Um Presente Chamado Amor - Agathario

Pt1

Perdão se houver erros!
Alerta de clichê romântico!!

Boa leitura♡

Rio dirigia pela estrada vazia, batucando no volante com os dedos ao ritmo da música. O volume estava alto, preenchendo o carro com as batidas envolventes de "Rhiannon" da Fleetwood Mac.

— Rhiannon rings like a bell through the night, and wouldn't you love to love her...

Ela cantava, sua voz acompanhando a de Stevie Nicks com entusiasmo.

Sem companhia, sem compromissos, aquele momento era o único entretenimento que tinha naquela noite fria de véspera de natal, após o único convite de "amigos próximos" dar errado, e a ceia se transformar mais para uma grande confusão, Rio pensara que: definitivamente, ela passaria mais um natal sozinha.

— You know you're never gonna love her! — Ela aumentou o volume um pouco mais, deixando a guitarra pulsar por todo o carro.

Mas então, algo chamou sua atenção. Uma figura à beira da estrada.
Rio diminuiu a aceleração quando percebeu se tratar de uma mulher na encosta da rodovia, acenando desesperadamente. Seu coração disparou por um momento, uma sensação de alerta tomando conta de seu corpo. Ela desacelerou mais, até parar, os faróis agora iluminando a figura à frente. As duas se encararam, com Rio encontrando a silhueta da mulher conforme ela andava para frente do carro. Seus cabelos escuros estavam bagunçados pelo vento, e seus olhos, mesmo à distância, pareciam transmitir uma mistura de alívio e angústia.
O mundo parecia estagnado, exceto por ela, que envolvida em seu próprio abraço para se proteger do frio.

Rio respirou fundo, desligando o rádio do carro e abrindo a janela, sentindo o vento gélido tocar seu rosto. — Ei! Oi, você está bem..? O que houve? — perguntou, sua voz quebrando o silêncio que dominava a rua.

Luzes brancas enfeitavam algumas árvores ao longo da rua deserta, piscando suavemente.

A mulher ofereceu um sorriso meio tímido, meio resignado. — Eu estou bem... — respondeu ela, soltando um riso abafado que quase se perdeu no vento. — Só o meu carro que decidiu não colaborar comigo hoje.

— É... ele escolheu a pior noite pra isso, né? — Rio comentou, um sorriso surgindo sem que ela pudesse evitar, enquanto tentava aliviar a tensão.

— Desculpa atrapalhar seu caminho... — A mulher pigarreou, mordendo levemente o lábio enquanto seus olhos se desviavam momentaneamente. —  Sua voz soava mais rouca, ainda com toques suaves, quase implorando sem querer parecer vulnerável. — Você pode me ajudar? Por favor. Estou aqui há meia hora, e você foi a única pessoa que passou.

Rio olhou ao redor tornando a situação mais urgente. Ela sentiu a obrigação de ajudar, mesmo que uma parte de si estivesse cautelosa.

— Prometo que eu não sou uma serial killer. — de repente, ela falou, brincou, com um sorriso cansado, mas genuíno, enquanto dava um passo em falso, quase cambaleando para frente. — Juro.

— Você definitivamente não parece ser.. — Rio respondeu, rindo suavemente. Ela deu dois passos à frente, estendendo a mão para se apresentar. — Eu sou a Rio Vidal.

Ela assentiu, um brilho de alívio passando por seus olhos antes de estender a mão enluvada. — Agatha Harkness. Muito prazer... além de toda essa confusão, claro.

O toque de Agatha era frio, o tecido da luva contrastando com a pele mais quente de Rio, mas o aperto foi firme e, por um breve momento, trouxe um estranho conforto em meio ao desconforto daquela noite.