❝ BECAUSE LOVE CAN BURN
LIKE A 𝗖𝗜𝗚𝗔𝗥𝗥𝗘𝗧❞
━━ Maitê Silva é cantora e a primeira mulher a entrar no mundo do automobilístico, mas ao saber que seu parceiro de corrida é Ayrton Senna, a vida dela vira de cabeça para baixo.
plot by: itszmanu...
Estranho ─── "You're just a stranger I know everything about"
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Estava em minha casa, tinha acabado de assinar o contrato com a McLaren, estava muito feliz. No toca disco tocava "É tão lindo" da turma do balão magico com o Roberto Carlos. Essa música era uma das minhas favoritas, com certeza.
───Merda, preciso ligar por meu pai ─── Digo desligando o toca disco e pegando o telefone discando o número
─── Alo? ─── Uma voz grave atende, meu pai
─── Oi pai é a Maitê
─── Oque você quer Maitê, não vou te dar mais dinheiro
─── Não pai, não é isso. É que eu acabei de assinar o contrato com a McLaren, eu vou entrar na formula 1, não é legal pai, é meu sonho se tornando realidade
─── Que legal Maitê ─── Diz com ignorância
─── Eu queria saber se você e a mamãe poderiam vir pro Brasil ver minha primeira corrida
─── Maitê, você sabe que estamos muito ocupados com os negócios da empresa
─── É 3 de abril, vocês não conseguiriam vir?
─── Não Maitê
─── Ta bom pai, tenho que desligar. Beijos te amo.
─── Tchau ─── Ele diz por fim desligando o telefone
Desligo o telefone com força e jogo ele longe, meus olhos começam a arder por contas lagrimas. Odeio meus pais com toda a minha força
─── Que merda ─── Digo me jogando na cama olhando pra cima
Enquanto eu ficava deitada, olhando pro teto, a alegria que tinha sentido há poucos minutos se esvaía como fumaça. Era para ser um dos momentos mais felizes da minha vida, mas, como sempre, meus pais conseguiam transformar qualquer coisa em um vazio.
Levantei da cama e fui até a janela. Londres, com seu céu cinza e suas ruas movimentadas, parecia indiferente ao turbilhão que acontecia dentro de mim. O sucesso que eu tanto sonhei, o contrato que lutei para conseguir, de repente, parecia perder um pouco do brilho.
Eu não podia deixar isso me consumir. Respirei fundo e voltei até o toca-discos. Liguei de novo, e a música "É tão lindo" começou a tocar de onde parou. Fechei os olhos, deixando a musica ecoar pela casa vazia. Eu tinha batalhado muito para chegar até aqui. Meu pai podia não se importar, mas eu me importava. E talvez, isso fosse tudo o que eu precisasse.
─── Você fez isso sozinha, Maitê ─── falei para mim mesma ─── E vai continuar fazendo, com ou sem eles.
Pela primeira vez naquela tarde, senti um leve sorriso se formar no canto dos meus lábios. Eu tinha que focar no que realmente importava. Meus sonhos estavam se tornando realidade, mesmo que a torcida não viesse de onde eu esperava.
