Capitulo 9

1.5K 398 51
                                    

Eu sorri desgostosa apertando as sementes em minhas mãos, pois meu plantio já estava pronto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu sorri desgostosa apertando as sementes em minhas mãos, pois meu plantio já estava pronto.. e nem fui eu que plantei, porém é minha obrigação colher..





- Como foi o final de semana? - Felipe me pergunta e movimento minha peça no tabuleiro.

Meu final de semana? O que deveria ser a realização do meu sonho infantil, e não passou de um filme de terror ruim, com baixo orçamento hollywoodiano? Eu conto para Felipe que meus genitores preferiram lavar as roupas sujas, do perguntar sobre mim. Que eu não sou tão importante quanto o objetivo que cada um tem em suas maravilhosas vidas, ou melhor ainda, que acompanhei Tórus em um dos negócios da sua família e ele arrancou dois dedos do rapaz que tive uma luta corporal no dia dos jogos, e que agora eu tenho um aras.

- Ganhei um aras - ele parou a mão no ar e me olhou ajeitando os óculos - Tórus.

- É claro, não sei porque ainda me surpreendo. Porém, tem algo além disso te deixando inquieta.

- Estou bem.

- Não, pois se tivesse já teria me deixado ganhar duas rodadas atrás - finalmente olhei o tabuleiro e percebi que havia o encurralado.

Suspirei e movi a peça de forma rápida acabando com o jogo entediante de damas.

- Feliz?

- Não. Não quer falar? Foi muito ruim, suponho.

O que irei falar? Que simplesmente a ordem que Torus deu ao pai do Bertolins foi cumprida? Que o brasão 7 entrou nesta manhã na faculdade de joelho com seus dedos costurados sobre seu brasão, foi a cena mais humilhante que presenciei. Ele seguiu de cabeça erguida até sua sala, é só então pode se levantar. Jamais vi corredores tão silenciosos, o sorriso de Tórus o acompanhado com as mãos no bolso mascando chiclete mostrava que ele tem o mundo ao seus pés. Que sua palavra é uma lei irrevogável. É isso que me fez questionar a minha própria sanidade, se é que tenho uma.

- Soube do Bertolins?

- Eu não tenho tanto poder para ir até os Al Saud, e dizer que o filho deles é desequilibrado.

- Isso eles sabem - dei de ombros e rimos.

- Está assim por causa dos dedos? - concordei - Por quê?

- Eu.. Eu não senti pena. Não senti vontade de ajudar, de impedir Torus de o fazer.

Felipe me olhou por um tempo antes de tirar os ósculos, seu silêncio me deixa aflita e medo do que vai dizer.

- Não sentir empatia sobre certas pessoas é normal, Petúnia.

- Então tudo bem eu não ter sentido nada? - ele concordou - E se eu te dissesse que eu queria ter feito? Segurado a machadinha e não só cortado os dedos, mais sim a mão daquele verme imundo?

Às O Rei Do Jogo Onde histórias criam vida. Descubra agora