| 04 | Meu nome é Nicole

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Algumas coisas tinham mudado e uma delas é que finalmente tinha conseguido convencer meu pai que era uma boa ideia abrir uma escola aqui na comunidade

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Algumas coisas tinham mudado e uma delas é que finalmente tinha conseguido convencer meu pai que era uma boa ideia abrir uma escola aqui na comunidade.

Me surpreendi quando ele se prestou a ajudar na construção e com as mesas, cadeiras e lousa. Mas deixei bem claro que não precisava dele, não queria que ele jogasse na minha cara depois.

No começo vinha pouca criança, o que era um pouco fácil, agora eu tenho uma sala fechada com trinta crianças.

Eu estava mega feliz e realizada.

Algumas mulheres me ajudavam bastante, até por que não é fácil cuidar de trinta crianças sozinhas. Eu ficaria maluca.

— Muito obrigada Gabi, eles gostam muito de você. — Falo abraçando minha colega, Gabi cuidava da refeição dos pequenos.

— Que nada Nic, amo essas crianças e não tem trabalho melhor que ajudar as pessoas. — Ela retribui.

O dia por incrível que pareça foi tranquilo, a comunidade em si estava tranquila, o que era bom, meus dias de azar deve ter acabado, finalmente.

Fecho a escola quando a última criança vai embora, a escola não era tão longe da casa dos meus tios, o que era bom para mim quando eu precisava ficar até tarde revisando lição.

Eu estava querendo muito levar os pequenos para um passeio, eles me disseram que nunca tinham ido a um zoológico e isso me pegou muito.

Deixei um bilhete em cada agenda perguntando para os pais se seria uma boa ideia e caso eles aprovem eu teria que pedir permissão para o meu pai.

O trato era que tudo tinha que passar por ele, e tudo bem, querendo não ele é o dono daqui, não podia fazer nada.

Hoje teria baile em comemoração ao aniversário dele, a comunidade inteira ia festejar, até meus tios que eu não via faz uma cota apareceu só para ir nesse baile.

— Oi querida. — Minha tia me cumprimenta. — Não vai ir para o aniversário do seu pai não?

Nego com a cabeça deixando minha bolsa no sofá, vou direto para a cozinha pegando minha garrafa de água e bebendo.

— Hoje faz três anos que minha mãe morreu, acha mesmo que tenho o que comemorar? — Falo rude.

— Ele é seu pai Nicole.

— Ele é só meu progenitor, por que cuidar de mim nunca cuidou. — Me irrito, desde de a morte da minha mãe eu me virei sozinha, nunca precisei deles pra nada.

— Engraçado que quando precisa de algo se rasteja até ele... — Ouço meu tio cochichar de longe, o que me faz revirar os olhos.

Decido ignorar, vou para o meu quarto fechando a porta, abro meu guarda-roupa procurando algo fresco para usar.

Eu precisava beber.

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