Capítulo 05: Fúria e Consequências

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A revelação de que ele tinha uma filha escondida abalou Klaus Mikaelson profundamente, mas não da maneira que Addison esperava. Ele ficou parado por alguns momentos, encarando Alison com uma mistura de surpresa e confusão. No entanto, à medida que o choque inicial desaparecia, a raiva tomou seu lugar, surgindo como uma tempestade prestes a explodir.

Klaus virou-se lentamente para Addison, sua expressão agora sombria e cheia de fúria. Seus olhos brilharam com uma intensidade ameaçadora, e as feições que normalmente eram controladas começaram a se deformar em puro ódio. Ele não conseguia entender. Por que Addison esconderia algo tão importante dele? A traição queimava em seu peito, e o instinto primal de proteger sua filha, misturado à raiva de ter sido enganado, o dominava.

"Você escondeu minha filha de mim," Klaus sussurrou, sua voz carregada de veneno. "Você me roubou a chance de conhecê-la, de protegê-la!" Ele deu um passo adiante, seu corpo emanando a ameaça que sempre esteve dentro dele. "Por que, Addison? Por quê?"

Addison deu um passo para trás, seu coração disparando ao ver o olhar assassino de Klaus. "Eu fiz isso para protegê-la, Klaus! Você sabe o tipo de perigo que o seu mundo traz. Eu não podia deixar Alison crescer nesse caos, exposta ao mal, à violência que você causa."

Essas palavras apenas alimentaram ainda mais a fúria de Klaus. “Você não tem o direito de decidir o que é melhor para minha filha!” Ele rugiu. “Ela é minha, tanto quanto sua! E você ousa me afastar dela, como se eu fosse algum monstro? Eu sou o pai dela, Addison, e você me traiu!”

Sem aviso, Klaus avançou, rápido como um raio. Addison tentou recuar, mas ele já estava sobre ela. Klaus, dominado pela raiva, deixou sua metade lobisomem emergir. Suas garras se alongaram, seus olhos amarelos brilharam com ferocidade, e antes que ele pudesse se controlar, ele atacou.

Arranhou profundamente o braço de Addison, rasgando sua pele com as garras lupinas. Addison gritou de dor, cambaleando para trás e segurando o braço enquanto o sangue fluía rapidamente. O corte não era apenas profundo – era mortal. A mordida ou arranhão de um lobisomem era fatal para vampiros, e Addison sabia disso.

Klaus, por um breve momento, congelou. Ele olhou para o sangue nas garras, e sua respiração ficou pesada enquanto a realidade de suas ações o atingia. Ele tinha ferido Addison, e a natureza de sua maldição significava que ela morreria sem sua ajuda.

“Eu...” Klaus começou, mas a raiva ainda estava lá. Ele estava dividido entre o ódio e a culpa. “Você escondeu minha filha de mim!” Ele repetiu, sua voz agora mais baixa, mas ainda cheia de ressentimento.

Addison caiu de joelhos, sentindo o veneno da mordida se espalhando lentamente. Seu corpo começou a enfraquecer, e a dor era intensa. Ela olhou para Klaus, seus olhos cheios de sofrimento, mas também de desafio. “Eu... eu fiz o que achei melhor,” ela sussurrou, ofegante.

Alison, que tinha assistido tudo da porta, correu até a mãe, seus olhos arregalados de medo e desespero. “Mamãe!” ela gritou, ajoelhando-se ao lado de Addison e segurando sua mão. “Você vai ficar bem, não é?”

Addison tentou forçar um sorriso para sua filha, mas a dor estava se intensificando rapidamente. Ela sabia o que precisava ser feito, mas não sabia se Klaus ainda estava furioso demais para ajudá-la. “Klaus...” ela sussurrou, sua voz enfraquecendo. “Eu... preciso do seu sangue.”

Klaus olhou para ela, ainda lutando com seus sentimentos conflitantes. Ele sabia que apenas seu sangue poderia curar Addison do veneno de lobisomem que agora corria em suas veias. Mas o orgulho ferido e a raiva ainda estavam lá, queimando dentro dele.

Elijah, sempre vigilante, apareceu na entrada da casa, percebendo imediatamente o que estava acontecendo. Ele olhou para Klaus com um misto de desapontamento e urgência. “Klaus, isso não pode continuar assim. Addison precisa de sua ajuda. Agora.”

Klaus respirou fundo, lutando contra sua fúria, mas o olhar de sua filha – Alison, sua própria filha, agora com lágrimas nos olhos – fez seu coração se abrandar. Ele sabia que não poderia deixá-la assistir sua mãe morrer. Não por suas próprias mãos.

Ele se aproximou de Addison, ainda hesitante. A culpa estava começando a superar a raiva. “Você... me traiu,” ele disse, mais para si mesmo do que para ela. “Mas eu não vou deixar você morrer por isso.”

Klaus mordeu o próprio pulso, deixando o sangue sobrenatural fluir, e rapidamente estendeu o braço para Addison. Ela, embora fraca, segurou o pulso dele e bebeu o sangue, sentindo o poder curativo começar a fluir por suas veias. O efeito foi quase imediato. A dor começou a diminuir, e o veneno parou de se espalhar. Sua respiração se estabilizou.

Elijah suspirou aliviado, mas ainda estava claramente preocupado com o que viria a seguir. Ele sabia que o problema não estava resolvido – apenas adiado.

Alison olhou para Klaus, seus grandes olhos castanhos cheios de perguntas. “Você... você ajudou a mamãe,” ela disse suavemente, ainda processando o que havia acontecido. Ela não sabia o que pensar desse homem que era seu pai, mas que quase matou sua mãe.

Klaus olhou para ela e sentiu um peso no peito. Tudo estava uma confusão em sua mente – a traição de Addison, sua própria raiva, e agora, sua filha. Ele sabia que tinha cometido um erro ao ferir Addison, mas sua confiança também tinha sido abalada profundamente.

Addison, ainda recuperando as forças, olhou para Klaus com uma expressão mista de dor e gratidão. "Isso... isso não precisava acontecer assim, Klaus. Eu nunca quis que chegássemos a isso."

Klaus se levantou lentamente, seu olhar ainda fixo em Alison. "As coisas mudaram agora, Addison," ele disse, sua voz fria e distante. "Você escondeu minha filha de mim, e isso... nunca será perdoado. Mas eu jamais vou abandoná-la."

Addison soube naquele momento que sua relação com Klaus nunca seria a mesma. Ele estava furioso, ferido, e embora tivesse salvo sua vida, a confiança entre eles havia sido destruída.

“Alison,” Klaus disse suavemente, ajoelhando-se à altura da menina. “Nós temos muito a conversar. Mas saiba disso: agora que eu sei de você, eu nunca vou deixá-la. Você é uma Mikaelson, e os Mikaelsons protegem os seus.”

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