| 02 | Imã para coisas ruins

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— Eu não aguento mais Nic, meu casamento está fardado ao fracasso

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— Eu não aguento mais Nic, meu casamento está fardado ao fracasso. — Rosane minha melhor amiga comenta, ela já estava na décima cerveja.

— Rô, não diz isso. — Falo carinhosa. — Se é algo que ele ama, que gosta, imagine o quão ruim vai ser pra ele não ter mais esse trabalho.

Rosane e eu somos melhores amigas desde que entrei na minha antiga empresa, ela me abraçou e me ajudou bastante, porém sempre separávamos o profissional do pessoal, nunca contávamos sobre nossa vida fora da empresa.

Bom..até esse momento.

— Eu sei que ele ama esse trabalho, mas o que adianta eu ter um marido se ele mal está em casa. — Ela choraminga bebendo mais da sua cerveja.

Não conheço o marido dela, ela apenas disse o básico sobre eles, ele é policial que trabalha muito e mal fica em casa.

— Você já tentou conversar com ele?

— Já, ele disse que não podia sair da polícia. — Ela diz triste. — Eu queria engravidar amiga, criar uma família com ele, mas como?

— Ai amiga, difícil. — Acaricio o braço dela tentando reconforta-la. — Acho que você devia parar de deixar isso afetar o casamento de vocês, sei que é difícil mas vai jogar anos de casamento no lixo?

Ela nega deitando a cabeça na mesa.

— Eu o amo, mas... ele não está dando o que eu quero. — Ela diz baixo ainda com a cabeça baixa. — Nic, eu conheci alguém...

— Ah não amiga, não me diz que está traindo seu marido? — Falo surpresa, dessa vez quem bebe toda a cerveja sou eu.

— Não, claro que não. — Ela diz rapidamente fazendo eu me sentir aliviada.

Na comunidade onde eu morava, os traficantes abominava traições, ou cortavam o cabelo e dava uma boa paulada na mulher ou matavam de uma vez, o engraçado é que se é ao contrário a mulher tem apenas que aceitar e ser corna mansa pra não acabar apanhando e isso é triste.

Então se com traficantes é assim, imagina com policiais que tenho certeza que nem todos são gente boas ou nenhum são.

— Então?

— Ele é meu professor de direitos humanos. — Ela sorri. — Ele é diferente sabe amiga?

— Diferente por que você está se sentindo carente em relação ao seu marido. — Comento tentando ao máximo não soar grosseira, eu queria realmente ajudar.

— Acho que não é isso amiga, até o sexo não está mais tendo e quando tem não consigo sentir nada. — Ela diz baixo para as pessoas da mesa ao lado não ouvir. — Acho que não sinto mais nada por ele.

— Então o melhor a se fazer é terminar. — Falo e ela concorda.

— É muito bom conversar com você. — Ela sorri e eu retribuo. — Você devia investir na psicologia amiga e não em ser professora.

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