CAPÍTULO

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8 verões depois

AEGON TARGARYEN

Otto Hightower era um homem ambicioso e sem escrúpulos, ele não temia as consequências de suas ações e faria o que pudesse para que seu sangue estivesse na sucessão direta do trono de ferro. Aegon sentia grande inspiração pelo beta e também um desprezo inimaginável, aquele homem seria capaz de condenar seu próprio sangue em pró de seus desejos, e sua mãe, sua tola e ingênua mãe, era tão manipulável que não via os dedos ásperos de seu avô agindo e causando o caos.

— Recebi uma missiva de Dragonstone — a voz gélida de seu avô era aquilo que mais causava arrepios em Aegon, havia uma gentileza perversa refletida na maneira em que ele inclinava a cabeça e erguia um sorriso fino — Parece que a Princesa Rhaenyra está prestes a ter sua terceira criança.

Havia certo desprezo na forma que seu avô se referia a sua meia-irmã. O grunhido enjoado de sua mãe fez Aegon ergue uma de suas sobrancelhas, a Rainha Verde havia adquirido uma personalidade semelhante a de seu progenitor, apenas mais perversa e repleta de um ódio sombrio. Alicent Hightower havia deixado de ser a mulher imaculada e devota aos sete, a frieza e amargura haviam impregnado e suas únicas demonstração de carinho eram para Aemond, e mesmo assim, havia um distanciamento silencioso. O Alpha sabia que a beta nunca havia se perdoado pelo olho ferido.

— Que esse venha como um animal assim como os irmãos — a Rainha disse, bebericando um pouco do vinho amargo em suas mãos — Se bem, que a prostituta pode seguir o caminho de sua própria mãe.

Otto acenou com a cabeça, e Aegon mordeu de leve a bochecha. A perversidade que estava mergulhada nas palavras de sua mãe o causavam desconforto e agonia.

— Os Sete são justos com aqueles que merecem — o cheiro era amargurado e a postura rígida, e mesmo assim, seu avô foi firme em ergue um sorriso pouco apaixonado e se inclinar na cadeira — Ela manchou sua casa com três crianças bastardos, e os deuses estão levando as legítimas.

AEMOND TARGARYEN

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AEMOND TARGARYEN

Aemond não guardava raiva em relação à ferida em seu rosto , há muito tempo ele havia entendido que foi uma troca justa, os deuses lhe deram o maior dragão vivo da história dos conquistadores em troca de um olho. O omega tentou dizer isso a sua mãe diversas vezes, para dispersar a raiva que a beta sentia por sua meia-irmã e seus filhos. Mas Alicent Hightower era uma mulher orgulhosa e não se deixava desanimar pelas palavras de bom ânimo de seu filho, ela queria justiça, mais do que tudo; ela queria a cabeça de Rhaenyra em uma estaca. E isso era o que mais assustava Aemond.

Aquela imagem da mulher gentil e protetora que o levava para tomar o pequeno café com Rhaenyra já não existia mais, em troca, havia apenas uma carcaça de alguém que se vestia com elegância e falava como uma Septa. Aemond colocou uma coisa em sua mente como um mantra, todas as vezes que sua mãe fosse falar de Rhaenyra e suas crianças, ela mexeria a ponta dos dedos inquietamente e os deixaria em carne viva.

Um hábito totalmente autodestrutivo que o próprio Omega herdou.

Então, quando sua mãe entrou em seus aposentados com passos fortes e uma expressão dura, Aemond olhou diretamente para suas mãos maculadas. Era enjoativo a forma que as crostas de sangue ainda ficavam ali, ele nunca entenderia porque a beta recusava ir até o Meistre para cuidar da ferida.

— Oh minha flor — ela murmurou, estendendo as mãos macias em direção a Aemond com certa inquietação — ainda está acordado ? Seu olho incomoda você ? Posso pedir para uma das criadas chamarem o Meistre.

Aquele desprezo que ela mostrava toda vez que mencionava seu olho parecia não está tão enervante como antes, o que era um certo alívio para Aemond. O omega negou com a cabeça, se aconchendo nos braços quentes da beta em um ronrora.

— Eu apenas tive um sonho agitado — ele a confortou, sentindo as mãos em seu cabelo de forma gentil — estava indo até o pai, ele disse que eu posso procurá-lo se tivesse mais sonhos como esses.

O rosnado de Alicent parecia ter sido contido em seu peito, mas seu cheiro amargo deixou claro seu descontentamento. Muitos sabiam que sua mãe havia de certa forma renegado seu pai depois dele ter ficado ao lado de Rhaenyra, e Aemond se sentia extremamente culpado, seus pais eram o caso raro de companheiros de alma, mesmo sua mãe sendo uma beta de sangue andala e seu pai um Alpha, ambos foram unidos pelos deuses varilianos.

— Não incomode seu pai com isso — ela murmurou, guiando o corpo de Aemond em direção a cama — você pode contar a mim, você sabe, sempre estarei aqui por você.

Aemond sorriu, ele amava sua mãe, mesmo com o distanciamento que ela demonstrou ao longo dos anos, seu coração pertencia a ela e a seu pai. Mas uma parte dele, a parte daquele garotinho, ainda não conseguia se sentir confortável na presença da nova versão que a beta se tornou.

— Foi perverso — ele começou, um pouco hesitante — havia três dragões ao redor do trono de ferro, dois pretos e um verde, e eles dançavam de forma violento. Um ferindo o outro.

A confusão que nadava nos olhos de sua mãe era enervante e deixou Aemond ciente que ela não saberia o que significava, nem ele próprio tinha um conhecido do que os sonhos tentavam dizer. Alicent suspirou resignada e levou o omega até a cama, sentando levemente na borda e sorrindo de leve.

— Uma vez seu pai me disse que os sonhos são uma porta dos deuses, eles mostraram aquilo que pode acontecer ou o que é de nossa vontade.

— Não tenho desejos que dragões lutem contra um ao outro até o estranho vir — Aemond disse, depressa e agitado, ele nunca desejaria aquilo. Ele sabia que se isso acontecesse sua família se perderia em um espiral de dor e sofrimento.

Alicent sorriu levemente — Você é um garoto de alma gentil, Aemond. — ela disse, antes de sua expressão se tornar uma linha dura de rigidez — Mas as vezes, certas coisas precisam acontecer para que outras sobrevivem.

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⏰ Última atualização: Nov 05 ⏰

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𝐁𝐄 𝐎𝐔𝐑𝐒 - 𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora