Os Luthors - Part 4

Cap 2

SAMANTHA ARIAS

Ela era tão leve.

Era como se eu não estivesse com nada nos braços, mas ao mesmo tempo era tão pesado. Como se eu estivesse carregando a coisa mais preciosa do mundo.

Eu corria o máximo que conseguia, não tirava os olhos dela nem por um segundo que seja, ela estava tão pálida... Tão fraca.

Ela me perdoaria ?

Como eu pude ser tão cega ? Deixar esse instinto natural tomar conta.

Como eu explicaria o que é ser uma vampira ? A não machucar humanos ?

Kara nunca me perdoaria se eu deixasse isso acontecer.

Eu precisava levar Alex para um lugar isolado o suficiente para que nada ruim acontecesse, eu a protegeria durante a transformação e por toda a eternidade se ela me permitir.

Eu queria voltar para Kara, garantir que ela ficaria bem, mas agora eu tinha que cuidar dela. Eu prometi.

Não sei por quanto tempo corri, talvez horas, ou dias, o tempo já não tinha mais sentido para mim.

Eu tinha achado o lugar perfeito. Uma velha cabana em uma floresta usada em épocas de caça. Isso iria servir.

Tinha uma cama relativamente confortável no lugar, eu tentei deixá-la ao máximo confortável. A dor que ela passaria não seria fácil, nunca era... Pra ninguém.

Me deixava nervosa saber disso e não poder tirar a dor dela.

Ela estava deitada, pálida sem se mexer.

Eu andava de um lado para o outro sem saber como ajudar, eu deveria ter tentado falar com ela antes ? Ou simplismente ter sumido e deixado ela viver sua vida em paz com outras pessoas ?

Então eu a olhei e sabia a resposta.

Eu não poderia deixá-la, ela nunca faria essa escolha. Seria egoísta demais.

Eu deveria ter feito o que Lena fez com Kara, protegê-la e se fosse escolha dela se juntar a mim assim eu faria.

Eu precisava reconquistar a confiança dela.

Mas como ? Como eu poderia ?

As memórias estavam voltando ao poucos, era como se eu estivesse em um sonho ruim, e acordasse... Foram tantas coisas que perdi. Mas agora eu lembro, os abraços, os beijos, todas as noites de garotas.

Kara... Kara, a nossa garotinha, tinha passado por tanto enquanto eu estava longe, elas precisaram de mim... E eu estava tão perto.

Lena. Eu teria que agradecer mais tarde por ter cuidado delas.

Eu já tinha muitas dividas para uma pessoa morta.

Eu perdi a noção do tempo, ela não acordava... Eu passei todo esse tempo segurando sua mão.

Eu não a soltaria de novo.

Em alguns momentos eu conseguia sentir ela tentar se mover e falar, mas não conseguia.

– Kara... Kara ? – Consegui ouvir Alex sussurrando extremamente baixo.

Eu apertei sua mão.

– Você logo vai ver ela, eu prometo – Disse enquanto beijava seus dedos, mesmo sabendo que ela não podia me ouvir.

Os dias se passavam lentamente, parecia que ela nunca iria acordar. Comecei a me perguntar se não teria dado errado.

Eu não percebi quando ela abriu os olhos, em um momento eu estava de cabeça baixa e no outro quando me virei para olhá-la, ela me encarava de volta com a cara perplexa.