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Conforme Ben explorava a biblioteca com Hermione ao seu lado, ele sentiu uma sensação de calma. O som suave das páginas sendo viradas, o cheiro de pergaminhos antigos e o ambiente aconchegante criavam uma atmosfera relaxante. Ben sempre se sentia à vontade em bibliotecas, mesmo que raramente lesse livros completos. Para ele, o simples fato de estar cercado por tanto conhecimento era reconfortante. Hermione, sempre animada em compartilhar seu amor por livros, não demorou a pegar um exemplar particularmente grosso intitulado "Teorias Avançadas sobre Realidade e Magia" e o entregou a Ben. "Esse pode te ajudar a entender melhor o que você faz. Mesmo que seu poder não seja exatamente magia, a teoria sobre como a realidade pode ser moldada é parecida.". Ben aceitou o livro, mas, ao abrir na primeira página, foi imediatamente confrontado com diagramas complexos e palavras que pareciam emaranhados de conceitos mágicos que ele não conseguia compreender. "Huh... É um pouco... avançado demais para mim", ele admitiu com uma risada nervosa. "Acho que meu jeito de lidar com a realidade não tem nada a ver com fórmulas.". Hermione riu suavemente. "Eu entendo. Talvez você possa tentar algo mais simples para começar.". Nesse momento, a porta da biblioteca se abriu com um rangido, e um trio de garotas entrou, cochichando e lançando olhares furtivos para Ben. Era Luna Lovegood, Ginny Weasley e Cho Chang, todas elas parecendo, de alguma forma, encantadas por aquele novo visitante de Hogwarts. Ginny foi a primeira a falar, com um sorriso meio hesitante. "Oi... Você é o garoto novo de quem todo mundo está falando, não é?" Ela olhou para Ben de cima a baixo, claramente intrigada pelo seu visual incomum e, claro, pelo chifre que brilhava suavemente sob a luz fraca da biblioteca. Luna, sempre com seu olhar distante, aproximou-se de Ben, observando o chifre com uma expressão curiosa. "Isso é fascinante... Eu nunca vi nada assim. Não é um chifre de unicórnio, obviamente, mas ele tem uma energia especial. Talvez venha de uma criatura que ainda não conhecemos.". Cho, por sua vez, estava mais interessada no próprio Ben do que em qualquer mistério envolvendo criaturas mágicas. "Você parece muito poderoso", disse ela, sorrindo gentilmente. "De onde você vem?". Ben, desconcertado pelo interesse súbito das garotas, coçou a cabeça e deu um sorriso tímido. "Eu... venho de um lugar meio complicado de explicar. Não sou exatamente de um universo específico... Eu meio que viajo por eles. Mas, de verdade, não faço ideia de como isso tudo funciona.". Hermione, percebendo o desconforto de Ben, entrou na conversa. "Ben tem uma habilidade rara de manipular a realidade, mas ele prefere não mexer muito nos mundos que visita. Ele respeita os autores que criaram esses lugares.". "Isso é muito interessante", comentou Luna, com seus olhos grandes fixos em Ben. "Você deve ser capaz de ver coisas além da nossa compreensão, como criaturas invisíveis ou energias desconhecidas. Você já viu um Narguilé gigante?" Ela o encarou com um olhar intrigado, como se estivesse esperando uma revelação cósmica. Ben riu nervosamente, sem saber como responder a isso. "Narguilé gigante? Não... Mas nunca se sabe o que posso ver por aí, né?" Ele deu um passo para trás, tentando mudar de assunto. "Bom, na verdade, eu estava apenas... procurando alguma coisa simples para ler, só para matar o tempo.". Ginny percebeu o desconforto e decidiu intervir, puxando uma cadeira ao lado de Ben. "Sabe, se você está procurando algo mais leve, talvez eu possa te mostrar um dos meus livros favoritos. Não é sobre magia, mas é uma boa leitura. Talvez te distraia um pouco.". Ben sorriu com gratidão. "Eu adoraria. Às vezes, é bom sair um pouco das coisas complexas e só aproveitar algo simples.". Enquanto isso, Harry e Ron, que haviam seguido Ben e Hermione até a biblioteca, observavam de longe, claramente intrigados e um pouco surpresos com a atenção que Ben estava recebendo. "O que tem nesse cara?" Ron sussurrou para Harry. "Primeiro, ele anula um feitiço como se não fosse nada, e agora, todas as garotas estão interessadas nele.". Harry deu de ombros, ainda desconfiado. "Não sei, mas algo nele não está certo. Ele parece... fora do lugar. E aquele chifre? Nunca ouvi falar de ninguém assim no mundo da magia.". Enquanto isso, as garotas continuavam a conversar com Ben, cada uma tentando descobrir mais sobre o misterioso visitante. Ben, sendo o típico garoto desatento e alheio a qualquer forma de flerte, apenas tentava ser educado e amigável, completamente ignorante do fato de que ele estava no centro das atenções. "Você tem uma magia muito especial", disse Cho, com um sorriso afetuoso. "Acho que nunca conheci ninguém tão poderoso e tão humilde ao mesmo tempo.". Ben riu de leve, ainda sem entender. "Eu só tento não estragar as coisas", respondeu ele. "De verdade, eu prefiro deixar as histórias seguirem o curso delas. Não quero ser o cara que estraga o trabalho de um autor, sabe?". Luna sorriu, ainda com aquele brilho distante nos olhos. "Talvez você seja como uma espécie de guardião das histórias. Protegendo os universos sem interferir demais. Acho isso muito bonito.". Ben deu de ombros, olhando para o grupo com um sorriso meio envergonhado. "Eu só... faço o meu melhor. Mas, se alguém souber onde encontrar batatas fritas por aqui, seria de grande ajuda." Aquele comentário inesperado arrancou risadas das garotas, aliviando a tensão. Enquanto a noite caía sobre Hogwarts, Ben continuava seu passeio pela escola mágica, sem saber o quanto havia impactado aquelas pessoas — e, claro, sem a menor noção dos sentimentos crescentes ao seu redor. Mesmo em um mundo cheio de bruxos e magia, ele continuava a ser o mesmo garoto desajeitado, mas cheio de boas intenções, que viajava entre realidades, respeitando cada história como um universo sagrado. Enquanto a noite avançava em Hogwarts, Ben e o grupo de garotas continuavam a andar pelos corredores. O castelo estava mais silencioso, exceto pelo suave crepitar das tochas nas paredes e o eco dos passos deles no chão de pedra. Ben, ainda pensando no comentário casual sobre as batatas fritas, parecia alheio ao interesse constante das garotas ao seu redor. Ele observava as tapeçarias e quadros falantes nas paredes, os personagens neles acenando e sussurrando entre si sobre o "estranho garoto com o chifre". Ginny, determinada a manter a conversa leve, sugeriu: "Ei, se você quer tanto batatas fritas, talvez a gente possa passar pela cozinha. Os elfos domésticos sempre fazem algo delicioso por lá, especialmente à noite.". Os olhos de Ben se iluminaram. "Sério? Isso seria incrível!" Ele não fazia ideia de que o simples fato de mencionar comida estava criando um laço ainda mais forte com aquelas garotas que, de forma crescente, estavam cativadas pelo jeito genuíno e simples de Ben. Hermione, embora um pouco mais reservada, não podia deixar de sorrir. "Você parece ser bem fácil de agradar." "É que eu gosto das coisas simples, sabe? Com todo esse lance de viajar por universos e realidades, às vezes eu só quero relaxar e aproveitar uma boa comida." Ben olhou ao redor, os olhos verdes brilhando com uma alegria inocente. O grupo então desceu por um corredor que Ben não havia percebido antes. Era mais escuro, com tapeçarias antigas, e a temperatura parecia cair levemente. Ginny, que conhecia bem o caminho para a cozinha, liderava o grupo com passos rápidos. "Não se preocupe, é logo ali em frente," ela garantiu. Enquanto caminhavam, Luna se aproximou um pouco mais de Ben, observando-o atentamente. "Sabe, você parece muito tranquilo sobre a sua habilidade. A maioria das pessoas tentaria se aproveitar de algo tão poderoso. Mas você não.". Ben deu um leve sorriso, coçando o chifre como fazia sempre que estava tentando processar um pensamento. "Eu acho que é porque eu vejo tudo isso como... bem, responsabilidade. Tenho certeza de que as histórias e os universos existem por um motivo, e não quero ser o cara que destrói tudo porque ficou tentado a mudar algo. Imagine se eu decidisse que, sei lá, o final de um livro deveria ser diferente só porque não gostei. Eu respeito muito os autores e os mundos que eles criaram.". Cho, caminhando do outro lado dele, sorriu de forma compreensiva. "Você tem uma perspectiva rara. A maioria das pessoas não pensaria assim.". Nesse ponto, eles chegaram à cozinha, e Ginny bateu levemente na porta grande e rústica. Poucos segundos depois, um pequeno elfo doméstico abriu, seus olhos arregalados ao ver tantos estudantes. "Ah, visitantes tarde da noite! O que vocês gostariam, senhoras e senhor?" ele perguntou com um sorriso. "Batatas fritas, por favor!" Ben respondeu animadamente, para o divertimento das garotas. O elfo assentiu rapidamente e correu para dentro da cozinha, enquanto o grupo se acomodava ao redor de uma mesa grande. Luna começou a divagar sobre criaturas mágicas que, segundo ela, só eram visíveis sob a luz das estrelas, enquanto Ginny e Cho trocavam olhares cúmplices, observando como Ben interagia com as garotas, mas sem perceber nenhum dos sinais óbvios. Enquanto esperavam, Hermione aproveitou para aprofundar a conversa. "Então, Ben, você já esteve em outros universos de livros antes de vir para Hogwarts? Algum lugar famoso que você visitou?". Ben assentiu, ainda com um sorriso tímido. "Sim, alguns. Já estive em mundos de ficção científica, aventuras e até alguns bem diferentes... Acho que o mais estranho foi um universo onde os personagens eram feitos de massinha. Não foi fácil se adaptar lá.". Hermione franziu o cenho, intrigada. "E como você escolhe para onde vai?". "Eu meio que... sinto. É como se o meu chifre captasse algum tipo de vibração ou energia de realidades alternativas. Quando acontece, sou puxado para lá. Nunca sei onde vou parar, mas geralmente é interessante." Ben deu de ombros, como se fosse algo comum para ele. "O que eu aprendi é que cada universo tem suas próprias regras, então é sempre um desafio entender como as coisas funcionam sem interferir demais."..Neste momento, o elfo doméstico voltou com uma bandeja cheia de batatas fritas douradas e crocantes, que ele colocou com cuidado na mesa. Ben olhou para a comida como se fosse a coisa mais fantástica do mundo. "Uau, isso parece ótimo!". Ginny riu, entregando-lhe uma porção. "Aproveite, Ben.". Enquanto o grupo comia, a conversa fluiu naturalmente. Ben, mesmo com seu poder vasto, era surpreendentemente modesto e simples, o que fazia as garotas se sentirem à vontade perto dele. A noite parecia estar correndo tranquila até que, de repente, o chão sob seus pés tremeu levemente, e um som profundo ecoou pelos corredores. Todos pararam, olhos arregalados. "O que foi isso?" Cho perguntou, a voz levemente trêmula. Hermione se levantou, já em alerta. "Isso veio do lado de fora. Algo está errado.". Ben ficou de pé também, o chifre brilhando levemente, como se estivesse reagindo ao distúrbio na realidade. "Eu posso sentir algo... uma distorção na realidade. É como se houvesse uma quebra entre os mundos.". Harry e Ron, que tinham seguido o grupo discretamente até então, apareceram correndo pela cozinha. "Tem algo lá fora!" gritou Harry. "Os feitiços de proteção de Hogwarts estão oscilando. Alguma coisa... ou alguém... está tentando forçar a entrada.". Ben sentiu uma onda de responsabilidade correr por seu corpo. Ele sempre tentava evitar interferir diretamente nas realidades, mas, desta vez, parecia que algo estava além do controle normal de Hogwarts. Algo interdimensional, algo que talvez apenas ele pudesse entender ou lidar. Ele olhou para Hermione, Ginny, Luna, Cho e os outros. "Eu não sei o que está acontecendo, mas sinto que é algo grande. Talvez eu precise intervir dessa vez... mesmo que não queira.". O grupo trocou olhares preocupados, mas havia uma confiança silenciosa em Ben. Mesmo que ele fosse desajeitado e aparentemente desatento, havia uma aura de segurança em torno dele, como se, apesar de tudo, ele soubesse exatamente o que precisava fazer. Com o som do chão tremendo novamente e o céu do lado de fora ficando ameaçador, Ben respirou fundo e se preparou. "Bom... parece que a noite vai ser mais longa do que eu esperava.". Ben soltou uma risada suave enquanto se encostava em uma parede da cozinha, recuperando o fôlego após o intenso esforço. Embora o perigo imediato estivesse passado, ele sabia que ainda havia algo mais que precisava fazer. A fenda interdimensional que quase havia desmoronado o tecido da realidade deixara pequenas falhas — fragmentos invisíveis, mas perceptíveis para alguém com o poder de Ben. O universo de Harry Potter ainda estava vulnerável, como um cristal trincado após um grande impacto.Ele olhou ao redor, observando os rostos aliviados de Hermione, Ginny, Luna e os outros, todos confiantes de que o pior já tinha passado. Mas Ben sabia que não podia deixar aquilo daquele jeito. Ele sempre teve um imenso respeito pelos autores dos universos que visitava, e J.K. Rowling, como criadora de um mundo tão rico e complexo, merecia ainda mais respeito. Se eu não consertar isso direito, vai ser como deixar uma obra-prima com falhas, ele pensou. Respirando fundo, Ben ficou de pé, e desta vez, a expressão em seu rosto era de profunda concentração e respeito. "Eu preciso fazer algo a mais", ele murmurou para si mesmo, mas alto o suficiente para que Hermione, ao seu lado, ouvisse. Ela franziu o cenho, preocupada. "O que você quer dizer? A fenda está fechada. Está tudo bem agora, certo?".Ben sorriu levemente, mas havia uma seriedade nos seus olhos. "Não exatamente. O tecido da realidade aqui foi danificado. Eu fechei a fenda, mas o equilíbrio do universo de vocês ainda está... trincado. Pode parecer que está tudo normal, mas há pequenas falhas que podem crescer com o tempo. E eu não posso deixar isso assim. O universo que J.K. Rowling criou merece ser restaurado completamente.". Harry e Ron se aproximaram, ouvindo a conversa, enquanto Ginny e Luna observavam em silêncio. "Então o que você vai fazer?" perguntou Harry, claramente intrigado com o que estava por vir. Ben levantou a mão até o chifre, que começava a brilhar novamente, desta vez com uma luz mais suave e cálida, como o brilho de estrelas distantes. As pequenas manchas que cobriam seu corpo também começaram a reluzir, refletindo um céu noturno perfeito. Ele respirou fundo e explicou: "Vou restaurar a estrutura da realidade-narrativa deste universo. Vou fazer isso com o máximo de respeito, para que tudo volte ao estado perfeito em que foi criado. O que estou prestes a fazer é como... devolver a integridade à obra de arte de alguém.". A cozinha estava mergulhada em silêncio. Mesmo Luna, que sempre parecia em seu próprio mundo, agora estava com os olhos fixos em Ben, curiosa e fascinada. O que ele estava prestes a fazer era algo que nenhum deles conseguia realmente compreender. Ben fechou os olhos, e o brilho de seu chifre aumentou, criando um leve campo de distorção ao seu redor. Ele começou a se concentrar profundamente, canalizando sua ontocinese para o propósito mais nobre que conhecia: restaurar, e não modificar. Ele não estava tentando alterar a história ou mudar os personagens — apenas devolver o equilíbrio natural que tinha sido comprometido. Lentamente, o castelo de Hogwarts ao redor começou a responder ao poder de Ben. O chão sob seus pés vibrou suavemente, mas não de uma maneira ameaçadora como antes. Era como se o próprio universo estivesse respirando aliviado, voltando ao seu estado ideal. As paredes, os tetos, até mesmo as tapeçarias antigas e os quadros nas paredes brilharam por um breve momento, como se estivessem sendo tocados pela luz da criação original. A mágica de Hogwarts, tão poderosa e fundamental para aquele mundo, parecia ressurgir com uma intensidade renovada, vibrando em harmonia com o que Ben estava fazendo. Os personagens nos quadros observavam em silêncio, alguns acenando em reconhecimento, outros apenas sussurrando entre si, cientes de que algo monumental estava acontecendo. Lentamente, o campo de distorção ao redor de Ben começou a se expandir, passando pelos corredores de Hogwarts, alcançando os jardins externos, e até mesmo tocando os limites mágicos que protegiam o castelo. Era como se ele estivesse restaurando não apenas o presente, mas todas as nuances de realidade que haviam sido levemente abaladas pela fenda. Cada detalhe da narrativa estava sendo cuidadosa e respeitosamente reparado, preservando a visão e o trabalho de J.K. Rowling. Luna, observando com sua típica tranquilidade, sussurrou: "Ele está cuidando das pequenas estrelas invisíveis desse universo, como se fosse o guardião delas.". Depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade, Ben baixou as mãos e o brilho ao redor dele começou a diminuir, até que desapareceu por completo. Ele abriu os olhos e soltou um longo suspiro, sentindo o peso de sua tarefa finalmente completar. Ele havia restaurado o equilíbrio, e agora o universo de Harry Potter estava tão intacto quanto no momento em que foi criado. Hermione, que estivera quieta até então, deu um passo à frente. "Ben... você realmente fez isso? Restaurou o universo inteiro?".Ben assentiu, cansado mas satisfeito. "Sim. Não só fechei a fenda, mas também restaurei tudo o que foi afetado. Agora, este lugar está como J.K. Rowling o imaginou. Sem falhas, sem distorções. Isso foi o mínimo que eu poderia fazer por ela.". Harry olhou para ele, claramente impressionado. "Nunca vi nada assim. Você respeita muito os mundos pelos quais passa. E isso... isso faz você diferente de qualquer outra pessoa que já conhecemos.". Ben deu de ombros, tentando minimizar o feito monumental. "Eu acho que, quando você pode moldar realidades, é sua responsabilidade cuidar delas com respeito. Eu só faço o meu melhor para não interferir demais. Cada universo tem seu próprio propósito, sabe? Quem sou eu para mudar isso?". Ginny deu um sorriso caloroso, ainda tocada pelo que havia presenciado. "Você não é só um viajante de realidades, Ben. Você é como um guardião. Um protetor das histórias.". Ben, visivelmente exausto, riu suavemente. "Sei lá... talvez. Eu só sei que agora está tudo certo por aqui. E, de verdade, eu ainda estou pensando naquelas batatas fritas.", A leveza de seu comentário fez o grupo rir, aliviando a tensão do momento monumental que acabara de acontecer. Mesmo depois de restaurar um universo inteiro, Ben continuava sendo aquele garoto simples e despretensioso, mais preocupado com as pequenas alegrias da vida do que com a grandiosidade de seus próprios poderes. Enquanto todos se acomodavam novamente à mesa da cozinha, as risadas e conversas começaram a fluir com mais naturalidade. O perigo havia passado, e Hogwarts estava segura — graças a Ben, o viajante interdimensional que nunca deixava de respeitar as histórias que tanto amava. E assim, enquanto o aroma das batatas fritas finalmente enchia a cozinha, a noite em Hogwarts seguia tranquila, com os personagens de um mundo restaurado e preservado, continuando sua história exatamente como deveria ser, nas mãos cuidadosas de um protetor interdimensional. Enquanto as risadas ecoavam pela cozinha, o aroma quente e reconfortante das batatas fritas invadia o ar. Ben, visivelmente mais relaxado após a restauração monumental da realidade de Hogwarts, se sentou novamente à mesa ao lado de Ginny, Hermione, Luna, Harry e Ron. A atmosfera leve contrastava com o enorme feito que ele havia acabado de realizar. Ben, comendo uma porção de batatas fritas, tentava afastar o cansaço visível em seu rosto. Mesmo com o poder que possuía, usar a ontocinese em uma escala tão ampla o deixava esgotado. Luna, com sua típica serenidade, inclinou a cabeça para o lado, observando Ben como se ele fosse uma espécie rara de criatura mágica. "Você deve ver o universo de uma maneira bem diferente da nossa, não é?" Ela comentou com sua voz suave, como se estivesse divagando em um pensamento distante. "Afinal, poucos podem moldar realidades como você.". Ben sorriu levemente, limpando as mãos após mais uma mordida. "É, de certa forma... Eu vejo como se fossem camadas empilhadas, mas todas conectadas. É como um tecido de histórias, e cada mundo, cada narrativa, faz parte dele. O desafio é saber quando intervir e quando deixar as coisas seguirem o curso que deveriam.". Harry, ainda incrédulo com o que havia testemunhado, o encarou com uma mistura de curiosidade e respeito. "Mas... por que não usar esse poder mais vezes? Se você pode consertar e restaurar realidades, por que não simplesmente reescrever as partes ruins de um universo, ou mesmo evitar que vilões como Voldemort existam? Você poderia evitar tanto sofrimento.". Ben deu um leve suspiro, seu sorriso desaparecendo por um momento enquanto considerava a pergunta. "É tentador pensar assim, Harry. E você está certo, eu poderia apagar certos eventos, consertar algumas coisas que parecem injustas ou dolorosas. Mas... se eu fizesse isso, eu estaria mudando a essência do que esses universos são. O sofrimento, os desafios, as vitórias... tudo isso faz parte das histórias que foram criadas. Os autores, assim como a vida, escreveram essas jornadas com seus altos e baixos por um motivo.". Hermione, sempre racional, assentiu, entendendo a profundidade do que ele estava dizendo. "Você não está apenas respeitando a criação dos autores, mas também as lições e os crescimentos que surgem desses desafios, certo?".Ben concordou. "Exatamente. Não posso interferir no desenvolvimento natural de um universo, mesmo que pareça injusto. Se eu começasse a mudar tudo o que é doloroso ou difícil, a história perderia seu impacto. Os personagens perderiam suas jornadas, e as lições que surgem dos momentos sombrios também desapareceriam. Eu só me permito consertar o que foi quebrado por algo que não deveria estar lá — como hoje, quando a fenda começou a distorcer tudo. Mas, no mais... deixo que as histórias sigam seu curso.". Ginny, que até então observava em silêncio, sorriu para ele, com uma mistura de admiração e compreensão. "Então você realmente respeita os universos, e não só os vê como playgrounds para suas habilidades. Isso é... impressionante.". Ben deu um sorriso envergonhado, coçando o chifre levemente, como fazia sempre que ficava sem graça. "Eu só tento ser o mais cuidadoso possível. Para mim, o que os autores criam é sagrado. Eles colocam partes de si mesmos nas histórias, e eu nunca poderia estragar isso.". Ron, que até agora parecia quieto, finalmente falou, ainda mastigando um pedaço de batata frita. "Isso explica porque você não quis usar seus poderes para nos ajudar contra aquela coisa no começo. Você queria ter certeza de que não ia bagunçar nada.". Ben riu. "Exatamente, Ron. É tentador resolver tudo num piscar de olhos, mas isso tira o valor das experiências. Hogwarts, por exemplo, é um lugar de aprendizado e crescimento. Não só na magia, mas na vida. Eu jamais iria querer atrapalhar isso.". Enquanto eles conversavam, uma suave corrente de magia pareceu percorrer o castelo, como um sinal de que o equilíbrio havia sido realmente restaurado. A magia de Hogwarts, sentida por aqueles que estavam em sintonia com ela, parecia mais forte, mais vibrante. Os quadros nas paredes cochichavam novamente entre si, agora com expressões de curiosidade e admiração direcionadas a Ben. Até os fantasmas que flutuavam pelos corredores pareciam notar a diferença, suas figuras translúcidas mais nítidas do que antes. De repente, um som profundo e ecoante veio do alto da escada próxima à cozinha. O grupo se virou para ver Dumbledore descendo lentamente, seus olhos brilhando por trás dos óculos de meia-lua. Sua presença sempre trazia uma aura de sabedoria e serenidade, e todos os alunos ficaram em silêncio quando ele se aproximou. "Ah... o jovem viajante que restaurou o equilíbrio de nossa realidade." A voz de Dumbledore era suave, mas carregada de profundidade. Ele sorriu gentilmente para Ben, os olhos observando-o com grande interesse. "Fiquei sabendo da sua façanha. Você lidou com algo que poucos de nós sequer conseguiriam compreender.".Ben, ainda sem jeito com toda a atenção, apenas deu de ombros. "Eu só fiz o que precisava ser feito. Não podia deixar que esse universo fosse danificado por algo de fora.". Dumbledore assentiu lentamente, seus olhos brilhando ainda mais. "Você não apenas protegeu este mundo, mas demonstrou um profundo respeito por ele. É raro encontrar alguém com tanto poder que compreenda a importância da sutileza e da responsabilidade." Ele então sorriu, mais calorosamente. "Afinal, não são as grandes mudanças que definem uma história, mas os pequenos momentos que mantêm sua integridade.". Ben sorriu, sentindo uma conexão especial com Dumbledore, como se o diretor entendesse sua abordagem melhor do que qualquer um. "É exatamente isso. Eu só quero garantir que cada universo siga seu curso... sem interferências desnecessárias.". Dumbledore, sempre sábio, se inclinou levemente, com um ar de reconhecimento. "Você, meu jovem, é um verdadeiro guardião das histórias. E, por isso, nós, em Hogwarts, estamos em dívida com você.". Antes que Ben pudesse responder, Dumbledore virou-se para os demais alunos e continuou: "Agora, sugiro que aproveitem esta noite tranquila. Parece que a jornada de todos nós continua, exatamente como deve ser.". Enquanto Dumbledore se afastava, o grupo de amigos voltou sua atenção para Ben, com um novo entendimento e admiração. A atmosfera na cozinha de Hogwarts, antes carregada de tensão e mistério, agora era leve e cheia de gratidão. Ben, embora poderoso e com responsabilidades imensas, permaneceu fiel à sua essência simples e genuína. E enquanto a noite seguia, entre conversas, risadas e porções de batatas fritas, o viajante interdimensional — aquele que respeitava o tecido da narrativa e o poder das histórias — tinha feito mais do que restaurar um universo. Ele havia mostrado, a todos ali, que até mesmo o maior dos poderes deve ser usado com respeito, humildade e amor pelas histórias que nos fazem quem somos. Com a presença de Dumbledore agora desaparecendo pelos corredores de Hogwarts, a atmosfera na cozinha se tornou ainda mais leve, como se um grande peso tivesse sido removido. Ben, apesar de ainda um pouco exausto por tudo o que fizera, sentia uma tranquilidade profunda. Ele havia feito sua parte e, mais importante, respeitado o legado de J.K. Rowling e o equilíbrio deste universo. Hermione, sempre ávida por aprender mais, se inclinou um pouco para Ben. "Você disse que já esteve em outros universos. Qual foi o mais estranho? E como você lida com todas as diferentes regras de cada lugar?". Ben sorriu, já acostumado com a curiosidade de pessoas como Hermione. "Ah, o mais estranho foi, definitivamente, um universo onde tudo era feito de doces. O chão era feito de gelatina, as árvores de algodão doce, e até as pessoas eram feitas de biscoito. A maior parte das regras lá envolvia se segurar para não comer o próprio ambiente!" Ele deu uma risada, relembrando a cena caótica. "Quanto às regras... bem, cada lugar tem suas leis físicas e narrativas. O truque é não mexer muito nelas. Se eu começar a tentar dobrar as regras de um universo, acabo virando uma espécie de 'anomalia', e isso pode causar ainda mais estragos.". Harry sorriu ao ouvir a história do mundo de doces. "Eu imagino Ron não querendo sair de lá nunca.". Ron, que já estava rindo com a boca cheia de batata frita, confirmou com um aceno exagerado. "Eu viveria lá feliz para sempre. Literalmente!". Todos riram, e o grupo, mesmo após toda a tensão, parecia mais unido, como se tivessem compartilhado algo grandioso. Ginny olhou para Ben, ainda com admiração nos olhos, e perguntou: "E o que você faz quando não está viajando entre universos? Existe um 'lar' para você?"..A pergunta pegou Ben de surpresa, e ele demorou alguns segundos para responder, coçando o chifre. "Lar? É meio complicado. Eu meio que... estou sempre viajando. Nunca fico muito tempo em um lugar. Mas eu diria que o conceito de 'lar' para mim é mais sobre as pessoas que encontro. Eu me sinto em casa quando estou cercado de boas pessoas, como agora." Ele sorriu, olhando para todos na mesa. Hermione o observou, como se estivesse tentando desvendar mais do que ele dizia. "Você vive de forma tão solta, sem um lugar fixo. Isso não é... solitário?". Ben parou por um momento. O pensamento da solidão havia passado por sua mente muitas vezes durante suas viagens. Embora ele visitasse muitos lugares e conhecesse muitas pessoas, raramente tinha a chance de se conectar verdadeiramente com alguém, já que logo acabava partindo. Mas aqui, com esse grupo de amigos, ele se sentia aceito, e isso era raro para ele. "Às vezes, é", ele admitiu. "Mas aí eu encontro pessoas como vocês. E isso faz tudo valer a pena.". As palavras dele tocaram o grupo. Ginny sorriu gentilmente, seus olhos castanhos brilhando. "Então, talvez você devesse ficar mais tempo aqui. Hogwarts tem espaço para mais um, você sabe. Além do mais, nunca se sabe quando outra realidade pode tentar romper por aqui de novo.".Luna, que sempre via as coisas de forma única, também se pronunciou. "Sim, e quem sabe? Talvez você veja algumas criaturas mágicas que só aparecem sob as estrelas aqui. Você pode aprender muito em Hogwarts.". Ben riu suavemente, mas o convite o tocou. Era raro encontrar um lugar onde ele se sentisse tão à vontade e respeitado. "Eu agradeço. Realmente agradeço. Talvez eu fique um pouco mais, pelo menos até o meu chifre começar a sentir outra fenda dimensional.". Harry, que havia permanecido em silêncio por um tempo, observando o desenrolar da conversa, colocou a mão no ombro de Ben. "Sabe, você pode não ser um bruxo, mas fez algo que nem mesmo os mais poderosos aqui poderiam ter feito. Hogwarts tem muito a aprender com alguém como você.". A cozinha ficou em silêncio por um momento, com todos digerindo o que Harry acabara de dizer. Ben, sempre humilde, apenas acenou com a cabeça. "Eu só fiz o que precisava ser feito. Mas... acho que seria bom aprender um pouco mais sobre o mundo de vocês. Talvez haja algo que eu possa levar comigo nas minhas viagens.". Hermione, sempre pronta para ensinar, abriu um sorriso entusiasmado. "Nós podemos te mostrar tudo! Existem livros incríveis na biblioteca de Hogwarts sobre magia, criaturas mágicas, e até mesmo feitiços antigos que nem usamos mais. Você provavelmente adoraria saber mais sobre como a magia funciona aqui.". Ben assentiu. "Eu adoraria. Mas vou ser honesto, não sou muito bom com livros..." Ele olhou para Hermione com um sorriso torto. "Eu posso precisar da sua ajuda para entender as coisas.". Hermione riu. "Eu terei prazer em ajudar.". Luna, com seu olhar sonhador, também acrescentou: "E eu posso te mostrar os lugares mais silenciosos do castelo. Há cantos que parecem existir fora do tempo, onde as estrelas parecem estar mais próximas.". Ginny olhou para Ben, claramente contente com a ideia dele ficar mais um tempo. "E quem sabe? Podemos te levar para assistir a um jogo de Quadribol. Você tem que ver o Harry jogar. É a melhor coisa do mundo!". Ben, visivelmente tocado por todas as ofertas, apenas sorriu. "Acho que vou aproveitar a hospitalidade de vocês por um tempo. Quem sabe, né?". Enquanto as horas passavam e o grupo conversava animadamente, as luzes da cozinha começaram a diminuir, e a escola ao redor deles ficava em silêncio. A noite avançava, e as estrelas visíveis pelas janelas de Hogwarts brilhavam como se estivessem assistindo àquele momento especial de camaradagem. Ben, sentado à mesa, olhou ao redor, percebendo o quanto se sentia acolhido ali. Havia algo de especial em Hogwarts — talvez fosse a magia do lugar, ou talvez fosse o fato de que, pela primeira vez em muito tempo, ele se sentia realmente em casa. Mesmo que soubesse que em algum momento teria que partir, naquele momento, ele estava satisfeito em simplesmente existir naquele universo, sem o peso de mudar ou moldar nada. Ele olhou para as estrelas através da janela, as mesmas que ele sempre via refletidas em sua própria pele. Cada uma delas representava um universo, uma história, e ele estava determinado a protegê-las. Mas, por agora, ele estava apenas feliz em estar onde estava — cercado por amigos, batatas fritas e histórias esperando para serem descobertas. E assim, na cozinha tranquila de Hogwarts, o protetor dos universos encontrou um raro momento de paz, em um mundo onde magia e amizade se entrelaçavam perfeitamente. Enquanto Ben seguia seu caminho em direção a Rivendell, a noite ao seu redor se tornava mais densa, com a lua alta iluminando o céu cheio de estrelas. Cada passo que ele dava era acompanhado pelo leve pulsar de X, o chifre em sua testa, como um lembrete constante de seu poder e da responsabilidade que carregava. As árvores ao seu redor balançavam suavemente com a brisa, e o som de um riacho distante misturava-se ao farfalhar das folhas, criando uma atmosfera quase serena, apesar das sombras que se moviam ao longe. Conforme ele caminhava, Ben não podia evitar os pensamentos sobre o que o esperava em Rivendell. O Conselho de Elrond seria um ponto crítico na narrativa da Terra-Média, onde as decisões que moldariam o destino de todos seriam tomadas. O Anel estava nas mãos de Frodo, e o fardo que ele carregava só aumentaria a partir dali. Ben sabia que, embora ele não estivesse destinado a interferir diretamente, sua presença naquele momento era crucial. Ele precisava garantir que as forças da escuridão — incluindo a influência crescente de Sauron — não alterassem o curso da história. Enquanto caminhava, o chifre pulsou novamente, mas desta vez, mais intenso. Era quase como um alerta. Ben parou, sentindo o ar ao seu redor se tornar ligeiramente mais denso, como se algo estivesse prestes a acontecer. Ele fechou os olhos e permitiu que X transmitisse as informações. Visões começaram a surgir em sua mente. Ele viu imagens rápidas de Rivendell, o grande salão de Elrond preparado para o conselho, com líderes das várias raças já se reunindo. Frodo estava lá, com o Anel brilhando em sua corrente. Mas então, a visão mudou. Ele viu algo distorcido, uma presença que não deveria estar ali. Uma sombra se movia ao redor de Frodo, quase imperceptível, mas o suficiente para fazer Ben entender que algo estava profundamente errado. Sauron, de alguma forma, estava tentando influenciar o Conselho, estendendo seus tentáculos invisíveis para tentar corromper o equilíbrio do poder naquele momento crucial. Ben franziu o cenho, ciente de que a simples presença do Anel era o suficiente para atrair as trevas, mas isso parecia diferente. O poder de Sauron estava crescendo, e sua sombra estava se movendo para distorcer os eventos antes mesmo que começassem. A pulsação do chifre ficou mais forte, quase como uma advertência, e Ben soube que teria que tomar uma decisão em breve. Ele sempre se esforçara para não interferir diretamente, mas sabia que, desta vez, ele não poderia ficar de fora completamente. Se Sauron estivesse tentando corromper o Conselho, as decisões que seriam tomadas ali poderiam ser comprometidas. Era essencial que a narrativa permanecesse intacta, e que Frodo seguisse seu caminho — sem que a sombra do Senhor do Escuro o dominasse naquele momento. Ben olhou para o horizonte, sentindo o peso da responsabilidade crescer em seu peito. Ele não estava destinado a ser o herói, mas talvez fosse hora de agir de uma maneira mais sutil. O poder de X podia fazer qualquer coisa, mas ele sabia que o uso irresponsável daquele poder poderia destruir o delicado equilíbrio que ele tanto respeitava.Ele ponderou suas opções. X era ilimitado, mas Ben precisava ser o guardião da moderação. A interferência de Sauron estava prestes a acontecer, e Ben tinha que encontrar uma maneira de neutralizar essa influência sem quebrar a história. Talvez ele pudesse usar o poder de X para criar uma espécie de proteção ao redor de Frodo e do Conselho, uma barreira invisível que manteria a escuridão afastada, mas sem afetar diretamente o curso dos eventos. Com essa ideia em mente, Ben respirou fundo e, pela primeira vez em muito tempo, decidiu que iria utilizar o poder de X de uma forma mais profunda do que estava acostumado. Ele fechou os olhos, concentrou-se no fluxo de energia que emanava de seu chifre, e começou a moldar uma proteção sutil. Não era uma barreira física. Em vez disso, era uma camada de proteção sobre a narrativa, uma forma de garantir que as palavras ditas no Conselho de Elrond fossem verdadeiras, que a influência de Sauron fosse limitada naquele espaço, e que Frodo pudesse tomar suas decisões sem a sombra do Senhor do Escuro manipulando seus pensamentos. Enquanto ele trabalhava nessa barreira, o poder de X parecia se expandir, tocando o próprio tecido da realidade. Ben sentia o poder vibrar através dele, como se estivesse tocando as fundações da Terra-Média. Era um poder vasto, assustadoramente vasto, mas ele o manipulava com cuidado, como um artesão trabalhando em uma peça delicada de vidro. Conforme a barreira se formava, Ben sentiu o ar ao seu redor mudar. A escuridão que parecia se aproximar, a presença sutil de Sauron que ele havia percebido antes, começou a se dissipar, como se sua influência estivesse sendo suavemente repelida. Ele sabia que isso não duraria para sempre. A batalha pela Terra-Média ainda estava apenas começando, e Sauron não seria detido por uma simples intervenção temporária. Mas, naquele momento, ele havia comprado tempo. Tempo suficiente para que o Conselho acontecesse da maneira que deveria, para que o destino de Frodo fosse decidido pelas forças do bem, e não pelas sombras. Quando Ben abriu os olhos novamente, sentiu-se exausto, mas satisfeito. A barreira estava em vigor, e por enquanto, o Conselho de Elrond estaria protegido. Frodo, Aragorn, Gandalf e os outros poderiam tomar suas decisões sem a influência corruptora de Sauron. Ben sabia que isso era o máximo que podia fazer naquele momento — e que havia feito sem violar as regras da narrativa. Ele olhou para o horizonte uma última vez antes de continuar a caminhar. Rivendell estava à vista agora, seus contornos brilhando à luz da lua. Ele sabia que não seria convidado para o Conselho, mas estaria lá, à margem, garantindo que as peças do jogo se movessem como deveriam. O chifre, agora mais silencioso, pulsava levemente, como se aprovasse o que Ben havia feito. X tinha o poder de fazer qualquer coisa, mas, com a orientação de Ben, aquele poder havia sido usado para preservar, e não destruir. Era isso que tornava Ben único. Mesmo com um poder ilimitado, ele era o guardião da moderação, um viajante entre mundos que preferia observar e respeitar as histórias, intervindo apenas quando absolutamente necessário. E assim, Ben seguiu em direção a Rivendell, ciente de que sua jornada na Terra-Média estava longe de terminar. O destino daquele mundo estava em movimento, e ele continuaria a caminhar nas sombras, sempre atento, sempre pronto para garantir que o equilíbrio fosse mantido. Afinal, essa era sua missão: caminhar entre realidades, respeitando os mundos que ele tanto amava, e usando seu poder apenas quando o destino realmente precisasse dele. Com um último suspiro, Ben se apressou, sentindo o vento em seu rosto. A Terra-Média precisava de equilíbrio, e ele estava lá para garantir que ela o encontrasse — sem quebrar a magia, mas sendo parte dela, de maneira sutil e cuidadosa. Ben respirou fundo, sentindo o frescor da noite enquanto continuava sua caminhada em direção a Rivendell. A grande cidade élfica, com suas torres graciosas e cachoeiras cintilantes, agora se revelava à distância, banhada pela luz prateada da lua. O vento que soprava suavemente trazia o aroma de árvores antigas e flores delicadas, misturando-se ao som suave da água que corria por entre as pedras. Rivendell parecia um refúgio de paz em meio ao caos que se aproximava da Terra-Média, mas Ben sabia que aquele lugar, por mais sereno que fosse, logo seria palco de decisões críticas que moldariam o destino de todos. O poder de X, o chifre em sua testa, pulsava levemente, quase como se estivesse se ajustando ao ambiente ao redor. Ben podia sentir o fluxo de energia na Terra-Média, algo profundo e ancestral. Esse mundo era diferente, cheio de magia sutil e histórias antigas que se entrelaçavam com o próprio tecido da realidade. Mesmo sem interferência, Ben sabia que cada ação — cada palavra ou pensamento — poderia influenciar o delicado equilíbrio daquele lugar. Ele se perguntava se X também compreendia isso, pois o chifre sempre se comportava de maneira mais cautelosa na Terra-Média, quase como se respeitasse as regras invisíveis desse universo tanto quanto ele. Conforme ele se aproximava das margens de Rivendell, Ben começou a notar um movimento nas sombras das árvores próximas. Figuras ágeis, de passos leves e graciosos, espreitavam por entre os troncos. Elfos. Eles já sabiam de sua aproximação, como seria de se esperar de um povo tão perceptivo e guardiões de sua terra. Ben não estava preocupado; sua presença não era uma ameaça, e ele tinha certeza de que logo seria visto como um viajante curioso, e não um intruso. Ainda assim, ele sabia que precisava ser cuidadoso. Rivendell era um lugar sagrado, uma terra de conhecimento e sabedoria, e qualquer desequilíbrio poderia ser sentido ali com facilidade. Ele parou à beira de uma ponte de pedra que atravessava um pequeno riacho e olhou para a grandiosidade à sua frente. As árvores altas e majestosas cercavam o caminho que levava ao coração de Rivendell, onde os salões de Elrond estavam cheios de luzes brilhando como estrelas. A beleza do lugar era inegável, mas Ben sabia que, atrás dessa tranquilidade, havia tensão. O Conselho de Elrond estava prestes a se reunir, e com ele viriam discussões sobre o destino do Anel e, consequentemente, do mundo. Antes que ele pudesse dar mais um passo, uma figura alta e imponente apareceu à sua frente. Elrond, senhor de Rivendell, surgiu das sombras com a graça natural dos Elfos, seus olhos brilhando com a sabedoria de eras. Ele olhou para Ben com uma expressão que não era de hostilidade, mas de curiosidade e avaliação. O silêncio entre os dois era carregado de entendimento. Elrond, com sua experiência e conexão profunda com a Terra-Média, provavelmente sabia mais sobre Ben do que qualquer um até então. — Viajante de terras distantes — começou Elrond, sua voz ecoando suavemente, como o som de uma brisa passando por entre as árvores. — Sua chegada foi sentida. Você carrega consigo um poder que não pertence a este mundo, mas também não traz consigo malícia. Ainda assim, sua presença desperta perguntas. Quem é você, e por que vem à minha terra em um momento tão delicado? Ben hesitou por um segundo. Ele sabia que Elrond não seria facilmente enganado, e que o senhor de Rivendell provavelmente já tinha uma boa ideia de quem ou o que ele era. Ainda assim, era necessário ser honesto, mas cauteloso. — Meu nome é Ben — respondeu ele, em um tom calmo. — Eu sou um viajante. Caminho entre mundos, universos de ficção, sem intenção de alterá-los ou causar danos. Apenas... observo e, às vezes, ajudo, quando a situação exige. Elrond o estudou por mais alguns segundos, seus olhos percorrendo o chifre em sua testa. X, como de costume, pulsava levemente, mas parecia manter-se tranquilo. Ben sabia que o chifre estava consciente do poder que cercava aquele lugar e, por alguma razão, respeitava o ambiente mágico de Rivendell. — Você fala com sinceridade, Ben — disse Elrond finalmente, seus olhos suavizando um pouco. — E seu poder... é vasto, mas controlado. No entanto, a Terra-Média está em uma encruzilhada. A sombra de Mordor cresce a cada dia, e o Anel está aqui, em Rivendell. Há mais em jogo do que palavras podem descrever. Por isso, sua presença deve ser observada com atenção. Ben assentiu, compreendendo a preocupação de Elrond. Ele sabia que, com seu poder, qualquer desvio na história poderia trazer consequências imprevisíveis. Mas ele também sabia que não poderia se afastar completamente. — Eu entendo a gravidade da situação — disse Ben. — E é por isso que estou aqui, não para interferir diretamente, mas para garantir que as forças do mal não distorçam o caminho natural que este mundo deve seguir. Elrond permaneceu em silêncio por mais alguns momentos, como se estivesse ponderando as palavras de Ben. Ele sabia que a presença de Ben poderia ser tanto uma bênção quanto um risco, mas o próprio senhor de Rivendell era sábio o suficiente para reconhecer que o viajante era diferente dos inimigos que enfrentava. — Muito bem — disse Elrond, finalmente. — Você é bem-vindo em Rivendell, mas deve permanecer nas sombras. As decisões que serão tomadas nos próximos dias serão críticas para o futuro de todos nós. Cuidado para não alterar o curso da história de maneira irreparável. Ben agradeceu com um leve aceno de cabeça, entendendo a responsabilidade que carregava. Elrond, com um último olhar enigmático, virou-se e caminhou para longe, desaparecendo entre as árvores com a mesma graça silenciosa com que havia chegado. Ben ficou ali por mais alguns momentos, contemplando o que estava por vir. O Conselho de Elrond logo começaria, e ele sabia que o destino do Anel seria decidido ali. Frodo, Aragorn, Legolas, Gimli e os outros logo estariam juntos, e a jornada que moldaria o destino da Terra-Média estava prestes a começar. Mas havia mais do que isso. O pulsar de X estava cada vez mais intenso, e Ben sabia que Sauron estava se movendo nas sombras, tentando influenciar os eventos de maneiras sutis, buscando corromper o Conselho e tomar o controle do Anel. A barreira que Ben havia criado para proteger o Conselho estava funcionando por enquanto, mas ele sabia que o poder do Senhor do Escuro era imenso. A luta pela Terra-Média não seria fácil, e Ben teria que estar pronto para agir novamente, se necessário. Ainda assim, por enquanto, ele permaneceu em seu lugar, observando de longe. Ele não faria parte da reunião, mas seu papel seria importante nos bastidores. Ben sabia que às vezes a maior força estava em não agir, mas em observar e garantir que as coisas seguissem seu curso natural. Com um suspiro, ele olhou para o céu noturno, suas estrelas brilhando como promessas distantes. A Terra-Média estava à beira de uma guerra, e o destino de muitos dependia das decisões que seriam tomadas. E, enquanto as forças se alinhavam para a batalha final, Ben estava ali, pronto para manter o equilíbrio — com todo o poder de X à sua disposição, mas com um coração que sempre optava pela prudência. Ele deu mais um passo à frente, adentrando as sombras de Rivendell, onde ele permaneceria, atento, cuidando para que a história seguisse seu caminho. O poder que carregava era infinito, mas Ben sabia que o verdadeiro desafio era usar esse poder de maneira a não destruir aquilo que ele tanto respeitava. E assim, ele esperaria. A Terra-Média precisava de equilíbrio, e ele estava lá para garantir que esse equilíbrio fosse mantido, sempre nas sombras, mas nunca longe do que realmente importava. Ben avançava lentamente pelas sombras de Rivendell, mantendo-se discreto, com passos silenciosos que se misturavam ao ambiente sereno e mágico ao seu redor. A cidade élfica era, sem dúvida, um dos lugares mais impressionantes que já havia visitado em seus muitos saltos entre realidades. As construções de pedra branca e as pontes que cruzavam riachos cristalinos faziam com que Rivendell parecesse uma obra de arte viva, onde a natureza e a arquitetura se fundiam em harmonia. O poder mágico que permeava o ar era palpável, e até mesmo o chifre de Ben, X, parecia mais calmo e menos pulsante naquele ambiente. Mas isso não duraria muito. Ben sabia que a paz de Rivendell era uma fina camada sobre uma realidade em rápida mudança. Ele já conseguia sentir a tensão nos salões da cidade. O Conselho de Elrond se reuniria em breve, e o peso de cada decisão que fosse tomada poderia determinar o destino da Terra-Média. Ele não podia deixar de se sentir um pouco apreensivo — por mais que confiasse na sabedoria de Elrond e dos outros que estariam presentes, a sombra de Sauron era implacável. O Senhor do Escuro não ficaria parado enquanto o Anel permanecesse fora de seu alcance. O chifre de Ben, X, começou a pulsar novamente, dessa vez mais forte e constante. Ele sentiu as vibrações sutis em sua mente, e isso o alertou para algo incomum. O chifre não pulsava sem motivo — havia algo acontecendo, algo que exigia sua atenção. Ele parou por um momento, encostando-se à sombra de uma grande árvore, e fechou os olhos, permitindo que as informações fluíssem através dele. Uma visão se formou rapidamente. Ele viu Frodo, com o Anel em sua corrente, sentado entre os outros no grande salão de Elrond. A reunião estava acontecendo, e as discussões sobre o destino do Anel estavam esquentando. Boromir, o capitão de Gondor, parecia nervoso e agitado, insistindo que o Anel poderia ser usado contra Sauron. A tensão no ambiente era palpável, e Ben podia sentir o peso crescente da influência do Anel naquele espaço. Mas, por trás da discussão acalorada, havia algo mais sinistro. De repente, ele viu. Uma sombra fina, quase imperceptível, movendo-se pelas bordas da visão, envolvendo o Conselho como uma teia invisível. Era Sauron. Sua influência, ainda que distante e sutil, estava presente, tentando corromper as mentes ali reunidas, tentando plantar dúvidas e ambição. Era como um veneno que se espalhava lentamente, invisível, mas letal. Ben abriu os olhos rapidamente, sentindo o peso da urgência em seu peito. A barreira que ele havia criado ao redor do Conselho de Elrond estava sendo testada. O poder de Sauron estava crescendo mais rápido do que ele imaginava, e mesmo a proteção invisível que Ben havia estabelecido para impedir sua influência estava começando a se desgastar. Sauron estava jogando um jogo longo e perigoso, e Ben sabia que, se não fizesse algo, o Conselho poderia ser corrompido antes mesmo que a jornada de Frodo começasse. Ele franziu a testa, sabendo que precisava agir — mas agir com extremo cuidado. Interferir diretamente poderia distorcer a narrativa da Terra-Média, e ele não podia correr esse risco. Cada movimento que ele fazia, cada vez que usava o poder de X, era como caminhar sobre uma corda bamba, tentando equilibrar o destino sem alterar o curso natural dos eventos. Com uma decisão rápida, Ben fez o que parecia ser a única opção viável. Ele intensificaria a barreira, fortalecendo-a o suficiente para conter a influência de Sauron, mas de uma maneira que não fosse detectada pelos participantes do Conselho. Ele não podia permitir que Sauron corrompesse aqueles que estavam prestes a decidir o destino do Anel, mas também não podia mudar o curso da história por completo. Fechando os olhos novamente, ele deixou que o poder de X fluísse através dele, expandindo-se como uma teia de energia invisível que se estendia em direção ao salão de Elrond. Ele não estava mudando os eventos, apenas reforçando a verdade. O Anel já era uma força corruptora por si só, e Ben sabia que isso fazia parte do desafio que Frodo e os outros deveriam enfrentar. O que ele estava fazendo era bloquear a interferência externa de Sauron, que tentava inclinar a balança a seu favor antes da hora. O poder do chifre pulsava em ondas controladas, e Ben, com extrema cautela, criou uma barreira mais densa, como uma membrana que envolvia o Conselho. Não era uma barreira física, nem mágica no sentido convencional, mas algo além da compreensão daqueles que estavam ali. Era uma proteção narrativa, algo que preservaria a integridade dos personagens e suas decisões, sem afetar o fluxo natural dos eventos. À medida que a barreira se solidificava, Ben sentiu a resistência. Sauron percebeu o que ele estava fazendo, e havia um sutil contra-ataque — como se o próprio Senhor do Escuro estivesse testando as defesas de Ben. Era uma luta de vontades, silenciosa, mas poderosa. Ben podia sentir a escuridão de Sauron pressionando contra ele, como um peso imenso tentando esmagá-lo, mas ele permaneceu firme. Ele tinha algo que Sauron não tinha: respeito pelas histórias, pelos destinos dos personagens. Com um último esforço, Ben concluiu a barreira. O peso da influência de Sauron começou a recuar, e ele sentiu o ambiente ao redor do Conselho clarear. As mentes ali reunidas agora estavam protegidas da corrupção direta do Senhor do Escuro. O debate continuaria, e o destino do Anel seria decidido pelas forças que pertenciam a esse mundo — e não pela mão invisível de Sauron. Quando terminou, Ben abriu os olhos novamente. Estava exausto, mas satisfeito. Ele havia feito o que era necessário, sem quebrar a narrativa, sem interferir diretamente. A Terra-Média ainda seguia seu curso, e agora, as forças do bem teriam uma chance justa de decidir o que fazer com o Anel. Ele suspirou, sentindo o alívio temporário. Mas sabia que isso era apenas o começo. A verdadeira luta ainda estava por vir, e o Anel ainda precisaria ser levado até Mordor. Ben estava determinado a continuar observando, ajudando de maneira sutil, mas sempre com a cautela de não quebrar as tramas delicadas que Tolkien havia criado. O pulsar de X diminuiu, voltando ao seu ritmo habitual. O chifre parecia estar em sintonia com Ben, compreendendo que eles haviam agido com equilíbrio. O poder de X era infinito, mas Ben sabia que a verdadeira sabedoria estava em usá-lo de maneira mínima, preservando o que tornava cada mundo único. Ele olhou para as luzes de Rivendell mais uma vez, sabendo que o Conselho agora estava protegido. Mas, mesmo assim, Ben não se permitiria relaxar completamente. Sauron era paciente, e o mal sempre encontrava maneiras de retornar. Ben precisaria estar sempre alerta, sempre pronto para agir no momento certo — sempre à margem, mas nunca longe do centro dos acontecimentos. Com passos lentos, ele se afastou das proximidades do Conselho, encontrando um lugar nas sombras de uma grande árvore para descansar e refletir. O destino da Terra-Média estava em movimento, e Ben era um guardião silencioso dessa jornada, um viajante que navegava entre as linhas da história, sempre respeitando o que não lhe pertencia, mas sempre pronto para garantir que a história pudesse seguir seu curso natural. Enquanto ele se recostava contra a árvore, o som suave de um riacho próximo ecoava pelo ar, e Ben permitiu que sua mente descansasse, sabendo que, por enquanto, havia feito o necessário. Ben permaneceu encostado contra a árvore, suas energias aos poucos voltando ao normal depois de usar o poder de X para reforçar a barreira ao redor do Conselho de Elrond. A noite em Rivendell continuava calma, mas ele sabia que o destino da Terra-Média estava em jogo, e o equilíbrio que ele tentava preservar era tão delicado quanto o fino fio de uma teia. Ele havia garantido que a influência de Sauron não comprometesse o Conselho, mas isso não significava que as coisas estavam resolvidas. O verdadeiro desafio ainda estava por vir, e Ben precisava estar sempre vigilante. Conforme ele se acomodava nas sombras, tentando relaxar por um breve momento, o chifre de Ben, X, começou a pulsar novamente. Dessa vez, a pulsação era diferente. Não era uma simples comunicação ou alerta sobre algo imediato. Era quase como uma mensagem do próprio chifre, um lembrete de seu potencial ilimitado, um eco sutil de poder. Ben sentiu um arrepio percorrer sua espinha — ele sabia que, apesar de ter lidado com o problema imediato da influência de Sauron no Conselho, havia muito mais em jogo do que ele conseguia perceber naquele momento. Ele fechou os olhos, tentando se conectar com o fluxo de energia de X. O chifre, como sempre, parecia uma extensão de sua mente, mas também possuía uma presença própria, uma força que ele ainda não entendia completamente. X era um poder sem limites visíveis, e Ben, apesar de estar no controle, sabia que havia uma profundidade ali que ele nunca havia explorado — e talvez nunca devesse. Por um momento, ele teve visões de outros mundos, outros universos onde X poderia exercer sua influência sem restrições. Linhas de tempo inteiras se desdobrando, realidades sendo alteradas com um único pensamento, histórias reescritas, personagens moldados ao seu bel-prazer. O poder de X poderia facilmente transformar qualquer universo em algo irreconhecível, e Ben sabia disso. No entanto, ele sempre escolhera o caminho da cautela, da moderação. Esse era o maior teste de seu caráter: não a capacidade de usar o poder, mas a sabedoria de saber quando não usá-lo. Mas agora, com o pulso insistente do chifre, ele sentiu que X estava tentando comunicar algo mais profundo. Algo sobre a própria essência da Terra-Média, algo que talvez fosse mais vasto do que a simples influência de Sauron. Ben sentiu que havia algo oculto, algo além do que os personagens daquele mundo podiam perceber. Ele sabia que a Terra-Média, com suas histórias grandiosas e antigas, possuía uma magia que transcendia as forças usuais. Era mais do que uma narrativa; era uma teia viva de destinos e histórias, todas interligadas, todas vibrando com uma força que ele apenas começava a compreender. De repente, ele teve uma nova visão. Ele viu o Olho de Sauron, em Mordor, mais claro do que nunca. O poder sombrio pulsava, irradiando uma energia que se espalhava por todo o mundo. Mas havia algo estranho. Ben viu o Olho mover-se, não apenas em busca do Anel, mas como se estivesse procurando por outra coisa, algo mais profundo, mais antigo. Ele viu o olhar de Sauron pousar em direções que iam além dos personagens e das localizações habituais. Era como se o Olho estivesse... ciente de algo maior. De alguma forma, Sauron sabia que existiam outras forças naquele mundo, forças que não pertenciam à Terra-Média, e agora ele estava começando a perceber a presença de Ben. Isso o fez tremer. Sauron estava ciente dele. Ben sabia que sempre havia se mantido nas sombras, longe dos olhos dos grandes poderes daquele mundo, mas o Olho de Sauron era diferente. Era uma força pura de malícia e domínio, que buscava controlar tudo ao seu alcance. E agora, de alguma forma, ele começava a sentir a presença de Ben, como uma intrusão em sua realidade, algo fora de seu controle. X pulsou novamente, dessa vez com mais intensidade, como um sinal de alerta. Ben sabia o que aquilo significava: Sauron estava tentando entender o que ele era. O Senhor do Escuro ainda não tinha uma compreensão completa, mas a presença de Ben, e especialmente o poder de X, estava começando a chamar atenção. O equilíbrio que ele tentava manter em silêncio, operando nas margens da história, estava em risco. Se Sauron descobrisse seu verdadeiro poder, poderia usar isso contra ele — ou, pior, contra a própria realidade da Terra-Média. — Droga... — Ben sussurrou para si mesmo, sentindo a pressão crescer. Ele não queria confrontar Sauron diretamente. Isso poderia quebrar a narrativa da Terra-Média de maneira irreparável. Mas ele também não podia simplesmente desaparecer. Agora que Sauron havia começado a senti-lo, ele teria que ser ainda mais cuidadoso com suas ações. Ben se levantou lentamente, ainda sob o abrigo da sombra da grande árvore. O som do riacho continuava a ecoar suavemente ao longe, mas o peso da escuridão que se aproximava de Mordor estava cada vez mais presente. Ele sabia que precisava agir, mas com extrema cautela. Cada movimento contaria a partir de agora, cada decisão seria uma linha tênue entre manter o curso da história e ser tragado pelo poder de Sauron. De repente, ele ouviu passos leves atrás de si. Ben virou-se rapidamente, mas ao invés de uma ameaça, viu uma figura familiar: Aragorn.O guardião de Gondor se aproximava silenciosamente, como sempre fazia, com sua capa escura oscilando ao vento. Seus olhos atentos e sérios encontraram os de Ben. Era claro que Aragorn sabia que Ben não era apenas um viajante comum. Ele sempre soubera, mas, como Elrond, havia escolhido não pressioná-lo. A sabedoria de Aragorn, nascida de sua própria jornada de autodescoberta e sacrifício, o fazia perceber que alguns mistérios não deveriam ser forçados. — Ben, não é? — perguntou Aragorn, sua voz grave, mas não hostil. — Sim — respondeu Ben, tentando manter a calma. Ele sabia que Aragorn tinha sentido a tensão no ar, assim como ele. Aragorn parou ao lado de Ben, seu olhar se voltando para o horizonte, onde Mordor se escondia nas sombras da noite. — Sauron... está em movimento — disse Aragorn, sua voz carregada de uma determinação que só aqueles que carregam grandes fardos possuem. — Algo mudou recentemente. Eu posso sentir. A escuridão está crescendo mais rápido do que esperávamos. Ben permaneceu em silêncio, mas sabia que Aragorn estava certo. O poder de Sauron estava se intensificando. E agora, com o Senhor do Escuro ciente de sua presença, Ben sabia que as coisas ficariam ainda mais complicadas. — Eu também senti isso — respondeu Ben, finalmente, sua voz baixa, mas carregada de significado. — Precisamos ser cautelosos. Algo está tentando distorcer o destino desse mundo. Aragorn olhou para ele por um momento, estudando-o como se estivesse tentando compreender quem ou o que Ben realmente era. Mas, como sempre, o guardião não fez perguntas diretas. Ele era paciente. Sabia que todos tinham seus próprios segredos e que, às vezes, a melhor maneira de proteger uma história era não conhecer todas as suas partes. — O Conselho logo tomará suas decisões — disse Aragorn, finalmente. — A jornada está prestes a começar, e o Anel precisa ser levado a Mordor. Só espero que possamos confiar em nossos aliados... e no destino que nos aguarda. Ben assentiu. Ele sabia que sua própria jornada estava entrelaçada com a deles, mesmo que de maneira indireta. Ele teria que continuar nas sombras, observando e, quando necessário, agindo para manter o equilíbrio. O que estava em jogo agora era mais do que a derrota de Sauron — era o destino da própria narrativa da Terra-Média. Com um último olhar para o horizonte escuro, Aragorn assentiu para Ben e se afastou, voltando para o centro de Rivendell, onde as discussões e decisões estavam em andamento. Ben permaneceu onde estava, o peso da responsabilidade crescendo em seus ombros. O chifre de Ben pulsou suavemente, quase como um lembrete de que, apesar de tudo, ele ainda estava no controle. X podia fazer qualquer coisa, e Ben sabia que teria que usar esse poder de maneira ainda mais cuidadosa daqui para frente. O Senhor do Escuro estava observando, e o destino da Terra-Média estava em jogo. Ele respirou fundo, fechou os olhos por um momento e então começou a caminhar em direção à luz de Rivendell, preparado para o que viesse a seguir. A história ainda estava em movimento, e ele seria o guardião silencioso, sempre à espreita, sempre pronto. Ben viu sua última vida na roda Sansara. O sol começava a despontar no horizonte, seus primeiros raios suaves e dourados atravessando as finas cortinas de seda do quarto imperial. No centro do vasto cômodo, decorado com pinturas de dragões e fênixes, uma grande cama de madeira escura, entalhada com detalhes ornamentados, abrigava o jovem imperador Li Wei. Ele despertava lentamente, seus olhos ainda pesados do sono. Conforme as pálpebras se erguiam, revelavam um olhar calmo, mas afiado, acostumado ao comando e à liderança. O teto acima de si, pintado com cenas épicas de dragões celestiais, parecia observar sua vigília silenciosa. Ele respirava fundo, sentindo o Qi ao seu redor, a energia espiritual vibrante de sua imensa morada imperial, como se o próprio palácio reconhecesse sua presença e o saudasse no início de mais um dia. Li Wei se ergueu com graça, seu longo cabelo preto deslizando pelos ombros. A luz suave refletia em suas feições, revelando a juventude que se misturava com a determinação de um imperador. Seus olhos perscrutavam o ambiente, já completamente alerta. Ele não era alguém que despertava lentamente para o dia, mas sim alguém que acordava com propósito. Ele esticou o corpo, seus músculos fortes e bem definidos relaxando da rigidez do sono. A seda de suas roupas noturnas, finamente bordadas com fios de ouro, movia-se suavemente com seus gestos calculados. Seus pensamentos já começavam a se alinhar — assuntos de estado, estratégias militares, e a necessidade urgente de encontrar tempo para seu cultivo, tudo passava por sua mente com a precisão de um guerreiro calculista. De pé ao lado da cama, ele estendeu a mão para a pequena mesa ao seu lado, onde repousava o pingente de jade que ele sempre usava. Segurou o artefato por um momento, sentindo sua energia familiar, e então o colocou ao redor do pescoço. Seu olhar se endureceu, como se aquele simples gesto fosse o sinal de que o imperador estava pronto para o mundo exterior, para os deveres que o aguardavam. Ao sair do quarto, seus passos eram firmes e determinados, ecoando pelo chão de mármore frio. Li Wei, o imperador-cultivador, estava acordado — e o mundo, de certa forma, já sentia sua presença se manifestando com uma mistura de autoridade e poder. Li Wei avançou pelo corredor do palácio, seus passos suaves mas cheios de propósito. As paredes do corredor estavam adornadas com tapeçarias de seda pintadas com cenas de batalhas épicas e paisagens místicas, que pareciam ganhar vida à medida que a luz do sol da manhã passava por elas. O aroma de incenso fresco e flores recém-colhidas permeava o ar, um sinal de que o palácio estava se preparando para um novo dia. À medida que se aproximava do jardim imperial, o som de pássaros cantando e o suave murmúrio de uma fonte de água tornavam-se mais evidentes. Li Wei parou brevemente diante de uma grande janela de vidro colorido, cujas peças eram ornamentadas com símbolos antigos. O sol atravessava o vidro, projetando padrões vibrantes de luz e cor pelo corredor. Ele olhou para fora, observando o jardim majestoso com seus lagos serenos e caminhos de pedras perfeitamente alinhados, cercado por árvores floridas que balançavam suavemente com a brisa matinal. Quando se dirigiu para o jardim, ele foi recebido por um grupo de servos e conselheiros, que se ajoelharam imediatamente em reverência. Li Wei fez um gesto leve de sua mão, permitindo-lhes se levantarem. Seu olhar cortante avaliava cada um deles, absorvendo informações e nuances antes mesmo de ouvir seus relatórios. Seu comportamento era uma mistura de formalidade e autoridade, um reflexo de sua confiança inabalável e do respeito que exigia. Entre os conselheiros estava um velho mestre cultivador, seu mentor, que também era responsável por instruí-lo nas artes místicas. O mestre se curvou respeitosamente, oferecendo a Li Wei um pergaminho com anotações sobre novos métodos de cultivo e estratégias espirituais. Li Wei pegou o pergaminho, passando os olhos rapidamente pelo conteúdo, seu semblante permanecendo impassível enquanto absorvia as informações.Enquanto o imperador se dirigia para o centro do jardim, ele fez uma pausa diante de uma pequena fonte ornamentada. O som da água fluindo tinha um efeito calmante, e Li Wei aproveitou esse momento para fechar os olhos e respirar profundamente, sintonizando-se com o Qi que permeava o ambiente. Ele sentiu o fluxo de energia espiritual, a conexão com o universo, e começou a canalizar essa energia, aproveitando um breve momento para meditar e ajustar seu estado mental. Neste instante de meditação, a sensação de equilíbrio e controle estava ao alcance de suas mãos. Li Wei sentiu o poder crescer dentro dele, um lembrete de sua habilidade e potencial. A prática matinal era uma forma de prepará-lo para os desafios do dia, e sua determinação de não deixar que suas responsabilidades o distraíssem do cultivo era visível em cada movimento. Depois de alguns minutos, ele abriu os olhos, que estavam agora ainda mais intensos e focados. Seus conselheiros e servos estavam de volta a seus postos, prontos para iniciar o dia com a precisão e diligência que Li Wei esperava. O imperador ergueu-se, o pingente de jade brilhando sob a luz do sol, e deu um último olhar ao jardim. Seus pensamentos estavam claros, sua mente e espírito estavam prontos para enfrentar as responsabilidades do império e a jornada contínua de cultivo. Com uma última respiração profunda, Li Wei se voltou para seus conselheiros e começou a discutir os assuntos do dia, sua voz firme e autoritária ressoando com a confiança de um líder que não só comanda um império, mas também busca incessantemente a maestria espiritual. O palácio, agora plenamente acordado, se preparava para o início de um novo dia sob a liderança de seu imperador imponente. Enquanto Li Wei estava imerso em discussões com seus conselheiros, um leve murmúrio percorreu o grupo quando uma serva adentrou o jardim imperial. Ela era uma jovem de beleza delicada, com um vestido de seda azul-claro que realçava sua aparência com um toque de simplicidade e elegância. Seus cabelos estavam arrumados com graciosidade, e ela carregava uma pilha de papéis cuidadosamente alinhados. A serva, embora visivelmente corada, caminhava com determinação em direção ao imperador. Seus passos eram leves, e sua postura era respeitosa, mas o nervosismo era palpável, visível em suas bochechas ruborizadas e nas mãos ligeiramente trêmulas que seguravam a papelada. Li Wei percebeu a serva se aproximando e fez uma pausa na conversa, direcionando seu olhar para ela. Seus olhos, inicialmente severos, suavizaram-se em um brilho de reconhecimento. O imperador era conhecido por seu senso de justiça e sua capacidade de tratar aqueles ao seu redor com dignidade, e a jovem serva, que carregava papéis importantes, estava ciente disso. A serva fez uma reverência profunda, abaixando a cabeça e evitando o olhar do imperador. "Sua Majestade," ela começou, sua voz suave mas clara, "trago os documentos que o senhor solicitou. Eles contêm relatórios das províncias e pedidos para a próxima audiência." Li Wei aceitou a pilha de papéis com um gesto de mão elegante, seus dedos tocando levemente os dela ao pegar os documentos. Ele notou o leve tremor nas mãos da serva e ofereceu-lhe um sorriso encorajador, um gesto raro e significativo para alguém em sua posição. "Muito obrigado. Você fez um excelente trabalho ao reunir tudo isso." Sua voz era firme, mas carregada de uma gentileza que não passava despercebida. A serva levantou a cabeça lentamente, encontrando o olhar do imperador. Seus olhos se encontraram por um breve momento, e ela sentiu um calor no peito. Li Wei possuía uma presença magnética, e mesmo em um simples gesto de gratidão, havia algo de imponente em seu charme. Ela deu um leve aceno de cabeça, um sorriso tímido rompendo a tensão. "É uma honra servir Sua Majestade.". Enquanto ela recuava e se afastava com um respeito silencioso, Li Wei começou a examinar os documentos. A papelada estava bem organizada, cada relatório meticulosamente detalhado. Ele folheava as páginas com precisão, seus olhos absorvendo as informações com a velocidade de um estrategista experiente. Durante essa revisão, um dos conselheiros comentou sobre um pedido específico dos governadores das províncias, o que gerou um debate acalorado sobre como responder adequadamente às necessidades emergentes das regiões. Li Wei, demonstrando sua habilidade de liderança, guiava a discussão com uma mistura de lógica e intuição cultivada. Após a discussão, Li Wei deu ordens claras e decisivas sobre as ações a serem tomadas. Seus conselheiros se moveram rapidamente para implementar suas decisões, cada um assumindo um papel crucial na execução das estratégias delineadas. Enquanto o dia se desenrolava, Li Wei permanecia em movimento constante, entre audiências, práticas de cultivo e sessões de estratégia. Cada momento era preenchido com a mesma energia e determinação que ele demonstrava ao acordar. A serva, agora mais tranquila, continuava a desempenhar seu papel com dedicação, sempre ciente do impacto que suas ações tinham sobre o bem-estar de seu imperador e de seu império. Li Wei, em sua jornada de cultivo e liderança, desenvolveu acidentalmente uma habilidade passiva chamada "Carisma Sobrenatural". Essa habilidade não foi planejada, mas se manifestou como uma extensão natural de seu poder como cultivador e sua presença imponente como imperador.Após a breve pausa para revisar a papelada, Li Wei voltou sua atenção para uma reunião com vários dignitários e líderes provinciais que haviam chegado ao palácio para apresentar relatórios e fazer pedidos. Eles se reuniram em uma grande sala de audiência, cujo teto abobadado estava decorado com intrincadas pinturas de dragões dourados e nuvens etéreas. Os dignitários, que normalmente teriam se sentido um pouco ansiosos em uma situação tão formal, pareciam agora relaxados e mais abertos. A aura de Li Wei parecia irradiar confiança e calma, tornando o ambiente mais acolhedor. Quando ele entrou na sala, a atmosfera mudou instantaneamente. Os líderes, alguns deles habituados a interagir com imperadores em suas respectivas regiões, foram dominados por uma sensação de respeito profundo e admiração. Li Wei se sentou em seu trono de jade, elegantemente decorado com detalhes em ouro e gemas preciosas. Ao assumir sua posição, ele projetou uma aura de autoridade e dignidade. Seus olhos percorriam a sala com um brilho intenso, e o Carisma Sobrenatural começou a fazer efeito. Cada líder sentiu uma necessidade crescente de se mostrar digno da atenção do imperador, e a vontade de se expressar de maneira eficaz se tornou quase palpável. Os dignitários começaram a apresentar seus relatórios e pedidos com uma confiança renovada. Eles falavam com um zelo que refletia o impacto de Li Wei em suas atitudes. Seus discursos, que poderiam ter sido hesitantes e cautelosos, agora eram firmes e claros, em parte devido à influência positiva do imperador. A confiança que Li Wei irradiava fez com que seus pedidos fossem considerados mais cuidadosamente e com maior consideração. Enquanto a reunião avançava, Li Wei demonstrava uma habilidade notável para captar nuances e detalhes. Ele fazia perguntas perspicazes e oferecia sugestões que não apenas resolviam problemas imediatos, mas também mostravam um entendimento profundo das questões em jogo. Sua habilidade de ouvir e responder de maneira ponderada parecia amplificar o efeito de seu Carisma Sobrenatural, e cada líder se sentia valorizado e respeitado. Em um momento particularmente decisivo, um dos dignitários, um velho governante de uma província distante, apresentou um pedido que envolvia recursos significativos para uma nova iniciativa. Normalmente, tal pedido poderia ser visto com ceticismo, mas o Carisma Sobrenatural de Li Wei fez com que todos na sala se inclinassem para ouvir atentamente. Li Wei, com um sorriso tranquilo, elogiou a visão do governante e ofereceu uma solução que atendia a suas necessidades e, ao mesmo tempo, fortalecia a coesão do império. Ao final da reunião, todos os presentes se levantaram e se curvaram em respeito a Li Wei, não apenas por sua posição, mas pela forma como ele havia conduzido a discussão com uma combinação rara de sabedoria e carisma. A sensação de satisfação e gratidão era evidente nos rostos dos dignitários, e muitos deles se retiraram com uma sensação renovada de propósito e lealdade. Li Wei observou a sala esvaziar-se, satisfeito com o resultado da reunião. Ele sabia que o Carisma Sobrenatural que possuía não apenas reforçava sua autoridade, mas também criava um ambiente onde a cooperação e o respeito eram a norma. Mesmo enquanto se preparava para os próximos compromissos do dia, ele não podia deixar de reconhecer o impacto que essa habilidade única tinha em sua liderança e em sua capacidade de manter o império unido e prosperando. Quando a sala finalmente se esvaziou, Li Wei recostou-se no trono, sentindo o peso do silêncio que agora preenchia o ambiente. Apesar de sua presença magnética e sua autoridade inquestionável, ele ainda era um jovem imperador, com responsabilidades que poderiam sobrecarregar até mesmo os mais experientes. No entanto, seu Carisma Sobrenatural garantiu que ele mantivesse o controle sem esforço, mesmo em momentos como esse. Poucos minutos se passaram antes que a serva de antes retornasse, desta vez com uma bandeja de chá fumegante. Ela caminhou com passos leves, ainda corada pelo efeito de estar perto do imperador. Seus olhos evitavam os dele, mas havia um respeito profundo e uma devoção silenciosa em cada movimento. "Majestade," disse ela suavemente, enquanto colocava a bandeja sobre uma mesa ao lado de Li Wei. "Preparei o chá como Vossa Majestade gosta." Seu tom de voz era reverente, quase afetuoso, e por um breve momento, ela levantou o olhar para ele. A chama ruborizada em suas bochechas era inconfundível. Li Wei, com sua percepção afiada, notou o que estava por trás daquele nervosismo. "Obrigado," respondeu ele, com um sorriso discreto. A jovem inclinou a cabeça, suas mãos ainda trêmulas enquanto se retirava lentamente. Mesmo com toda a formalidade, o Carisma Sobrenatural que emanava dele tornava impossível que aqueles ao seu redor não se sentissem atraídos de alguma forma — seja por admiração, lealdade ou até mesmo, em alguns casos, por sentimentos mais pessoais. Enquanto ele saboreava o chá, Li Wei começou a refletir sobre o dia e o peso crescente de suas responsabilidades. Mesmo sendo um cultivador talentoso, a quantidade de deveres imperiais o afastava do tempo necessário para continuar seu cultivo. Ele precisava equilibrar seu papel como imperador com o desejo de refinar seu poder. Apesar da sua confiança inabalável, ele sabia que esse era um desafio que ainda teria que superar. A porta se abriu novamente, e desta vez era um de seus conselheiros mais próximos, Tian Zhong, um homem velho e sábio, com a barba longa e esbranquiçada. Ele sempre servia como a voz da razão e experiência, e não hesitava em falar francamente com o imperador, mesmo com sua posição superior. "Majestade," começou Tian Zhong, sua voz grave ecoando no salão vazio. "O conselho está satisfeito com a reunião de hoje. O povo está seguro em suas mãos, mas há preocupações quanto ao seu tempo de cultivo. Sabemos que sua força e longevidade como imperador dependem de sua habilidade como cultivador.". Li Wei o encarou, seu olhar profundo, mas ele sabia que o conselheiro tinha razão. "Eu sou imperador primeiro, Tian Zhong," respondeu ele. "Minha prioridade é o meu povo. O cultivo pode esperar..". O velho conselheiro assentiu, mas havia uma preocupação silenciosa em seus olhos. "Majestade, sua sabedoria é inquestionável, mas mesmo o governante mais forte precisa de poder para sustentar seu reino. Se Vossa Majestade não refinar suas habilidades, outros cultivadores, talvez até de outros impérios, podem eventualmente ver isso como uma fraqueza.". Li Wei ficou em silêncio por um momento, o peso daquelas palavras pressionando sobre ele. Mesmo com todo o poder e respeito que ele possuía, ele sabia que sua falta de tempo para se dedicar ao cultivo poderia, de fato, se tornar um problema no futuro. Ele precisava encontrar uma solução — um meio de equilibrar seu papel como imperador com o refinamento de suas habilidades. "Talvez você esteja certo," disse ele, por fim. "Mas enquanto eu estiver no trono, meu dever como imperador vem antes de tudo. No entanto, tomarei suas palavras como uma orientação.". Tian Zhong sorriu levemente e se curvou antes de se retirar. "Vossa sabedoria prevalecerá, Majestade. O equilíbrio sempre pode ser alcançado.". Li Wei ficou sozinho mais uma vez. O peso de ser um jovem imperador, um líder amado por seu povo e ao mesmo tempo um cultivador em busca de aprimoramento, era um fardo que ele carregava com orgulho. Sua confiança inabalável e sua habilidade de inspirar lealdade ao seu redor o ajudariam a enfrentar esses desafios — mas ele sabia que, eventualmente, teria que escolher como equilibrar sua vida entre o trono e o cultivo. O sol começava a se pôr, derramando uma luz dourada através das janelas da sala imperial. Li Wei olhou para o horizonte, suas mãos firmemente fechadas sobre os braços de seu trono. "Aquele que nunca duvida... nunca cede... nunca confia... e sempre permanece como o líder de seu povo," murmurou ele para si mesmo, reafirmando seu juramento. Li Wei tem um orgulho inabalável de sua posição como imperador da China, uma responsabilidade que ele considera a mais elevada de todas. Ser imperador é o centro de sua identidade, e ele carrega esse título com a convicção de que seu papel não é apenas governar, mas também proteger e guiar seu povo com sabedoria e força. Enquanto o sol continuava a se pôr, banhando a sala imperial em tons dourados e laranjas, Li Wei levantou-se do trono, seus passos firmes ecoando no chão de mármore polido. Cada movimento seu era carregado com a dignidade e o peso de ser o imperador da China. O orgulho em sua postura era inegável. Ele caminhava não apenas como um jovem governante, mas como alguém que carregava nas costas séculos de tradição, glória e a esperança de uma nação. Ele aproximou-se de uma grande janela que dava vista para os vastos jardins do palácio. De lá, ele podia ver a muralha imponente da Cidade Proibida, as torres altas e as bandeiras tremulando ao vento suave da tarde. Seus olhos percorreram cada detalhe da paisagem, como se estivesse reafirmando sua conexão com o império que governava. "Esse reino é minha vida," ele murmurou para si mesmo, as palavras carregadas de intensidade. "Cada pedra, cada montanha, cada rio... eles existem porque eu os protejo. Eu sou o pilar, e enquanto eu estiver aqui, nada poderá derrubar este império.".. Nesse momento, a jovem serva retornou, carregando mais documentos. Ainda um pouco nervosa na presença do imperador, ela se aproximou timidamente, inclinando-se profundamente antes de falar. "Majestade... estes são os relatórios finais do conselho sobre as regiões fronteiriças. Eles pedem sua aprovação para aumentar as defesas no norte," disse ela, a voz suave, mas cheia de respeito. Ela tentou não demonstrar sua admiração pelo homem que tinha à sua frente, mas o Carisma Sobrenatural de Li Wei tornava isso quase impossível. Li Wei se voltou para ela, seus olhos firmes, mas não severos. Ele estendeu a mão, pegando os papéis sem pressa, como se o simples ato de tocar na documentação oficial fosse uma cerimônia em si. Sua presença era tão avassaladora que até mesmo ações simples ganhavam uma grandiosidade incomum. "Deixe-os saber que suas preocupações são válidas," disse ele, folheando os documentos rapidamente. "Aumentaremos as defesas como solicitado. Mas avise ao conselho que o norte nunca será uma ameaça enquanto eu estiver no trono. Minha presença é a garantia da segurança deste império.". A serva assentiu, impressionada pela confiança implacável de seu imperador. Mesmo diante de questões militares e estratégias complexas, Li Wei não demonstrava hesitação. Ele sabia que, além de qualquer poder físico ou místico que pudesse adquirir como cultivador, era sua autoridade, sua confiança inabalável e o amor do povo que mantinham o império seguro. Assim que ela saiu, Li Wei voltou sua atenção para as montanhas distantes no horizonte. O peso de ser imperador era grande, mas o orgulho que ele sentia por essa responsabilidade era ainda maior. Ele sabia que os desafios de governar, seja de ameaças internas ou externas, jamais ofuscariam sua determinação de ser o pilar que sustentava a China. Enquanto o céu escurecia e as primeiras estrelas começavam a brilhar, Li Wei sentiu a energia fluindo por seu corpo. Mesmo sem tempo para refinar suas habilidades como cultivador, a conexão com seu império parecia amplificar seu poder de maneiras que ele não havia ainda compreendido completamente. Era como se o reino e ele fossem uma coisa só — inseparáveis, indestrutíveis. O jovem imperador deixou escapar um leve sorriso, olhando para o futuro com uma confiança feroz. "Eu sou o imperador da China... e isso é tudo o que preciso ser.". Enquanto as estrelas lentamente começavam a tomar o céu noturno, Li Wei permaneceu em pé diante da janela, seus olhos fixos nas montanhas distantes. A quietude do palácio era quase sagrada, mas por trás de seus olhos afiados, ele estava sempre pensando, sempre planejando. Os pensamentos sobre o bem-estar do império jamais o deixavam. Ele sabia que seu governo era admirado e respeitado, mas também entendia que manter essa estabilidade exigia mais do que carisma e poder. O povo o amava porque ele sempre escutava, tomava decisões com justiça e estava presente para eles. Ele não era apenas uma figura distante no trono, mas alguém que genuinamente se importava com cada aldeia, cidade e província do império. Quando um dos guardas entrou na sala, ele se curvou profundamente antes de se aproximar do imperador. "Majestade," disse ele com respeito, "os relatórios da construção de novos poços nas regiões do sul chegaram. As condições melhoraram e o povo está profundamente grato pelas medidas que Vossa Majestade tomou.". Li Wei assentiu com um sorriso leve. "Bom," respondeu ele. "A água é a vida da terra. Onde o povo prospera, o império floresce. Diga aos engenheiros que continuem com seu trabalho diligente. O futuro deste império depende do bem-estar de cada pessoa que o habita.". O guarda se retirou, deixando Li Wei mais uma vez imerso em seus pensamentos. Mesmo nas pequenas ações, Li Wei era meticuloso. Ele entendia como o povo vivia, suas necessidades e desafios, o que lhes trazia alegria ou sofrimento. Sua habilidade de enxergar as complexidades de sua nação o tornava um líder excepcional. Logo depois, uma segunda figura entrou, uma conselheira de confiança chamada Mei Lin. Ela carregava uma pilha de novos decretos e informações, inclinando-se em reverência antes de falar. "Majestade, o conselho pede uma audiência sobre as novas rotas de comércio no oeste. Eles acreditam que pode haver oportunidades de expansão e desenvolvimento econômico.". Li Wei olhou para Mei Lin com um brilho de determinação nos olhos. "Isso é excelente," disse ele. "O comércio é o sangue que alimenta o império. Cada nova rota significa mais prosperidade para o nosso povo." Ele fez uma pausa antes de acrescentar: "Prepare uma reunião para amanhã. Discutiremos essas oportunidades em detalhes.". Mei Lin assentiu e se retirou com discrição. Mesmo nos pequenos detalhes de sua governança, o comprometimento de Li Wei com a melhoria de seu império era claro. Ele sempre buscava maneiras de fortalecer a China, não apenas militarmente, mas também economicamente e socialmente. Cada decisão era cuidadosamente ponderada para garantir que a nação prosperasse em todos os níveis. Enquanto a noite avançava, Li Wei permaneceu diante da janela, agora contemplando as luzes da cidade que se acendiam abaixo do palácio. Ele sentia uma conexão profunda com seu povo, sabendo que, mesmo sem que eles percebessem, ele estava sempre trabalhando para garantir o futuro do império. "A força de um império não está apenas em seus exércitos ou em seus muros," pensou ele em silêncio, "mas em seu povo e na sabedoria de seu líder.". Enquanto a noite se aprofundava, o ambiente do palácio ficava ainda mais sereno. As velas e lamparinas iluminaram suavemente os corredores e a sala do trono, onde Li Wei, ainda pensativo, permanecia à janela. Ele sabia que seu papel como imperador o ligava profundamente ao destino de seu povo, e cada decisão que tomava era uma responsabilidade que pesava em seus ombros, embora ele o fizesse com orgulho. Nesse momento, a jovem serva, que já havia trazido os relatórios anteriormente, voltou à sala, carregando uma bandeja de prata com uma chaleira de porcelana finamente decorada e duas pequenas xícaras. Seu rosto estava levemente corado, visivelmente tímida, mas determinada a fazer o pedido que carregava em seu coração. Ela colocou a bandeja sobre uma pequena mesa de madeira próxima ao trono e se curvou profundamente, sua voz suave, mas cheia de hesitação. "Majestade...", começou ela, as palavras quase tropeçando em seus lábios. "Se... se Vossa Majestade permitir... Eu gostaria de saber... se poderia... compartilhar uma xícara de chá com o imperador?". Li Wei, até então imerso em seus pensamentos, olhou para a jovem serva com um olhar curioso. Ela sempre se portava de maneira discreta e respeitosa, mas havia algo diferente naquele pedido. A confiança que normalmente emanava de Li Wei fez com que ele observasse a situação com certa suavidade. Ele notava o nervosismo dela e, apesar de ser imperador, Li Wei compreendia a importância dos momentos simples, especialmente para aqueles que dedicavam suas vidas a servi-lo. Ele se afastou da janela, caminhando até a mesa onde a serva havia disposto o chá. Seus movimentos eram sempre calculados, demonstrando a graça de um líder, mas havia uma leveza em seu semblante. Ao se sentar, ele fez um gesto para que ela também se sentasse, algo que a surpreendeu. "Você trouxe o chá," disse ele, um leve sorriso nos lábios. "Seria desrespeitoso de minha parte recusar.". A serva, ainda um pouco tímida, sentou-se com cautela, claramente emocionada pelo convite inesperado. Li Wei sempre soubera o impacto que seu carisma sobrenatural tinha sobre aqueles ao seu redor, mas em momentos como esse, ele permitia que essa influência se manifestasse de maneira mais gentil e próxima. Era como se, por um breve momento, ele deixasse de ser o imperador distante e grandioso para se tornar alguém mais humano, acessível. "Lin," repetiu ele, experimentando o sabor do chá, apreciando o calor que subia da xícara. "E o que a levou a fazer esse pedido hoje?".. Lin hesitou por um momento, mexendo nervosamente os dedos sobre o colo. "Majestade... é que... apesar de servi-lo todos os dias, parece que há uma distância tão grande entre nós... Eu... Eu queria conhecê-lo melhor... não apenas como imperador, mas como... como pessoa.". Li Wei a observou em silêncio por um instante, contemplando as palavras sinceras que ela havia proferido. Era verdade que sua posição o colocava acima de todos, e muitas vezes essa barreira era impenetrável. Mas ele também sabia o valor das conexões humanas, até mesmo para alguém em sua posição. Ele, como imperador, tinha que equilibrar o peso da liderança com a humanidade que mantinha viva em seu coração. "Lin," disse ele, sua voz agora mais suave, "ser imperador significa que, muitas vezes, eu devo manter essa distância... mas nunca se esqueça que, antes de tudo, sou uma pessoa como você. Com desejos, deveres e, às vezes, até com solidão.". Lin ergueu os olhos, surpresa pela franqueza do imperador. Ela nunca havia imaginado que Li Wei, o homem amado por todo o povo e reverenciado como uma figura quase divina, pudesse sentir algo como solidão. "Majestade," ela sussurrou, com uma mistura de respeito e compaixão, Li Wei sorriu levemente, tomando mais um gole do chá. "Às vezes, o fardo da liderança é solitário, mas faz parte da responsabilidade que carrego com orgulho." Ele olhou para a lua brilhando do lado de fora. "Mas momentos como este... me lembram que há coisas simples que podem nos dar força.". Lin sorriu timidamente, sentindo-se honrada por compartilhar aquele momento de intimidade com o imperador. Para ela, aquele chá não era apenas uma bebida quente, mas um símbolo de proximidade, algo raro e precioso em um império governado por uma figura tão grandiosa. E assim, sob o brilho suave da lua e as luzes quentes do palácio, Li Wei e sua serva partilharam aquele breve momento de humanidade, enquanto o futuro do império permanecia, mais uma vez, nas mãos de um líder que, apesar de sua grandeza, ainda era capaz de sentir e valorizar as pequenas conexões da vida. Enquanto Li Wei terminava sua xícara de chá, o peso de suas responsabilidades começou a emergir de forma sutil em sua expressão. Por trás da fachada de confiança que ele exibia para todos, havia uma batalha interna. A sala tranquila e a presença discreta de Lin, sua serva, ofereciam um breve respiro das pressões incessantes do trono. Mas a mente de Li Wei jamais descansava completamente. Ele se levantou da cadeira, caminhando em direção à varanda aberta, onde a brisa da noite trazia um frescor revigorante. Lá fora, a vastidão do império que ele liderava se estendia, invisível sob o manto da escuridão, mas sempre presente em sua mente. O peso de cada decisão, cada movimento diplomático, militar e econômico, estava sobre seus ombros. Como um cultivador, ele sabia que o caminho da iluminação exigia uma paz interior que ele raramente conseguia encontrar. Seu treinamento espiritual e físico era frequentemente interrompido pelas questões urgentes do império. A prática da cultivação requer foco, dedicação e tempo — três coisas que ele quase nunca tinha em abundância.

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