sol, em busca de um monstro para capturar em uma foto. No entanto, ao invés de um monstro, eles se deparam com um garoto gravemente ferido...
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𝑪𝑨𝑺𝑺𝑰𝑬 𝑨𝑩𝑹𝑰𝑼 𝑶𝑺 𝑶𝑳𝑯𝑶𝑺 𝑳𝑬𝑵𝑻𝑨𝑴𝑬𝑵𝑻𝑬, como se precisasse vencer a luz insistente do sol que invadia o ambiente. Com dificuldade, os mantinha abertos, piscando até finalmente reconhecer as familiaridades de seu quarto. Um suspiro aliviado escapou de seus lábios.
Cada parte de seu corpo doía, mas a dor no abdômen era especialmente intensa. As memórias da noite anterior vieram rapidamente - flashes de sua transformação e a lembrança de Naomi a ajudando a voltar para casa, eram tudo o que restava. Ela havia tomado seus remédios calmantes corretamente, então como teria acabado na floresta? E pior, como se machucara tão gravemente? Nas noites de lua cheia, sua mãe a prendia no porão, acorrentando um de seus braços à parede de pedra. Era doloroso para ambas, mas necessário. Cassie sabia que isso a impedia de ferir alguém, mas ainda assim odiava cada segundo dessa cruel rotina.
Buscando respostas, Cassie tentou se erguer. O esforço arrancou dela um grunhido de dor, e sua mão automaticamente foi ao abdômen.
— Ei! O que você pensa que está fazendo? — Naomi entrou de repente no quarto, com uma expressão severa. — Ficou maluca? Sua mãe acabou de costurar esse ferimento! Quer que ele abra de novo?
Sem esperar uma resposta, Naomi avançou e segurou os ombros de Cassie com firmeza, obrigando-a a se deitar. Depois de puxar uma cadeira próxima, sentou-se ao lado da cama, o olhar preocupado contrastando com sua atitude autoritária.
— Você se lembra do que aconteceu ontem?
Cassie permaneceu em silêncio por um momento. Tentou buscar mais detalhes em sua memória ainda meio bagunçada, mas foi em vão. Finalmente, com a voz rouca, respondeu:
— Não... só lembro de você me trazendo para casa.
— Tudo bem, não tem problema — disse Naomi, suspirando. — Ontem teve uma superlua. Talvez por isso você tenha se descontrolado e fugido do porão.
Cassie arregalou os olhos. Como Naomi sabia sobre isso? Será que deveria perguntar ou fingir ignorância?
— Do que você está falando? — indagou, franzindo o cenho.
— Cass, eu sei que você é um lobisomem — confessou a de cabelos crespos, desviando o olhar para as próprias mãos. — Pouco antes do seu...
— Não termine essa frase — Cassie interrompeu, sua voz cortante.
— Certo, desculpe — Naomi assentiu rapidamente. — Depois daquele dia, percebi o quanto você mudou. Achei que era por causa do luto, claro. Mas não era só isso. Você parecia ter medo de mim, medo de chegar perto.
— Isso poderia significar muitas coisas — Cassie tentou desviar a conversa.
— E então, notei que você desaparecia nas noites de lua cheia. Todas elas. Eu juntei as peças, Cassie. Você é um lobisomem. E, antes que eu pudesse te confrontar... você me afastou.
