PRÓLOGO

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Viserys mal reparou no caminho que tomou em direção ao centro do bosque. O príncipe havia fechado os olhos para impedir que visse os rostos enrugados esculpidos nas densas árvores escuras.

Ele estava cético.

De todos os lugares que ele imaginou que sua prima o levaria, o bosque nebuloso seria o menos conveniente. Mas ele deveria ter imaginado que seria um lugar tão horrendo e obscuro, Rhaenys havia demonstrado um desejo absoluto de testar sua própria coragem, sua última façanha ao se unir a Meleys parecia ter desencadeado uma personalidade destemida e feroz na Princesa de Dragonstone, que implorou — coagiu — seu primo para segui-la em sua nova aventura.

Sendo o príncipe que era, e querendo mostrar ser tão corajoso quanto sua prima, aceitou sem hesitar. O que mostrou ser um grande arrependimento ao se ver sendo guiado pelas árvores densas e escuras.

— Chegamos — a voz de Rhaenys mostrava sua animação, e Viserys abriu os olhos.

O bosque era um lugar escuro e primordial, cheirava a terra úmida e a decomposição. O que causou grande desconforto no estômago de Viserys, o recém apresentado alpha não estava acostumado com cheiros tão fortes como aquele. Ali, espessos troncos negros enroscavam-se uns nos outros e raízes deformadas batalhavam sob o solo. Aquele era um lugar de profundo silêncio e sombras, e os deuses que ali viviam eram valerianos. Mostrando a força e vitalidade de sua casa.

Viserys engoliu em seco ao se sentir sendo observado, e ele ergueu os olhos em direção a figura escurecida apoiada as margens da "lagoa dos deuses". A lagoa havia recebido aquele nome graças ao feito de sua ancestral, Visenya Targaryen, nas escrituras retrataram que a Alpha havia mergulhado nas águas escuras como carvão e frias para dar a luz a seu único herdeiro. Desde então, o bosque foi consagrado em sua homenagem.

— Olhe — o príncipe sussurrou para a prima, vendo a figura os observando de longe. Havia um mistério ao redor daquela mulher, algo que fazia Viserys querer se aproximar e ao mesmo tempo corre de medo.

— É a bruxa. — a voz de Rhaenys não demonstrava seu medo, mas Viserys conseguia sentir o cheiro agoniante em sua prima.

A bruxa, como muitos a chamavam, era conhecida por guardar o bosque nebuloso. Muitos acreditavam que ela vinha do tempo dos conquistadores, por seu espesso conhecimento por ervas e sua aparência pegaminosa. Não que a beta fosse um ser de aparência feia, muito pelo contrário, havia uma juventude em sua face. Ela poderia ser considerada uma das mulheres mais belas que Viserys já conhecerá se não fosse pelos mantos grossos que a cobriam ou a sujeira escura refletida por sua face. Ela fez sinal para eles se aproximarem, virando de costas e encarando a lagoa.

Viserys engoliu a seco quando Rhaenys o puxou em direção a bruxa. Aquilo era uma má ideia, seu Alpha interior estava inquieto e ele não sabia o que fazer. Seus instintos diziam que era para ele se refugiar do perigo, mas ele sabia que Rhaenys não o seguiria, e se ele voltasse para o castelo sem sua prima. Ele nunca se perdoaria.

— Sinto o cheiro de cautela vindo de vocês — a voz da bruxa ecoou como uma ventania em manhãs ensolaradas quando eles se aproximaram, era algo bem vindo e trouxe certo conforto para Viserys.

— Minha criada, Molly, disse que você consegue prever o futuro. — Rhaenys disse, seus olhos nunca deixaram a figura da bruxa. Havia um aperto ao redor de seus lábios que mostrava seu ceticismo com aquelas palavras. A bruxa soltou um pequeno riso, ainda sem olha-los diretamente.

— Eu vejo aquilo que os deuses me mostram. Jovem Rhaenys — ela disse, elevando suas mãos em direção a lagoa, e um vento quente sobrou. Fazendo a água movimentar de leve. Viserys esbugalhou os olhos quando pequenos sussurros começaram — Se você quer saber, a deusa Syrax próspera belos filhos para você.

Viserys pode sentir a insatisfação de Rhaenys, ele sabia que não era aquilo que a a princesa queria ouvir. Mas mesmo assim, ele se sentiu animar por saber que sua prima seria mãe.

— Eu serei uma boa Rainha ? — sua pergunta foi firme e repleta de indecisões. Viserys sabia que aquilo era a única coisa que aflingia sua prima, a garota havia começado a ter aulas junto a ele de números e políticas. E o Alpha se sentia um pouco envergonhado em dizer que a beta era muito melhor que ele nesses quesitos. Rhaenys tinha um talento nato para reinar e Viserys ficaria feliz em ter um lugar em seu conselho.

— Apesar de vim do fogo, seu sangue clama pelo mar. — o enigma da bruxa causou um careta em Rhaenys, aquilo não respondia a pergunta de sua prima — Seu sangue é espesso e sua sabedoria e pedida em um trono diferente. Minha princesa.

O grunhido de Rhaenys foi profundo e mostrou sua insatisfação — Diga claramente, bruxa.

— Rhaenys — Viserys murmurou seu nome como um aviso pela suas palavras grosseiras

— Eu digo aquilo que os deuses me dizem, Alteza. — a bruxa falou, virando finalmente para olhar-los nos olhos. Seus olhos azuis profundos pareciam carregar um legado de história e sabedoria — Seu destino é certo, e está escrito pelos deuses. Mas tome cuidado pelo sangue ruim que a rodeia, esse pode tirar o direito de sua descendência.

Essas foram suas palavras finais antes dela ergue seu olhar em direção a Viserys, a bruxa inclinou a cabeça quando o vento ficou mais violento e os sussurros se silenciaram. E o Alpha se sentiu arrepiar pela forma que a beta parecia está o lendo.

— Agora você — sua voz estava mais grave do que antes, como se ela não soubesse o que dizer. E isso assustou Viserys — Seu destino está incompleto, os deuses ainda estão o tecendo. Mas cabe a você direcionar os fios.

— O que significa?

A bruxa juntou ambas aos mãos na frente do corpo magro, sua cabeça se inclinando para frente e fechando os olhos. Como se estivesse tentando decifrar algo, Rhaenys ergueu o olhar em direção a Viserys, ambos se comunicando; havia dúvida, ceticismo e algo perverso os rodeando.

— Fios Verdes e Pretos, separados e tornando o caos. O fio azul se erguendo e dando vida ao vermelho. Os tornando um. — a bruxa sussurrou, sua pele estava se tornando pálida e um aroma de angústia serpetou ao redor deles. Viserys engoliu a seco enquanto via a água escura da lagoa vibrar atrás da bruxa — Você segura a lâmina que cortara os fios, se os separar, então a linhagem cai em decadência.

Viserys não conseguia entender o que a bruxa queria dizer, a confusão estava visível em seus olhos e ele apertou uma das mãos de Rhaenys, sendo correspondido pela a prima.

Um rugido foi ouvido a distante, o som conhecido de Vhagar fez os príncipes erguerem a cabeça para os céus. Viserys suspirou pesadamente ao ver a silhueta distante de seu pai em cima da grande dragoa. Um vento violento os atingiu no rosto e um sussurro os alertou de uma profecia doa deuses.

Dragões dançaram, trazendo a ruina daquela que um dia foi eleita a casa dos conquistadores.

𝐁𝐄 𝐎𝐔𝐑𝐒 - 𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora