Prólogo─────── ⋆⋅☆⋅⋆ ───────
Setembro, 2016.
Ele ouvia atentamente o garotinho narrar, com entusiasmo crescente, sobre seus carrinhos de brinquedo, descrevendo cada um com um brilho nos olhos que quase ofuscava o ambiente ao redor. A coleção era vastíssima, repleta de miniaturas luxuosas, de cores vívidas e detalhes impecáveis. Ele mal conseguia conter o incômodo ao comparar aquela abundância ao seu próprio brinquedo – um único carrinho, de plástico simples e já desgastado, presente que sua mãe lhe dera com esforço e carinho.
O menino, que antes exibia uma expressão vaga e distante, agora falava com uma vivacidade intensa. Além de detalhar cada brinquedo, mencionava orgulhoso os desenhos que fazia para sua mãe, pequenos retratos e figuras que ela guardava com carinho. Entre sorrisos, chamava-a de heroína, sua admiração transbordando em cada palavra. Para o jovem loiro, havia algo tocante naquela adoração; era algo puro, genuíno, um lampejo de inocência que parecia raro.
De repente, o clima acolhedor do quarto foi rompido. O pai do garoto entrou em silêncio, mas sua presença parecia envenenar o ar. Ao erguer os olhos, o jovem sentiu uma onda de mal-estar que se enraizou fundo em seu estômago. Os olhos do homem estavam fixos nele, um olhar predatório e opressor, repleto de uma intenção arcana que ele, em sua inocência, não conseguia decifrar, mas seu corpo parecia pressentir.
O homem o encarava com um sorriso torto, que não combinava com o ambiente infantil ao redor, como se cada palavra fosse carregada de veneno e significados recônditos.
— Olá, gracinha – murmurou o homem, sua voz deslizando como um sussurro sibilante. – Qual o seu nome? É o filho da empregada? Um rapazinho bem bonito, não é?
A voz dele parecia engolir o pouco de luz que restava no quarto, e o jovem loiro sentiu uma opressão que tornava o ar denso, como se estivesse preso em uma teia de intenções herméticas. Seus pensamentos ficaram enevoados, uma sombra se apoderando de sua visão, até que o quarto escureceu por completo.
Tudo se apagou em um instante, deixando apenas a sensação fria de que algo havia sido tirado dele. Quando a escuridão cedeu, ele estava sozinho, sem recordar como chegara ali, mas sentindo que algo – algo profundo e aterrador – jamais voltaria a ser como antes.
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Esse prólogo pode parecer confuso, mas prometo que vai ser tudo esclarecido ao longo da história, não abandonem a fic, por favor KKKKKKK
Nos vemos nos próximos capítulos, até!
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Projeto Nêmesis | ABO
RomanceYan carrega um trauma do passado que o assombra, fazendo com que um frio profundo percorra seu ser toda vez que as memórias ressurgem. Ele passou metade de sua vida remoendo essa lembrança dolorosa, sufocado pelo sofrimento que ela lhe impôs. Quando...