Cruz del Sur

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Malina's version

Eu acordei completamente desnorteada, abro meus olhos aos poucos, logo levando minhas mãos ao encontro de meus olhos na tentativa de os proteger da forte luz do sol, sinto um grande desconforto em meus braços, logo percebendo que o mesmo estava cheio de acessos. Eu estava no hospital, me assusto ao ver um homem sentado ao lado de minha cama, tento me levantar de imediato, mais acabo falhando miseravelmente.

  Alguns flashbacks se passam por minha mente, sobre o que havia acontecido pela madrugada, o filho da puta havia armado pra mim, maldito homem que confia no homem — Penso ironicamente. — logo meus olhos se dirigem ao homem ao meu lado.

  Sua pele parda, com alguns fios de cabelo brancos, sua falta de cabelo no meio de sua cabeça, ele usava uma calça jeans, junto de uma blusa, e outra social de botão por cima, o homem me olhava com uma cara de que já me conhecia, o que é estranho, já que nunca vi ele em minha vida. Nosso silêncio logo é cortado por ele, me fazendo sair de meus próprios pensamentos.

— Você tem uma cara de que vai me dar muito trabalho, garota. Bem mais do que zulema. - Disse ele com um sorriso no rosto.

— Você me conhece? - disse tentando decifrar o olhar do homem.

— Conheço, por muito tempo seu pai me enganou, praticamente te vi crescer, e por muito tempo você me fez acreditar que realmente não se envolveria em crime nenhum, não de novo. - Disse se referindo a minha adolescência.

— Castilho. Seu nome é castilho. - Digo me lembrando brevemente.

O homem rapidamente se levantou, se apoiou em minha cama, ficando um pouco mais perto, o mesmo ficou com uma expressão tensa e seria.

— Sabe que vai ser presa né? Seu julgamento será assim que você tiver alta no hospital, e eu espero que não tente mentir, por que sei muito bem pra o que você foi treinada, sei que sabe mentir melhor que ninguém, mais comigo isso não funciona, seu pai já me enganou por muito tempo, e não vou deixar que faça isso comigo também.

O mesmo saiu da sala, furiosamente, batendo a porta fortemente, como diabos explicaria que não foi eu quem fiz tudo aquilo? Não que seja um problema, talvez eu até tenha paz em seja lá qual prisão eu fique.

Autora's version

Malina já havia planejado tudo em sua mente, iria aceitar o julgamento, e lá mesmo, admitiria que ela havia matado os dois homem, a sangue frio, por vingança, ela sabia que seu pai estaria vendo aquilo de algum jeito, e era exatamente o que ele queria que ela fizesse, disso ela tinha certeza. E ela queria que ele visse aquilo, a mesma não podia negar que estava contente com a morte dos dois homens, não estava frustrada por ser presa, mais sim por não ter tido o prazer de fazer com suas próprias mãos.

Uma médica logo adentrou a sala, com um sorriso no rosto, a mesma transmitia paz para malina. Havia um crachá com o nome Marta, provavelmente o nome da médica que se encontrava no local.

QUEBRA DE TEMPO

Malina havia acabado de receber alta, a garota foi pra casa, cheia de policiais na costa, a garota estava aparentemente tranquila, a mesma fez uma carta ao seu namorado, que morava junto da mesma, Mattheo. O garoto já havia trabalhado para o pai da garota, então a melhor opção para Carter foi mentir na carta, por que sabia que ele iria atrás do pai da mesma.

Bom, não sei ao certo como vou te dizer isso, mais irei sumir por uns meses, talvez anos... Eu vou ser presa, hoje mesmo, sei que você só vai voltar para casa dia 19, então não se preocupe caso você me ligue e eu não atenda, vou sentir sua falta, não vou lhe dizer o motivo, porque sei exatamente o que você faria se soubesse o motivo, talvez um dia, quando eu for solta, a gente se encontra de novo, e não vai ser fácil me achar, por mais que você tente, vou pra uma prisão muito distante de onde moramos, então nem tente me procurar. Я тебя люблю." — Com amor, Malina.

Malina pregou a carta na geladeira, sentindo uma pequena lágrimas escapulir de apenas um de seus olhos, limpando rapidamente, a menina foi para o seu banho, aproveitando cada segundo de seus luxos, pois já sabia exatamente como era lá, passou sua adolescência inteira indo para penitenciárias juvenis, então ela sabia exatamente como funcionava.

A mesma se dirigiu até o banheiro, tomando um banho quente, depois de longos minutos, a mesma saiu do banho, por ter sido liberada 1 dia antes, o julgamento foi adiantado pro mesmo dia, Malina se dirigiu ao seu quarto, fazendo o mesmo ritual de sempre, arrumando seus cabelos e sua pele, a mesma se levantou indo ao seu closet, pegou um vestido de cor vermelha, colado no corpo, logo o vestiu, pegando apenas mais uma acessórios e um par de saltos de Louboutin.

A mesma olhava cada detalhe de sua casa, como se fosse a última vez, havia muitas fotos espalhadas pela casa, malina pegou apenas três fotos, uma de seu cachorro de infância, uma de sua família inteira reunida, e outra dela com o namorado. A mesma saiu da casa, entrando de novo na viatura, seguindo o caminho até o tribunal.

O caminho foi tranquilo, bom, não na mente de Malina, a mesma sabia que com o pai não tinha chances alguma, o ódio a consumia cada vez mais, sua mente turbulenta não a deixava em paz um segundo sequer. Por outro lado, malina se encontrava familiarizada com cadeias, então parte dela não estava tão aterrorizada, mesmo sendo criada por mafiosos, ensinada a lutar, aguentar torturas, segurar os sentimentos, não demostrar afeto, não confiar em ninguém, matar, roubar... Ela foi criada como um monstro em uma jaula, aquilo já fazia parte dela... Mas atrás disso tudo, havia uma garotinha totalmente sobrecarregada, que se sentia presa, que não passa de uma pessoa sensível sem apoio algum, com a família desunida... Uma história tão grande por trás do rostinho bonito que ela tem.

Com a mãe morta, o pai traidor, a irmã perdida, o resto da família espalhada, abusos mentais e sexuais, manipulações, mentiras, agressões, relacionamentos abusivos, traumas, solidão, medos, crimes, vícios em drogas, bebidas e cigarros, abandono... Não é um fardo muito grande para se carregar? Ainda não é o suficiente?! — Ela pensava

Malina saiu de seus pensamentos, ao sentir o carro estacionar em frente ao tribunal, que belo presente de aniversário, a mesma pensava sarcástica.

A juíza com uma voz firme e autoritária, logo se posiciona a falar.

— Após considerar todas as evidências apresentadas durante este julgamento, declaro que você, Melione Carter, está condenada por assassinato. A gravidade deste crime não pode ser subestimada, e a pena será de 25 anos de prisão.

A Carter não podia negar que havia ficado completamente perplexa por ouvir que ficaria 25 anos dentro de um presídio, sairia do presídio com metade de sua vida, mal vivida por ela, que consequentemente é consideravelmente muito aventureira, como se o ditado: "só se vive uma vez" ou "só se morre uma vez", tivesse saído da própria.

De lá, ela foi diretamente a prisão, levou apenas o necessário, suas três fotos e um colar.

De lá, ela foi diretamente a prisão, levou apenas o necessário, suas três fotos e um colar

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𝐷𝑎𝑛𝑐𝑖𝑛𝑔 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝑡ℎ𝑒 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑙 - 𝒁𝒖𝒍𝒆𝒎𝒂 𝒁𝒂𝒉𝒊𝒓Where stories live. Discover now