02. REBEKAH

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OTÁRIA, IDIOTA, BURRA...

Eu era uma tonta, era isso que meu cérebro institia em me alertar, mas eu resolvi ignorá-lo.

Decisão totalmente errada.

— Cara, eu nem te conheço direito. — mentira, eu o conhecia. — e nem estava falando contigo, se não percebeu.

Quem no campus não conhecia Rafe Cameron? Qual é, o cara andava nos corredores como se fosse um deus com seus amigos, eles eram muito famosos pela região. E apesar de ter ouvido muitas lástimas de Sydney a respeito de seu ex, eu o conhecia apenas pelas fofocas e pelos múrmurios das pessoas.

Ergo a mão, mostrando o aparelho ligado em alguma tela qualquer.

Vi quando seus bíceps, devo comentar, fortemente marcados por uma camiseta polo, se cruzarem e embora estivesse escuro, consegui visualizar um sorriso irônico brincando em seus lábios, quase como se quisesse dar uma risada daquela situação.

Um maldito prepotente.

— O que foi? Sou uma palhaça para você?

Um defeito meu é falar antes de pensar, é raro fazer isso.

Mas acontece quase que sempre.

— Uma palhaça não, mas uma coelhinha sim. — indica com o queixo em direção a minha fantasia de hallowen e é quando vejo que ele solta a fumaça de uma vez, voltando a tragar o baseado mais uma vez. — É díficil te levar a sério com esses brilhos e toda essa coisinha rosa.

Reviro os olhos, procurando ignorar a figura em minha frente e viro de costas, desbloqueando o aparelho o mais rápido e tratando de abrir no aplicativo para chamar um motorista, afinal, não fazia ideia de onde Kiara estava naquela altura do campeonato.

A festa mal havia começado e eu já queria voltar para casa.

Foi quando senti passos duros atrás de mim e um arrepio instantâneo por meu corpo, quando fui virar para xingar o infeliz e esbarrei em seu braço, deixando o celular cair pelo mato, naquela escuridão.

Merda, meu telefone!

— Seu idiota, deixou meu celular cair no mato! — exclamo em puro desespero, afinal, estava escuro demais para enxergar algum aparelho.

O cara na minha frente não disse nada, nenhuma mísera palavra, o que me enfureceu ainda mais. Mordo o lado interno da bochecha, desistindo de ficar procurando e decidindo ir buscar. Ergo a perna, tirando o salto alto e aproveito para tirar o outro, enquanto Rafe a minha frente resmunga:

— Porra garota, você não vai ali naquele mato buscar o celular.

Reviro os olhos diante de seu comentário e enfurecida, empurro os saltos com força na direção de seu peito, fazendo com que ele pegue sem dizer nada.

— Eu tenho cara de que vou deixar meu celular ali?

Balanço a cabeça em negação e como se a noite não pudesse ficar pior, meu celular tinha acabado de ser derrubado naquele mato. Seguro com firmeza a madeira não tão firme e pegando impulso, caio do outro lado e no meio daquele escuro.

Fecho os olhos por alguns segundos antes de tomar uma respiração profunda e estender a mão pela grama um tanto úmida, solto um suspiro frustrado ao não achar o aparelho e já sinto uma lágrima solitária escapar da bochecha.

Meu humor estava extremamente sensível nos últimos dias. 

Eu odiava ser uma patricinha fútil por coisas bestas, mas era meu xodó. Tudo o que tinha estava naquele bendito aparelho eletrônico.

OBSESSED | RAFE CAMERONOnde histórias criam vida. Descubra agora