12°

0 0 0
                                    

   Após o intenso desfile em Milão, Noah finalmente chegou em casa. Ele respirou fundo assim que fechou a porta atrás de si, deixando o peso do evento cair. Por mais que estivesse feliz com sua crescente carreira e o reconhecimento que estava conquistando, era em casa que ele se sentia mais livre, mais autêntico. Lá, ele podia ser ele mesmo, sem os olhares críticos da sociedade, sem os flashes das câmeras.

Noah se dirigiu ao quarto, tirando lentamente o terno de veludo que havia usado no evento pós-desfile. Cada peça removida parecia um alívio, como se deixasse para trás a versão de si que o mundo queria ver. No armário, pendurado em cabides delicados, estavam suas roupas favoritas. Ele passava os dedos pelas texturas suaves, sentindo o toque da seda, do cetim e do algodão macio. Hoje, ele escolheu um conjunto que o fazia se sentir bonito e confortável ao mesmo tempo: um vestido curto de seda azul-claro, com alças finas e um decote suave que deixava seus ombros expostos.

A saia do vestido era solta, mas marcava delicadamente suas curvas, destacando suas coxas grossas e a bunda redonda. O tecido fluía com cada movimento que ele fazia, e Noah sentia como se pudesse finalmente respirar. Para completar, ele colocou uma tiara simples no cabelo, que caía em ondas suaves ao redor de seu rosto.

Sentado no sofá, ele apoiou as pernas sobre a mesinha de centro, sentindo a leve brisa da noite entrar pela janela aberta. Ele se sentia calmo, em paz. Em casa, ele gostava de usar essas roupas femininas e curtas porque o faziam se sentir confortável e livre, sem ninguém para julgar. Ali, ele não era o modelo famoso, o ômega que as pessoas achavam que havia forçado um casamento. Ele era simplesmente Noah.

Enquanto estava ali, pensou em como sua vida havia mudado tanto nos últimos meses. A carreira de modelo o havia feito redescobrir uma parte de si que havia ficado adormecida por tanto tempo. Ele sempre gostou de se arrumar, de se sentir bonito. Agora, com mais controle sobre sua vida, ele poderia explorar essas partes de si sem culpa.

De repente, o celular de Noah vibrou ao seu lado. Ele olhou para a tela e viu que era uma mensagem de Adrian. Uma surpresa. Adrian raramente mandava mensagens fora dos eventos obrigatórios, e sempre era algo superficial. Desta vez, a mensagem era curta e direta:

"Precisamos conversar. Quando você estiver disponível."

Noah encarou a tela por alguns segundos antes de bloquear o celular e jogá-lo no sofá ao lado. Ele não tinha interesse em atender ao pedido de Adrian tão facilmente. Por tanto tempo, Adrian havia ignorado sua presença, tratado-o como um peso. Agora, com o sucesso que Noah estava começando a conquistar, era como se o alfa começasse a notá-lo. Mas Noah não queria essa atenção. Não por esse motivo.

~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~

Recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora