Ciúme é sombra que se arrasta,
Um espinho cravado na alma.
No silêncio, a dúvida faz morada,
A mente se perde, o coração desarma.É o olhar que se fere na espreita,
A dor que nasce sem razão.
Gira em círculos, não aceita,
O que a confiança deveria ser mão.E a culpa vem, sutil serpente,
A envenenar o que restou de paz.
Um nó que se aperta, eternamente,
Nos laços do que já não se refaz.Quisera o amor ser leve e puro,
Mas o ciúme escurece o olhar.
E a culpa, com seu peso obscuro,
Nos faz de nós mesmos nos afastar.