Encontro de almas

De Norte a Sul

ISABELLE POV

Enfim, um tempo de qualidade com meu amor. Em breve, viajaremos para o Sul. Será minha primeira vez conhecendo o Alegrete. Não posso negar que estou completamente ansiosa com o que me espera, afinal, conhecerei o restante da família do Matteus.

Apesar de já nos falarmos constantemente por telefone, estou muito nervosa de conhecer a Vó Neusa. E se ela não gostar de mim?

Estou terminando de gravar meus conteúdos. Consegui ajustar minha agenda e com muita correria adiantei alguns compromissos para poder viajar com o Matteus.

Serão poucos dias, mas tenho certeza que a gente vai conseguir aproveitar bastante. Ele já planejou alguns passeios e me contou que tem um monte de gente que estão ansiosos com a minha chegada.

- Amor, cheguei! – Matteus interrompeu meus pensamentos. Ele teve que ir correndo ao shopping comprar mais uma mala. Eu confesso que estou levando um mundo, mas uma mulher não pode viajar sem suas coisinhas. – Quase não consigo, fui nos últimos minutos. – Nós rimos de nervoso.

Faltavam poucas horas para o nosso voo e ainda estava tudo uma tremenda bagunça. Preciso confessar, o Matteus é muito mais organizado que eu. Olhei no cantinho do nosso quarto e vi suas coisas arrumadas. Ele seguiu meu olhar.

- Tem alguma coisa para dizer, petiça – ele me questionou levantando uma sobrancelha. Como resposta dei língua para ele, que sorriu.

- Sério, Matteus. Eu sou uma grande vergonha. Não consigo ajeitar minhas coisas – ele vem até mim.

- Fica tranquila, amor. A gente vai ajeitar. – Ele começou – Quer dizer, eu vou ajeitar. Sou um homem de fundamento que resolvo tudo, e não um rato!

Matteus sempre falava isso. E era a mais pura verdade, não tinha nada que esse homem não conseguisse resolver. A paciência dele era invejável. Enquanto eu sou a mais agitada e nervosa, ele é uma paz. Somos igual fogo e água. E nos completamos.

- Te amo – disse.

- Te amo mais.

Terminamos de ajeitar as minhas coisas e corremos para o banho. A gente precisava correr contra o tempo, nosso voo sairia em breve e a ainda precisávamos ir para o aeroporto.

São Paulo! Que cidade imensa. Precisamos sair com muitas horas de antecedência para chegar nos lugares, ainda não me acostumei com isso. Já perdi voo, cheguei atrasada e entre outras coisas. O Matteus por ser mais metódico, já está se acostumando com essa grande loucura. E ele sempre chama minha atenção.

- Vou chamar o Uber. Termina de se arrumar logo, amor. – ele me repreende. Eu estava ajeitando meus cabelos e fiz uma careta para ele. – Nem adianta me olhar assim, você sabe que eu to certo.

- Bota chatooo ... – disse e ele deu uma gargalhada. O Matteus apesar de ser mais jovem que eu, é muito responsável e maduro, e as vezes até parecer ser um homem muito mais velho. Não só pela parte física, mas também pelas atitudes.

Ele é o primeiro homem mais novo que me relaciono, e confesso que foi uma grande luta interna para aceitar isso. Mas uma coisa que aprendi no confinamento, é que a idade não é sinônimo de maturidade. E aqui fora, o Matteus apenas tem confirmado isso para mim.

- Prontinha, vamos descer – fechamos nosso apartamento e descemos no elevador. O carro já estava nos esperando.

Depois de uma grande viagem até o aeroporto, já estávamos embarcando. Viajar de madrugada para mim era terrível, mudava toda a minha rotina e bagunçava tudo.

Para piorar, essa mudança de clima, tem me deixado um pouco doente. Como sofro de sinusite, rinite e vários ites, meu nariz está sofrendo e isso afeta minha cabeça também. O Matteus sempre muito preocupado fica me aquecendo o tempo todo. Ele é um homem quente e sempre faz questão de dizer isso.