Prólogo

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Prólogo

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Setembro, 2016.

Ele ouvia atentamente o garotinho narrar, com entusiasmo crescente, sobre seus carrinhos de brinquedo, descrevendo cada um com um brilho nos olhos que quase ofuscava o ambiente ao redor. A coleção era vastíssima, repleta de miniaturas luxuosas, de cores vívidas e detalhes impecáveis. Ele mal conseguia conter o incômodo ao comparar aquela abundância ao seu próprio brinquedo – um único carrinho, de plástico simples e já desgastado, presente que sua mãe lhe dera com esforço e carinho.

O menino, que antes exibia uma expressão vaga e distante, agora falava com uma vivacidade intensa. Além de detalhar cada brinquedo, mencionava orgulhoso os desenhos que fazia para sua mãe, pequenos retratos e figuras que ela guardava com carinho. Entre sorrisos, chamava-a de heroína, sua admiração transbordando em cada palavra. Para o jovem loiro, havia algo tocante naquela adoração; era algo puro, genuíno, um lampejo de inocência que parecia raro.

De repente, o clima acolhedor do quarto foi rompido. O pai do garoto entrou em silêncio, mas sua presença parecia envenenar o ar. Ao erguer os olhos, o jovem sentiu uma onda de mal-estar que se enraizou fundo em seu estômago. Os olhos do homem estavam fixos nele, um olhar predatório e opressor, repleto de uma intenção arcana que ele, em sua inocência, não conseguia decifrar, mas seu corpo parecia pressentir.

O homem o encarava com um sorriso torto, que não combinava com o ambiente infantil ao redor, como se cada palavra fosse carregada de veneno e significados recônditos.

— Olá, gracinha – murmurou o homem, sua voz deslizando como um sussurro sibilante. – Qual o seu nome? É o filho da empregada? Um rapazinho bem bonito, não é?

A voz dele parecia engolir o pouco de luz que restava no quarto, e o jovem loiro sentiu uma opressão que tornava o ar denso, como se estivesse preso em uma teia de intenções herméticas. Seus pensamentos ficaram enevoados, uma sombra se apoderando de sua visão, até que o quarto escureceu por completo.

Tudo se apagou em um instante, deixando apenas a sensação fria de que algo havia sido tirado dele. Quando a escuridão cedeu, ele estava sozinho, sem recordar como chegara ali, mas sentindo que algo – algo profundo e aterrador – jamais voltaria a ser como antes.

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Esse prólogo pode parecer confuso, mas prometo que vai ser tudo esclarecido ao longo da história, não abandonem a fic, por favor KKKKKKK

Nos vemos nos próximos capítulos, até!

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