VIII

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"A força só se revela quando se é destroçado."



O cavalo trotava suavemente enquanto Jungkook se agarrava à cintura de Jimin, sentindo a segurança e o calor do corpo à sua frente. Internamente, ele agradeceu por Jimin ter decidido fechar a camisa antes de partirem, poupando-o da proximidade que o deixava tão inquieto. Estava começando a se habituar ao caminho quando percebeu que estavam desviando da rota usual.

— Para onde estamos indo? — perguntou, a curiosidade surgindo em sua voz.

— Ah, Jungkook, me desculpe. Vamos ao palácio real rapidinho — respondeu Jimin, sem se virar, mas com um tom leve na voz. — Preciso chamar o Tae para a Casa Sakura. Faz tempo que ele não sai para se divertir um pouco.

— Eu posso ir lá? — Jungkook perguntou, esperançoso, mas já prevendo a resposta.

— Na verdade, não. — Jimin riu, sua risada ecoando de maneira suave. — Mas vamos entrar por um lugar que poucas pessoas conhecem. Ah, me desculpe, eu vou precisar vendar você. Não é porque não confio em você, mas se eu aparecer lá com você sem estar vendado, Yoongi com certeza vai querer me matar.

Jungkook assentiu, embora não soubesse se Jimin conseguia ver seu gesto. Ele confiava no jovem mestre, mais do que poderia explicar. Quando o cavalo finalmente se aproximou de uma pequena floresta, Jimin desceu graciosamente e ajudou Jungkook a descer também, suas mãos pequenas e firmes guiando-o.

— Vou ter que cobrir seus olhos agora — Jimin avisou enquanto tirava um pedaço de tecido de dentro de sua bolsa. — Segure minha mão, não solte por nada, e só tire a venda quando eu disser.

Jungkook sentiu o tecido macio cobrir seus olhos, e por um momento seu corpo se tensionou, seus outros sentidos ficando mais aguçados sem a visão. Mas assim que sentiu a mão de Jimin novamente na sua, o toque suave e reconfortante o fez relaxar. Ele sentiu-se mais calmo, permitindo que Jimin o guiasse pelo caminho desconhecido.

Enquanto caminhavam, Jungkook ouviu o som de algo sendo aberto, como uma porta oculta, e logo depois Jimin o instruiu a se abaixar, o que ele fez com cuidado. Passaram por mais algumas passagens estreitas, e o som de algo novamente se fechando ecoou pelo ambiente. Havia um cheiro úmido e antigo no ar, como se estivessem entrando em uma área secreta e esquecida pelo tempo.

A mão de Jimin, mesmo pequena, encaixava-se perfeitamente na de Jungkook, e a cada vez que seus corpos se esbarravam pelo caminho estreito, o coração de Jungkook acelerava. Ele estava tenso, não por medo, mas por estar tão próximo de Jimin sem poder vê-lo. Era como se seus sentidos estivessem mais alertas ao toque e à presença do jovem mestre, e cada passo que davam parecia aumentar a tensão que ele sentia no peito.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, ouviu o som de uma trava se movendo e algo sendo afastado. Logo em seguida, uma voz rouca e surpresa ecoou pelo ambiente:

— Você quer me matar de susto, Park Jimin?

Jungkook ouviu a risada suave de Jimin antes de sentir suas mãos se moverem até seu rosto, retirando gentilmente a venda de seus olhos. Quando sua visão voltou, ele se viu em um quarto magnificamente decorado, dez vezes maior do que qualquer quarto que já tinha visto, e infinitamente mais luxuoso. Era um ambiente que exalava realeza.

Diante de si, estava um homem alto, com longos cabelos sedosos que caíam até seus ombros, maxilar bem marcado e um sorriso quadrado que o tornava ainda mais impressionante. Ele parecia irradiar uma presença que Jungkook só havia visto em figuras poderosas.

— Esse é o Jungkook! — Jimin apresentou, sorrindo de orelha a orelha, claramente animado por finalmente poder apresentar seu amigo. — E esse — continuou Jimin, apontando para o homem à sua frente — é o meu melhor amigo, Tae.

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