3⁰ capítulo

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Ao chegar à casa dos Andrades, que ficava no mesmo condomínio de luxo onde Cintia e Lucas moravam, eles foram recebidos com sorrisos calorosos e a formalidade que era de se esperar em um evento tão importante. A mansão dos Andrades, com sua arquitetura imponente e decoração clássica, exalava poder e status. Cada detalhe da casa refletia o sucesso financeiro e político da família, uma das mais influentes tanto no Brasil quanto em negócios internacionais.

Assim que entraram, Lucas se adiantou, enchendo o peito para cumprimentar Alberto Andrade, o patriarca da família, um homem de cerca de 60 anos, alto e imponente, com cabelos grisalhos impecavelmente penteados.

— Alberto! Que honra estar aqui com você esta noite — disse Lucas, com o tom exagerado de alguém que estava ciente da importância de impressionar.
— Você é uma inspiração para todos nós. Sua trajetória nos negócios e sua influência na política... É admirável.

Alberto sorriu, satisfeito com a bajulação.

— Lucas, você também está no caminho certo. Ouvi muito sobre sua campanha. Vai fazer a diferença no Rio, sem dúvida.

Lucas continuou o elogio, desta vez direcionando a esposa de Alberto, Clarice Andrade, que estava ao lado do marido, elegantemente vestida com um vestido azul-claro que contrastava com seu colar de pérolas.

— Clarice, você está deslumbrante. Sempre impecável.

Clarice agradeceu com um sorriso contido, o tipo de expressão que uma mulher acostumada a ser admirada e elogiada usava naturalmente. Enquanto Cintia cumprimentava discretamente os dois, seus olhos captaram o ambiente ao redor. No canto da sala, um casal de crianças brincava silenciosamente, sob o olhar atento de uma babá. Uma menina mais velha, de cerca de 14 anos, estava sentada de forma quase invisível em um canto, segurando um livro. O ambiente era impecável, com móveis de luxo e obras de arte discretas penduradas nas paredes.

O grupo foi convidado a se dirigir para a mesa de jantar, onde pratos sofisticados já aguardavam os convidados. Cintia, ainda envolvida no protocolo social, trocava palavras cordiais com Clarice e outras pessoas à mesa, enquanto Lucas continuava em sua missão de se mostrar um aliado confiável para os Andrades.

Cinco minutos se passaram, e o jantar já começava a se desenvolver. Foi então que Cintia ouviu o som da porta se abrindo novamente. Seus olhos instintivamente se voltaram para a entrada da sala, e ela mal conseguiu esconder a surpresa. Lá estava a garota que ela havia visto duas vezes antes - a mesma jovem da academia e do café, agora vestida com um elegante terno preto, que contrastava com a sua aparência mais casual nos encontros anteriores.

A jovem entrou com passos decididos, cumprimentando os presentes com um aceno rápido. Ao se aproximar de Alberto Andrade, ela o abraçou com naturalidade e o chamou de "pai."

Cintia sentiu o coração acelerar. Pai? Ela se perguntou. Então, a garota que vinha capturando sua atenção de forma tão intensa era filha de Alberto Andrade, um dos homens mais influentes que ela conhecia. O choque dessa descoberta a fez perder momentaneamente o fio da conversa à mesa.

— Desculpem o atraso — disse a garota, com um sorriso calmo — Estava finalizando um projeto importante.

Alberto riu com leveza.

— Sempre focada no trabalho, não é, filha? Cintia, Lucas, esta é minha filha, Isabela.

Cintia se esforçou para manter a compostura enquanto Isabela se aproximava. Os olhares das duas se cruzaram de novo, e, por um breve instante, Cintia sentiu que o tempo parou. A garota - agora com nome e identidade - a cumprimentou com um sorriso discreto, um brilho nos olhos que Cintia não conseguia decifrar totalmente.

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