── 𝙎𝙄𝙉𝙎 𝙊𝙁 𝘿𝙀𝙑𝙊𝙏𝙄𝙊𝙉

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────୨ৎ──── Part.2   18+

Desde aquela noite, você não conseguia olhar o Padre Charlie nos olhos. Como poderia, quando o homem — o símbolo da glória do Pai acima — estava enterrado entre suas coxas como um homem faminto?

Só de olhar para ele, todos os sentimentos, as emoções que se retorciam e agitavam dentro de você voltavam, deixando-a sem fôlego e sobrecarregada.

Toda vez que você o via na capela, seu olhar demorando em você do outro lado da sala, seu coração disparava, sua pele formigava com a lembrança de seu toque.

Você tentava se concentrar em seus deveres, suas orações, mas a imagem dele ajoelhado diante de você, sua boca reivindicando cada parte de você, passava pela sua mente, fazendo você vacilar. Suas mãos tremiam, sua voz falhava e você sentia o calor subindo em suas bochechas, sabendo que ele estava observando você.

E ele estava sempre observando você.

Os olhos dele encontravam os seus sempre que você entrava em uma sala, seu olhar escuro e intenso, cheio de uma fome que não diminuía nem um pouco desde aquela noite tempestuosa.

Você podia sentir isso mesmo de longe — a maneira como os olhos dele pareciam seguir cada movimento seu, como se ele estivesse marcando você como dele. Isso fez sua respiração ficar presa, seu corpo reagindo de maneiras que você não conseguia controlar, uma mistura de medo e antecipação percorrendo você.

Era uma missa de domingo normal quando ele finalmente o encurralou; um pastor vizinho estava visitando, dando um sermão, enquanto você limpava um dos confessionários.

O som fraco do sermão ecoou ao fundo, a cadência baixa e rítmica da voz do pastor visitante ecoando pela igreja. Você estava ajoelhado no chão, esfregando os ladrilhos, suas mangas arregaçadas para mantê-las longe da água com sabão.

O cheiro de solução de limpeza pairava no ar enquanto você trabalhava, seu cantarolar suave, quase distraído, um hino gentil que você mal percebeu que estava cantando.

Você estava tão absorto em sua tarefa que não percebeu a sombra cair sobre você até que fosse tarde demais. Você olhou para cima, assustado, seus olhos se arregalando enquanto tentava recuperar a compostura.

"Sinto muito, este confessionário está fora de serviço no momento, estou limpando—" Suas palavras sumiram enquanto seu olhar viajava para cima, e sua respiração ficou presa na garganta quando percebeu quem estava ali.

Era o padre Charlie.

Sua presença preencheu o pequeno espaço, e você podia sentir o ar ficar pesado ao seu redor, seu pulso acelerando enquanto seus olhos se fixavam nos seus. Havia algo no jeito como ele olhava para você — algo sombrio e conhecedor — que fez seu coração disparar, suas mãos congelando onde descansavam no pano úmido.

A escova escorregou de seus dedos, caindo de volta na água com sabão com um respingo que espirrou gotas no chão e em seu hábito, tirando você do seu torpor. Você gaguejou, "P-Padre Charlie", levantando-se rapidamente, fazendo uma breve reverência. "Abençoada manhã de domingo, padre."

Os lábios de Charlie se contraíram em um sorriso enquanto ele entrava mais no apertado confessionário, a porta se fechando com um clique suave atrás dele. "Abençoada manhã de domingo para você também, irmã ____."

Seus olhos piscaram para os lábios dele, sua respiração prendeu enquanto sua mente relembrava como ele tinha usado aquela mesma boca para levá-la à beira do prazer — seus lábios, sua língua, cada movimento pecaminoso gravado em sua memória. Você engoliu em seco, seu rosto aquecendo com o pensamento, suas mãos se mexendo enquanto você lutava para olhar para qualquer lugar que não fosse ele.

𝙄𝙈𝘼𝙂𝙄𝙉𝙀𝙎, 𝐍𝐢𝐜𝐡𝐨𝐥𝐚𝐬 𝐀. 𝐂𝐡𝐚𝐯𝐞𝐳Onde histórias criam vida. Descubra agora