HÉTERO COM H DE HOMOSSEXUAL || KIMCHAYCAU [+18]

2 - Raiva e Desejo

KIMHAN

Sábado chegou mais rápido do que eu imaginava, e devo admitir que isso me deixa nervoso. Porque o convite inusitado de Macau e Porchay é hoje.

Mas eu obviamente não irei, por isso não entendo por que estou assim tão ansioso. Não serei louco de transar com dois caras, mesmo depois do que houve no banheiro com Macau. É maluquice!

Minha vontade de fazer aquilo de novo foi embora, junto com o interesse de saber como deve ser fazer sexo com dois homens ao mesmo tempo… Droga, por que estou pensando nisso?! Esqueça de uma vez, Kimhan!

Tento focar na música que está tocando ao fundo da boate, com minha namorada dançando de um lado para o outro animadamente. A melhor amiga dela nos chamou essa noite para esta boate, então tenho certeza de que Macau e Porchay não terão o que tanto querem, já que não irei até eles. Felizmente estou livre dos dois. Finalmente!

— Vai só ficar aí sentado? Vem dançar comigo! — Jennie se aproxima de meu ouvido e fala alto enquanto ainda movimenta seu corpo à batida da música. Tudo bem que ela faz qualquer um dançar, mas hoje eu não estou afim. Nem um pouco.

— Depois eu danço, bê. Vou ficar só na bebida agora — falo com meu copo de vodka nas mãos, apenas apreciando-a dançar alegremente.

Ela continua dançando com sua melhor amiga por mais alguns minutos, até revirar os olhos e colocar uma das mãos na cintura, visivelmente brava.

— Eu cansei. Vou falar com eles — Jennie fala rápido, colocando seu copo no balcão ao lado do meu e disparando para longe.

Não estou entendendo absolutamente nada, mas decido segui-la. Obviamente, é o que devo fazer como namorado dela. Passo por algumas pessoas até chegar a ela, que está de frente para dois caras numa mesa.

Quando os reconheço, meus olhos se arregalam e meu coração acelera em nervosismo.

Não pode ser…

— Vocês podem parar, por favor? Isso já está me irritando! — Minha namorada bufa.

Ela está visivelmente de saco cheio, mas não consigo dizer nada além de:

— Bê, deixe eles pra lá e vamos dançar. Vamos. — Tento puxá-la, mas sou impedido.

— Não! Eu vou resolver isso primeiro!

— Resolver o quê, mona? Não tem nada para resolver aqui. — Porchay coloca seu copo sobre a mesa. Ele não hesita em me olhar de cima a baixo, mordendo a ponta de sua língua num sorriso malicioso.

Admito que ser olhado dessa forma por um homem me deixa totalmente sem jeito. Sinto minhas bochechas esquentarem violentamente, fazendo-me desviar o olhar.

— Vocês não param de me comer com os olhos! Não têm vergonha disso?

A frase de Jennie faz Porchay e Macau gargalharem por alguns segundos enquanto se encaram, como se tivessem ouvido a piada mais engraçada do mundo. Após ambos se recomporem, Porchay torna a falar:

— Acha que estamos olhando para você? Me poupe, gata. Estamos olhando é pro teu macho. Ele sim é um pitelzinho que merece ser observado.

Sua fala me congela por inteiro, os olhos arregalados. Como ele tem tamanha coragem para falar isso na cara dura? Quem ele pensa que é para fazer isso?

— Ele já tem namorada, então tirem o olho. — Jennie agarra meu braço, como se previsse que Porchay e Macau me tirariam dela a qualquer momento. Seu medo de me perder é notório.

— Relaxa, nós não sentimos ciúmes, não — Macau responde. Agora é a vez dele me encarar de cima a baixo, o que me faz voltar ao meu lugar com Jennie.