Antes de iniciar a leitura, gostaria de me desculpar antecipadamente. Este capítulo passou por uma revisão rápida e pode conter alguns erros. Tive o desejo de entregá-lo mais cedo, mas precisei priorizar meus estudos para um concurso, o que me deixou com tempo apenas à noite para finalizar. Espero que aproveite a leitura e peço desculpas por qualquer erro.

"Quando eu sinto sua respiração, ela se espalha por todo meu corpo'' 

Not by The Moon— GOT7 



Lee estava deitado, e mais uma vez sua mente o conduzia àquele sonho perturbador. Em seus pensamentos, ele via o rosto de Solar, iluminado pelo sorriso cálido que parecia o próprio sol. Solar, cujo nome combinava com a luz que ela trazia, era também a ruína silenciosa de seus atos mais sombrios, uma presença que ainda assombrava seu coração.

Ele lembrava com clareza do momento em que a conheceu. Naquela época, era apenas um jovem soldado, alguém que via o mundo sob a dureza do aço e a frieza do dever. Mas Solar lhe mostrará outra perspectiva, mais suave e convidativa. Ela sorria com uma leveza quase irreal, um brilho que chegava a doer, e ele se permitiu sentir, ainda que só por uma fração de segundo, que poderia ser dela e que ela poderia ser sua. Porém, o destino, com suas garras implacáveis, separou o que ele mal teve a chance de tocar, arrancando de suas mãos com uma crueldade que parecia pessoal.

Mas no sonho, tudo mudava. Num instante, ela estava sorrindo para ele, e no seguinte, seus olhos estavam fechados, a expressão serena do rosto substituída por um vazio assustador. Lee observava, incapaz de impedir, enquanto o corpo dela se transformava em um entre vários. O chão ao redor dele era uma colina de cadáveres, e todos eles eram dela. Solar, em suas inúmeras versões, jaziam inertes sob seus pés, formando um trono macabro.

Sobre sua cabeça, repousava uma coroa feita de ossos, cada peça ressoando com um frio gélido, e suas mãos escorriam de sangue. O peso do sangue e dos corpos o envolvia em uma sensação de poder, uma força que pulsava de forma selvagem dentro dele. Lee sentia seus lábios se curvarem num sorriso que nunca ousara dar em vida. Ele estava satisfeito, como se tivesse alcançado o auge, algo além do humano. "O poder é melhor", murmurava para si mesmo, a voz reverberando como uma prece sombria. E, ali, banhado em sangue e perdido na glória do seu próprio delírio, ele acreditava ter se tornado um deus.



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Aos sete anos de idade, Yoongi e Woozi aprenderam uma verdade implacável: a brutalidade do mundo não fazia distinções. A tragédia chegava sem aviso, derrubando famílias, apagando lares, deixando rastros de perda que crianças como eles jamais deveriam carregar. A memória daquele dia ficou marcada, indelével, um peso que pendia sobre os dois como uma sombra.

O último ato de seus pais foi o de escondê-los, um gesto de amor desesperado. Apressados, empurraram os meninos para o compartimento secreto que o pai havia construído sob o assoalho, uma fortaleza improvisada para o caso de uma guerra. No escuro, o pequeno espaço se transformou em refúgio e prisão. Yoongi, com o coração martelando no peito, abraçou Woozi, mesmo que também estivesse apavorado, sentia o peso da responsabilidade de cuidar de Woozi e de protegê-lo, cumprindo as últimas palavras que o pai sussurrou com um olhar grave: "Só saiam quando tudo estiver seguro."

No entanto, a segurança parecia uma promessa distante. Do lado de fora, os gritos surgiam e desapareciam, preenchendo o espaço com uma tensão sufocante. Yoongi ouvia o som de móveis sendo arrastados, objetos quebrando, corpos sendo jogados contra o chão. Cada ruído se impregnava em sua mente, a cada novo som seus braços apertavam mais o irmão, como se isso pudesse selá-los contra o horror lá fora. Minutos, horas, ou talvez apenas segundos — o tempo perdeu significado até que o silêncio chegou, mas era um silêncio pesado, frio, que parecia anunciar o fim.

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