auror, imagines harry potter.

Sirius Black.

Ela simplesmente não entendia, não conseguia compreender o motivo de sempre voltar para os braços de Sirius. Talvez fosse o charme dos seus cabelos rebeldes, o jeito despreocupado com que ele usava a gravata, seu humor ou as piadas que ele fazia. Mas, o que realmente a levava de volta para ele? Isso era um mistério que ela lutava para desvendar.

Todas as suas escolhas, por mais insignificantes que fossem, pareciam girar em torno dele. Mesmo quando fechava os olhos, ainda podia ouvir o som da sua risada, a lembrança do seu cheiro amadeirado impregnado na memória, roubando-lhe o sono. Era como se, por mais que tentasse, Merlin se recusasse a ajudá-la a se distanciar.

Seus amigos eram os mesmos, as casas,seus dilemas e piadas eram praticamente iguais, uma conexão fora do normal, a menina queria esquecer dele, tudo parecia conspirar contra seu desejo de esquecer Sirius Black. Eles estavam ligados de uma forma que ela não conseguia cortar. E por mais que quisesse deixá-lo para trás, algo a puxava de volta.

Um suspiro escapou de seus lábios enquanto ela estava na biblioteca, tentando manter a mente ocupada com livros. Já havia lido um romance trouxa que, ironicamente, só a fizera pensar ainda mais em Sirius, e agora se distraía com livros de Herbologia. Era inútil. Até ao ler sobre mandrágoras, sua mente deu um pequeno vacilo nas memórias, trazendo de volta a lembrança do dia em que Sirius havia desmaiado.

Eles estavam na aula de Herbologia, o ar pesado e úmido da estufa  a deixava calma. A professora deu instruções claras: tampões de ouvido deveriam ser colocados ao lidarem com as mandrágoras. Sirius, como sempre, exibia seu típico ar despreocupado, brincando com a gravata e com um sorriso travesso nos lábios.

"Vamos lá, isso não pode ser tão ruim assim", ele disse, olhando-a de lado com aquele brilho desafiador nos olhos.

Ela suspirou, já se preparando para o inevitável. "Você deveria colocar os tampões logo, Sirius."

"Eu nunca precisei disso", ele retrucou, confiante como sempre. Mas assim que a mandrágora foi puxada da terra, o grito agudo ecoou pela estufa, e, sem os tampões, Sirius desabou no chão, inconsciente.

Ela riu ao vê-lo caído. "Eu avisei", murmurou para si mesma enquanto a professora corria para ajudá-lo.

Mais tarde, Sirius acordou na ala hospitalar com aquele sorriso irônico que ela conhecia tão bem. "Ok, talvez da próxima vez eu te ouça."

Ela balançou a cabeça, ainda rindo. "Talvez."

A lembrança a fez sorrir involuntariamente, mas seu sorriso desapareceu assim que ouviu uma voz familiar.

"Ainda rindo sozinha?" Sirius perguntou com aquele sorriso de canto que a assombrava.

"É o que me resta agora que a Hellen se foi." Ela suspirou, lembrando da amiga que havia saído de Hogwarts há poucas semanas.

Sirius se sentou ao lado dela, afrouxando a gravata com um gesto casual, claramente desconfortável com o acessório. "Por que rir sozinha se pode ter a melhor companhia?" ele provocou, com o ar despreocupado de sempre.

Ela não conseguiu mais esconder o peso do que sentia. "Por que você faz isso, Sirius?" A pergunta saiu carregada de tristeza, uma fraqueza que ela sempre tentava esconder.

"Isso o quê?"

"Aparece na minha vida toda vez que eu tento te esquecer." O desabafo veio acompanhado de uma sensação de alívio e exaustão, como se finalmente estivesse admitindo o que a atormentava há tanto tempo.

Sirius não hesitou, sua voz saindo firme, mas mais baixa do que o normal. "Porque eu não quero que você me esqueça." Seus olhos a fitavam com intensidade, e os ombros dela cederam. "Eu queria ter tudo o que tivemos de volta."

Ela sentiu o coração apertar, mas as cicatrizes do passado a impediram de ceder completamente. "Não me faça acreditar em promessas vazias de novo, Sirius. Da última vez, foi a mesma coisa."

Ele a olhou com mais seriedade do que ela esperava. "Eu prometo que não vai ser assim desta vez. Eu mudei, e tudo o que eu quero é uma chance de te provar isso."

O silêncio entre eles era pesado. Ela sabia que aquela era uma encruzilhada. Poderia tentar acreditar nele, mas isso significava correr o risco de se machucar novamente. Sirius, por sua vez, parecia diferente, mas o medo de ser enganada outra vez a impedia de tomar qualquer decisão.

Ela desviou o olhar, os olhos cheios de dúvida. "E se você estiver errado? E se for só mais uma promessa que você não consegue cumprir?"

Sirius se inclinou um pouco mais para perto, o rosto carregado de uma sinceridade que ela raramente via. "Eu não posso te garantir que não vou errar... mas posso te garantir que não vou desistir de tentar ser melhor. Por você."

Ela mordeu o lábio, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. Por um momento, os sentimentos conflitantes que carregava dentro de si a sufocavam. As palavras dele eram doces, mas ela já ouvira aquilo antes. Dessa vez, ela queria algo real, e não apenas promessas bonitas.

Sirius, percebendo sua hesitação, esperou pacientemente, algo raro vindo dele. O coração dela estava dividido, entre o desejo de acreditar e o medo de mais uma vez ser decepcionada