Capítulo 07: Um Passeio Inesperado

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Era uma manhã calma em Nova Orleans. O sol despontava no horizonte, lançando uma luz suave sobre as ruas estreitas da cidade. Klaus Mikaelson, após os recentes acontecimentos e as revelações que o haviam abalado profundamente, encontrava-se em sua sala, ainda tentando processar tudo o que tinha descoberto sobre sua filha, Alison. Sua mente estava um caos, uma mistura de raiva, arrependimento e um profundo desejo de proteção.

Ele sempre soubera ser um monstro. O mal corria em suas veias, e ele aprendera a aceitá-lo, até a desfrutá-lo. Mas agora, com a presença de Alison, tudo parecia diferente. A ideia de ser pai nunca fizera parte de seus planos, e, ao mesmo tempo, era impossível ignorar o instinto de proteger sua filha a qualquer custo.

No andar de cima, Addison estava com Alison, ajudando-a a se vestir. A tensão entre ela e Klaus ainda estava no ar após o confronto da noite anterior, mas, por enquanto, ambos sabiam que Alison vinha em primeiro lugar. O arranhão de Klaus em Addison ainda pesava sobre ela, mas agora curada, ela tentava manter a calma para o bem de sua filha.

Alison, uma menina de quatro anos, sempre fora curiosa. Seus olhos castanhos brilhavam com entusiasmo enquanto olhava para a mãe. "Mamãe," ela começou timidamente, "será que... posso passear com o papai hoje?"

Addison, surpreendida com o pedido, parou por um momento. Ela sabia que Klaus estava furioso, que o relacionamento deles estava em frangalhos, mas ela também sabia que Alison estava curiosa sobre o pai que acabara de conhecer. Addison suspirou, hesitante, mas sabia que não podia negar à filha essa oportunidade.

“Você realmente quer isso?” perguntou Addison, suavemente, olhando nos olhos da filha.

Alison assentiu com um sorriso animado. “Sim, eu quero conhecer melhor o papai.”

Addison respirou fundo. "Tudo bem. Mas... quero que você prometa que será cuidadosa. E lembre-se, Klaus... seu pai tem um lado que você não entende completamente."

Alison, inocente em sua juventude, apenas sorriu, confiante. “Eu confio nele, mamãe.”

Addison olhou para a filha por mais alguns segundos antes de assentir. "Certo. Vamos descer e perguntar ao seu pai."

Alguns minutos depois, Addison e Alison desceram as escadas, onde Klaus estava sentado à mesa, um copo de uísque em mãos, ainda refletindo. Ao ouvir os passos, ele levantou os olhos e viu Alison entrando na sala, seguida por Addison, que observava de longe.

Alison correu até Klaus, puxando sua jaqueta. "Papai?"

Klaus, surpreendido, colocou o copo sobre a mesa e se abaixou para ficar na altura da filha. "Sim, querida?"

Alison sorriu, seus olhos cheios de expectativa. "Você pode passear comigo hoje? Eu quero ver a cidade com você."

Klaus, pego de surpresa pelo pedido, olhou para Addison, que estava parada perto da porta, com os braços cruzados, observando silenciosamente. A relação entre ele e Addison estava tensa, mas ele sabia que precisava colocar sua filha em primeiro lugar agora. Com uma leve hesitação, ele sorriu para Alison e assentiu. "Claro, Alison. Vamos passear."

Alison soltou uma risada alegre e pulou de felicidade, segurando a mão de Klaus com entusiasmo. "Eu quero ver tudo!"

Klaus olhou novamente para Addison, como se estivesse buscando aprovação. Addison manteve seu olhar firme, mas acabou acenando com a cabeça. "Só... tome cuidado," ela murmurou.

Klaus se levantou, segurando a mão de Alison com suavidade. Ele deu um último olhar para Addison, com uma mistura de culpa e determinação em seus olhos, antes de sair com Alison para explorar a cidade.

O dia estava claro, e as ruas de Nova Orleans, com seu charme único e histórico, pareciam menos ameaçadoras à luz do dia. Klaus e Alison caminharam lado a lado, a pequena menina curiosa e cheia de perguntas sobre tudo ao redor.

"Por que tem tantas pessoas aqui, papai?" Alison perguntou enquanto passavam por uma praça cheia de turistas.

Klaus sorriu suavemente, algo incomum para ele. "Nova Orleans é uma cidade muito antiga e especial, Alison. Há muitas pessoas que vêm aqui para conhecer sua história... e seu mistério."

Alison olhou ao redor, fascinada. "Você sempre morou aqui?"

Klaus hesitou por um momento, considerando como explicar sua longa história. "Nem sempre, querida. Mas eu e minha família sempre tivemos uma conexão com esta cidade. Ela é... nossa de certo modo."

Alison sorriu para ele. "Eu gosto daqui."

Klaus sentiu algo quente em seu peito ao ouvir isso. Ele percebeu que, apesar de todo o caos e violência de sua vida, Alison trazia uma sensação de paz que ele raramente experimentava.

Enquanto caminhavam pelas ruas, Klaus se viu relaxando. Ele mostrava a Alison alguns dos pontos mais importantes da cidade, e, por alguns momentos, tudo parecia... normal. Como se ele não fosse o híbrido imortal e perigoso que todos temiam. Como se ele fosse apenas um pai, mostrando sua filha ao mundo.

No entanto, no fundo, ele sabia que essa paz era temporária. Sua natureza sombria sempre estaria à espreita, e o mundo que ele habitava não era um lugar seguro para uma criança.

Em um certo momento, enquanto passavam perto de uma loja de antiguidades, Alison parou, olhando para uma boneca em uma vitrine. "Papai, posso ter aquela boneca?"

Klaus olhou para o objeto e sorriu. "Claro, minha querida." Ele entrou na loja e rapidamente comprou a boneca, entregando-a à filha com um sorriso raro, mas genuíno.

Alison abraçou a boneca com carinho e depois olhou para Klaus. "Obrigada, papai. Você é o melhor."

Klaus, por um momento, sentiu algo que não sentia há muito tempo: felicidade genuína. Mas, no fundo de sua mente, ele sabia que isso não duraria. Sua vida estava cheia de inimigos, traições e escuridão. Ele sabia que, cedo ou tarde, teria que enfrentar essa realidade novamente – e proteger Alison de tudo isso seria sua maior luta.

Enquanto eles continuavam a caminhar, Klaus olhou para sua filha e fez uma promessa silenciosa. Ele a protegeria. A qualquer custo.

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