Inimigos mais chegados que irmãos [TK]

- 3; why does god keep bring me back to you?

Bem-vindos ao terceiro capítulo de "inimigos mais chegados que irmãos"!

Espero que vocês gostem dessa história que eu, particularmente, tanto amo. Nessa att em específico, vou reforçar: os taekook ainda são >adolescentes<!! NÃO esperem maturidade deles ainda.

Novidades: agora, eles tem twitter e lá vocês vão receber alguns spoilers e ver um pouco mais da personalidade deles!

@/ktaesaohv
@/jungjjeon

Obrigada kthtaehyung97pela betagem desse capítulo! Comentem muito e não esqueçam de votar para deixar uma escritora feliz :)

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Dizem que a arte é uma forma de cosmovisão. Falam que, através dela, o mundo parece ganhar um aspecto diferente, muitas vezes mais sombrio, mais sofrido. Em uma sociedade onde somos forçados a nos transformar em robôs, toda forma de expressão é vista como algo destinado aos "loucos".

Qualquer tentativa de pedir ajuda, de buscar refúgio ou acalentar a própria alma, é rotulada como fraqueza. As pessoas são moldadas para se tornarem máquinas que alimentam um sistema falho, um sistema que aprisiona a criatividade e exalta o egoísmo.

Expressar sentimentos é fácil.

Os seres humanos fazem isso o tempo todo. Até mesmo aqueles que juram não sentir.

Adolescentes manifestam suas amarguras através da rebeldia, clamando por atenção ou por um alívio para o caos em suas mentes. Crianças choram e "fazem birra", deixando claro que algo está errado. Adultos se tornam alheios e imaturos, revelando, na verdade, que não passam de seres ignorantes que pensam saber de tudo.

Às vezes, o silêncio, o riso forçado de uma piada, a inserção em um grupo, o falar demais, o assistir ou ouvir certas coisas, são formas de expressão. Até mesmo a ausência de sentimentos aparentes é uma maneira de expressá-los.

Porém, existia uma forma de exteriorização que tirava o fôlego de Taehyung.

Algo que fazia sua alma entrar em um estado de transe absoluto. As horas se dissolviam e seus dedos, rápidos e ágeis, estavam sempre em busca de aperfeiçoamento. O sorriso curto, combinado à seriedade em seu rosto, dava ao jovem um ar de liberdade e sedução irresistível.

As manchas de tinta nas palmas de suas mãos, nos braços e os respingos em suas roupas denunciavam sua paixão secreta pela pintura.

Alguém com a personalidade de Kim Taehyung precisava de uma válvula de escape, e, embora todos acreditassem que ele a encontrava nos esportes, o moreno era, na verdade, um artista nato.

Contudo, como todo grande artista, ele foi silenciado por anos.

Mas, se Taehyung pudesse calar algo naquele momento, da mesma forma como fora silenciado, seria a imagem dos olhos de Jungkook sem expressão alguma e o som da voz trêmula do garoto que ecoava incessantemente em sua mente.

O relógio sobre a mesa marcava duas e meia da manhã, e Kim ainda não conseguia se livrar da memória fresca do momento em que descobriu que a pessoa em quem mais confiava era a que ele mais odiava;

nem da lembrança de ter descarregado toda a sua raiva descontrolada nela.

Ele sequer conseguia contar quantas vezes pegou o celular, considerando mandar uma mensagem para Byeong... não, para Jungkook, perguntando se ele estava bem. De um lado, essa era a única coisa que sua mente o dizia para fazer, mas, do outro, a vergonha, o medo e a decepção falavam mais alto.

Quando pegou seu caderno de desenho e começou a rabiscar aleatoriamente, tentando distrair a mente dos novos demônios que a assombravam, ele não percebeu que, aos poucos, os rabiscos foram se transformando em olhos, e que aqueles olhos eram os mesmos que, provavelmente, estavam se afogando em lágrimas por causa de um grande mal-entendido.