A sina de uma mãe é o amor

2 1 0
                                    

O Grande Salão estava repleto de sons festivos: risos, conversas altas e o tilintar de canecas de cerveja e vinho. As longas mesas de madeira estavam cobertas com pratos de carne, pães quentes, queijos e frutas, enquanto as lareiras projetavam um brilho acolhedor no ambiente. Era uma noite de comemoração, e o motivo da festa não poderia ser mais satisfatório para a Casa Frey.

Carl Frey estava sentado à mesa principal, ao lado de seu avô, o infame Lorde Walder Frey, que ocupava o centro do salão com sua presença poderosa. Ao redor, estavam seus tios, primos e parentes distantes, todos exaltando a recente honra que havia recaído sobre a Casa Frey: Carl, o jovem Frey, havia sido nomeado Senhor de Harrenhal. Um título que poucos nas Gêmeas poderiam ter sonhado.

“A um Frey! Senhor de Harrenhal!” gritou um dos tios de Carl, levantando sua caneca, e os outros seguiram o brinde com entusiasmo.

Lorde Walder Frey, com seus olhos astutos e sorriso satisfeito, batia a bengala no chão de pedra, comandando a atenção de todos. “Vocês ouviram, não ouviram? Meu neto! Lorde de Harrenhal!” Sua voz soava mais forte do que de costume, claramente saboreando o momento. “Os Whent não são nada, não são nada comparados a nós! Agora, um Frey vai se sentar no maior castelo dos Sete Reinos. E por isso, eu digo, que estamos subindo. E quem pode nos parar agora?”

A mesa explodiu em risadas e aplausos, todos se virando para Carl, que esboçou um sorriso contido. A responsabilidade do título pesava em sua mente, e ele sentia a pressão de viver à altura das expectativas, especialmente as de seu avô.

“Carl!” gritou um de seus primos mais velhos, Edwyn Frey, de copo em punho. “Você é o orgulho da nossa casa. Aquele castelo será seu... mas também de todos nós, não é? Está levando o nome Frey para as alturas, primo. Estamos com você!”

Carl assentiu, um sorriso tenso no rosto, enquanto os homens ao seu redor riam e bebiam. Ele percebeu como, para eles, sua ascensão não era apenas pessoal, mas uma oportunidade de elevar o status de toda a família. Os Freys nunca foram vistos com bons olhos pelas grandes casas, mas Harrenhal era uma chance de mudar isso. Contudo, a grandiosidade do castelo trazia suas próprias sombras, e ele sabia que ninguém ali compreendia o que realmente significava assumir o fardo daquele lugar.

Enquanto os brados continuavam, Lorde Walder ergueu sua voz uma vez mais, com um brilho travesso no olhar. “Mas Carl... Harrenhal é uma coisa. Um grande castelo. Uma grande responsabilidade. Mas o que Harrenhal precisa mesmo é de herdeiros. Bisnetos meus!” Ele riu alto, e o salão ecoou sua risada, enquanto Carl corava.

“Vamos lá, rapaz,” Walder continuou, ignorando o desconforto de Carl. “Você está indo para um castelo grande demais para um só homem. Precisa de uma esposa para preenchê-lo, e logo! Um Frey, herdeiro de Harrenhal. E depois? Muitos filhos! Preciso que você se apresse com isso. Tenho muitos filhos, é verdade, mas um bisneto Frey em Harrenhal seria algo para se gabar por gerações!”

As bochechas de Carl esquentaram, e ele desviou o olhar dos olhos penetrantes de seu avô. Não era a primeira vez que Walder falava sobre isso, mas diante de toda a família, o peso do comentário parecia maior. Vários de seus primos riram e trocaram olhares maliciosos.

"Vai nos contar logo qual dama teve a sorte de conquistar seu coração?" brincou um de seus tios, Cleos Frey, com um sorriso provocador. "Ou será que vai precisar da ajuda do avô para encontrar uma? Sabemos que Lorde Walder tem experiência nisso."

Mais risos ecoaram pelo salão, e Carl forçou uma risada leve, tentando dissipar o constrangimento. “Acredito que Harrenhal vai me manter ocupado por algum tempo antes que eu pense nisso,” disse ele, tentando manter o tom leve, mas os olhares zombeteiros ao redor da mesa mostravam que suas palavras não haviam convencido ninguém.

Um Frey Em Harrenhall Onde histórias criam vida. Descubra agora