ᴀ ɢᴀʀᴏᴛᴀ ɪɴꜱᴏʟᴇɴᴛᴇ

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Ícaro chegou em casa e se jogou no sofá, respirando fundo. O silêncio ali era absoluto, assim como o da vizinhança. O jovem logo se levantou e abriu seu notebook.

— Como vou me livrar dessa garota...

murmurou, enquanto se concentrava nas suas pesquisas.

Mansão Jonathan - 09:00 AM

Eloise: Eu já disse! Quero rosas pretas.

Xxx: Mas, senhorita, vai demorar para tingirmos as rosas.

Eloise cruzou os braços, visivelmente irritada.

Jonathan Leon: Se você quer rosas pretas, terá rosas pretas, meu amor.

O pai se aproximou, dando um leve beijo na cabeça da filha.

Jonathan Leon: Hoje teremos um jantar de negócios com um dos sócios do papai. Seja gentil.

A jovem apenas assentiu.

*Departamento de Polícia*

O dia seguiu como qualquer outro: a mente dos peritos fervilhava com perguntas... por que alguém faria isso? O que a motivou? Contudo, a de Ícaro já estava em outro lugar. Era hora de ir embora. Ele tomou um banho rápido no batalhão e se arrumou ali mesmo. A caminho do carro, seu celular tocou.

Xxx: Já está chegando?

— Boa noite pra você também! Acabei de sair da delegacia, estou a caminho.

Xxx: Não se esqueça de me avisar. E sobre Jonathan, não dê muita abertura para ele. Só precisamos destruir a vida dela o quanto antes.

— É difícil me tirar qualquer coisa, você sabe. Não se preocupe.

Ícaro desligou o telefone, entrou no carro e dirigiu até a mansão. Ao chegar, analisou o local. Antes mesmo de bater à porta, ela foi aberta por uma jovem — provavelmente a famosa Eloise.

Eloise: Fala sério! Cadê as minhas flores? Onde estão?

— Esperava que eu lhe trouxesse flores, senhorita?

O rapaz sorriu ao ver ela revirar os olhos.

Eloise: Você é só mais um amigo chato do meu pai. Não precisa se apresentar, não gosto de cerimônias.

Ícaro a encarou em silêncio, como se tentasse ler suas expressões. O modo como ele a observava poderia parecer intimidante.

Jonathan Leon: Ícaro! Você veio, é uma honra. Veio da Itália para o nosso negócio, vejo que seremos bons amigos.

— O prazer é meu, senhor Jonathan. Estou feliz em dar início à nossa parceria.

Jonathan Leon: Entre. Minha filha vai te acompanhar até o jardim, vamos jantar lá. Vou esperar os outros aqui.

Jantar no jardim? Uma ideia um tanto... diferente. Aquele velho com certeza não batia bem da cabeça.

A jovem puxou Ícaro pelo braço, guiando-o até o local.

— Que recepção calorosa.

Eloise: Cala a boca.

Espera... o quê?

— Garota, você perdeu o juízo? Deveria respeitar os mais velhos.

Eloise: Você não me parece tão velho assim.

Ela cruzou os braços, desafiando-o com o olhar. Qual era o problema dela?

— Às vezes, devemos saber qual é o nosso lugar.

Aquilo claramente a irritou. Eloise se aproximou.

Eloise: Meu lugar? Você deveria saber que estou muito acima de você. Meu pai é tudo isso.

Ícaro a olhou nos olhos. A expressão de raiva dela fez com que ele sorrisse de canto. Era interessante... uma adolescente que mal o conhecia e já o confrontava dessa forma.

 uma adolescente que mal o conhecia e já o confrontava dessa forma

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Ele se inclinou e disse próximo ao seu ouvido.

— Sabe por que rosas pretas não são valorizadas? Porque são falsas. Elas nunca conseguem esconder completamente o que realmente são.

Ele falou baixo, quase num sussurro.

Eloise: ESCUTA AQUI—

Ela ia surtar. Claramente. Mas, subitamente, parou. Seus olhos demonstraram... medo?

Ela deu alguns passos para trás, tropeçando nos próprios saltos. Antes que caísse, Ícaro a segurou pela cintura. O que estava acontecendo?

A morena agarrou os braços dele com força. Ícaro seguiu o olhar dela até encontrar... um sapo? Eloise tremia, aterrorizada, como se aquele não fosse apenas um medo, mas um trauma profundo.

— Ei.

Ele segurou o rosto dela, fazendo-a olhá-lo nos olhos.

— Mesmo com esses saltos, você ainda consegue ser menor do que eu.

Ele brincou, tirando-a de seu estado de choque.

Eloise: Idiota...

Ela murmurou com uma risada sutil. A jovem insolente agora parecia apenas uma criança assustada. Ícaro suspirou, sentindo seu coração disparar de repente. O que era aquilo?

...

Será que o nosso assassino sentiu algo a mais?

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