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Aqui estou eu, caminhando por entre os becos escuros com Sylveon ao meu lado. Um caminho mais rápido para chegar à loja de acessórios, ou ao menos era isso que eu esperava. As luzes das ruas desapareciam conforme avançávamos, e a atmosfera ao nosso redor ficava mais pesada. Sylveon mantinha as fitas próximas a mim, como se também sentisse a tensão no ar.

De repente, o som de vozes alteradas ecoou entre as paredes de tijolos ao nosso redor. Elas eram raivosas, carregadas de ameaça e agressividade. Instintivamente, parei por um momento, e Sylveon também se alertou, erguendo as orelhas.

— O que será que está acontecendo? — murmurei para mim mesma, o coração acelerando um pouco com a curiosidade que crescia.

Eu sabia que deveria apenas seguir meu caminho, mas algo em mim dizia que não poderia ignorar. Minha curiosidade é um traço que já me colocou em situações complicadas antes, mas, dessa vez, senti que havia algo mais.

— Vamos verificar, Sylveon — disse baixinho, com o olhar fixo na direção do som.

Sylveon assentiu silenciosamente, com suas fitas roçando em meu braço enquanto nos movíamos com cautela na direção das vozes. O ar parecia mais denso à medida que nos aproximávamos. O som das palavras agora estava mais claro, e eu podia distinguir uma discussão acalorada. A adrenalina começou a tomar conta de mim, e meus instintos me diziam para ficar alerta.

Candessa se escorou na parede fria do beco, o coração batendo mais forte ao ouvir as vozes ríspidas ecoando pelas paredes estreitas.

— Olha só quem tá aqui, o emo solitário que acha que pode humilhar a gente quando quer! — disse uma das vozes masculinas com um tom debochado.

— A gente tá aqui pra resolver as coisas, e você não vai se safar dessa vez. — completou o outro, com um tom ameaçador.

Ela se aproximou mais, tentando não fazer barulho. Seu olhar se fixou nas três figuras à sua frente. Eles usavam roupas pretas com detalhes em branco, e todos tinham chapéus brancos que lembravam boinas, dando-lhes uma aparência peculiar e quase cômica, não fosse a tensão do momento. Eles estavam de costas para ela, claramente concentrados no que estava acontecendo.

E ali, na frente deles, estava Gladion.

Ele estava cercado, mas sua postura era firme, como se estivesse preparado para o que viesse. Seus olhos corriam pelas figuras ao seu redor, mas algo mudou quando seu olhar se encontrou com o de Candessa, que bisbilhotava da sombra. Por um segundo, a tensão aumentou ainda mais.

Não havia dúvida. Ele a viu.

Os olhos deles se encontraram. Uma mistura de surpresa e algo mais, talvez uma pontada de aborrecimento, passou rapidamente pelo rosto de Gladion. A conexão foi instantânea. Ele sabia que ela estava ali, e isso podia mudar o rumo da situação.

Candessa sentiu o peso do momento. Ela tinha que agir ou decidir se ia intervir ou não. Sylveon, ao seu lado, percebeu a tensão e se aproximou dela, olhando para a confusão com um ar vigilante. O que Gladion diria? O que ela deveria fazer?

Barulhos de motos começaram a ecoar pelo beco, o som crescendo rapidamente, até se tornarem ensurdecedores. Candessa rapidamente voltou a se esconder, pressionando-se contra a parede, enquanto olhava para o lado. Mais pessoas, vestidas com aquelas roupas pretas e boinas brancas, se aproximavam do grupo que cercava Gladion. Não era apenas um ou dois — eram muitos. Garotos e garotas, todos avançando com uma postura ameaçadora.

Ela mordeu o lábio, sentindo a adrenalina aumentar. A situação estava ficando perigosa demais. Não podia simplesmente ficar parada.

Candessa levou a mão até sua Pokébola, sentindo o peso familiar. Com um rápido movimento, ela liberou seu Pokémon.

Flores Que Se Revelam Com O TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora