Encontro de almas

Incompatibilidades

MATTEUS POV

Na reunião, recebi algumas propostas de trabalho que prontamente aceitei. O que eu mais queria era isso, trabalhar sempre para conquistar o meu patrimônio. Confesso que me sinto muito incomodado com as especulações de algumas pessoas, que apesar de não serem verdades me atingem bastante. Mas estou tentando ao máximo evitar ler esse tipo de comentário.

Fui aconselhado a mudar de agência, afinal a primeira que contratei serviu apenas para gerenciar o meu retorno a mídia, de forma que remodelassem a minha imagem. Recebi algumas propostas, e escolhi a melhor e mais conveniente.

- Amor, cheguei! – falei da porta do nosso apartamento.

- No banho... – ela respondeu. Aproveitei que ela estava no banheiro e fui dar uma olhada nas panelas. A Petiça já tinha preparado o nosso jantar e o cheiro estava divino.

Eu costumava fazer nossas refeições e ela arrumava a cozinha depois. Dividíamos nossas tarefas dessa forma. No entanto, em algumas situações invertíamos, afinal sempre surgiam compromissos e era uma grande correria.

Enquanto ajeitava a mesa, podia ouvi-la cantando no banheiro. Era tão gratificante vê-la feliz e leve. Estávamos muito felizes com a nossa nova moradia e almejando um futuro bem próspero juntos.

- Terminei... – ela saiu do banheiro com os cabelos molhados e veio me abraçar.

- Mas que Petiça cheirosa, tchê! – dei um cheiro em seus cabelos.

- Obrigada, amor. Ficar de cabelo molhado é tão libertador!

- Já arrumei a mesa, vou tomar um banho rapidinho.

- Vou esquentar a comida, não demore!

Corri para o banheiro e tomei um banho super rápido para não desobedecer a Petiça, porque se não ela vira onça e morde. Deuzulivre! Arrumei-me e segui para a cozinha. Terminamos de nos servir e fizemos nossa refeição. Aproveitamos o momento para conversar sobre nossas agendas.

- Eu preciso ir pro Alegrete. Vão entregar a casa da vó. – Ela sorriu para mim e nossos olhos encheram de lágrimas.

- Que lindo, meu amor. Eu estou tão feliz por vocês. Um sonho realizado. – Sempre torcíamos para o sucesso um do outro.

- Você consegue ir? – perguntei meu receoso, mas eu já sabia a resposta. Ela estava atolada de coisas e acho muito difícil ela conseguir.

- Amor... – ela estava tentando arranjar um jeito de me falar.

- Não fica preocupada com isso. Eu estou convidando porque seria maravilhoso se você pudesse ir, mas eu entendo sua falta de tempo.

- É que eu tenho essa viagem marcada e depois preciso retornar pra cá para outros compromissos. Me desculpe.

- Não precisa se desculpar, Petiça. Eu sei disso. – Peguei nas suas mãos e as beijei.

Não tocamos mais no assunto e resolvemos falar sobre outras coisas. Aproveitei para contar as novidades sobre a agência que contratei e ela me deixou a parte dos novos projetos que já estavam encaminhados.

Depois abri uma live para informar aos meus seguidores sobre as novidades da casa da Vó, e recebi uma chuva de comentários querendo saber se a Isabelle iria. Aproveitei para dizer que não, já que infelizmente nossas agendas estavam se chocando. Encerrei a live depois de agradecer o carinho de todos e fomos dormir.

No outro dia, acordei e olhei para o outro lado da cama e ela não estava mais nela. Levantei e fiz minha higiene matinal e segui para a sala, onde a encontrei sentada no sofá.