A discussão com minha mãe estava se transformando em um pesadelo que parecia ter sido ensaiado por anos. Eu, Katie, uma mulher de 1,68 m de altura, com cabelos ruivos que reluziam sob a luz da cozinha, estava vestida com um suéter de lã quente e confortável, mas não conseguia me sentir aquecida por dentro.
“Você precisa de um plano, Katie! Não pode ficar apenas sonhando com fotografias!” A voz dela cortou o ar pesado da cozinha, onde o cheiro do jantar ainda pairava.
“Sonhando? Eu estou tentando fazer algo da minha vida! Mas você só me empurra para seus próprios desejos!” Minha resposta saiu mais alta do que eu pretendia, mas a frustração se acumulava.
Ela cruzou os braços, seu olhar era um misto de decepção e raiva. “Você acha que isso é fácil para mim? Ver minha filha se perder em um sonho impossível? Olha ao seu redor! Esta casa não se sustenta sozinha, Katie! Você precisa de um emprego de verdade!”
Eu sentia que as lágrimas ameaçavam escorregar, mas não queria mostrar fraqueza. “Não sou você! Não posso viver da maneira que você espera. Quero seguir meu próprio caminho!” As palavras saíram como um grito sufocado, repleto de dor.
“Seu próprio caminho? O que você sabe sobre a vida? Você não é uma criança, mas age como se fosse! Você não vai a lugar nenhum sem um plano, sem uma direção!” A voz dela tremia, mas eu podia ver que ela estava tão perdida quanto eu.
“Eu não sou a decepção que você pensa que sou! Só porque eu não quero ser uma mulher comum como você!” O silêncio que se seguiu era tão denso quanto a tensão no ar.
“Uma mulher comum? É isso que você pensa? Eu fiz sacrifícios para que você tivesse oportunidades, Katie! Eu só quero o melhor para você!”
“E eu só quero ser eu mesma! Se isso não é o suficiente para você, então talvez eu precise ir embora,” eu disse, sentindo uma mistura de raiva e tristeza.
E assim, decidi. Peguei algumas roupas, Cookie, meu gato, e fechei a porta da casa da minha mãe. A liberdade tinha um gosto amargo, mas era um gosto que eu estava disposta a experimentar.
O apartamento que aluguei era pequeno, um verdadeiro cubículo, mas era o meu espaço. Sem móveis além de uma cama de solteiro e uma mesa de canto, era difícil acreditar que eu realmente havia deixado a casa da minha mãe. Cookie se acomodou rapidamente em cima da cama, como se estivesse me dizendo que tudo ficaria bem.
Naquela noite, enquanto o sol se punha em Uncanny Valley, peguei meu celular e liguei para minha prima, Pyetra. Ela sempre foi uma das poucas pessoas que me entendiam, e eu precisava desabafar.
“Oi, Katie! O que aconteceu? Você parece estressada,” ela disse, sua voz suave e preocupada.
“Eu... eu tive uma briga com a minha mãe. Eu não aguento mais. Senti que precisava sair,” respondi, sentindo a pressão em meu peito começar a aliviar.
“Meu Deus, você está bem? Onde você está?”
“Estou em um apartamento novo. É pequeno, mas é só meu. E o Cookie está aqui comigo,” contei, tentando dar uma risada.
“Isso é ótimo! Vamos nos encontrar, preciso ouvir todos os detalhes. Venha para a minha casa amanhã à noite. Podemos pedir pizza e colocar os assuntos em dia,” ela sugeriu.
“Combinado. Obrigada, Pyetra. Você sempre sabe como me fazer sentir melhor,” eu disse, sentindo a gratidão transbordar.
Depois de desligar, olhei em volta do meu novo lar. As paredes eram nuas, mas havia algo reconfortante em ter um espaço só meu, mesmo que temporariamente. Cookie estava ronronando, e seu calor me lembrava que eu não estava sozinha nessa nova jornada.
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lack of Faith
HorrorApós uma briga intensa com sua mãe, Katie decide recomeçar sua vida em Uncanny Valley, uma cidade onde espera encontrar novos começos e inspiração para sua faculdade de fotografia. No entanto, seu novo lar se torna um cenário de mistério quando flor...