Wlange, uma menina de 14 anos, cresceu imersa no mundo perigoso da caça as bruxas, onde sua infância foi marcada por responsabilidades que pesaram sobre seus ombros. Para dar à filha a chance de viver uma vida normal, seu pai, Samuel, decide enviá-l...
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No mesmo dia do capítulo anterior
A tarde está nublada e fria, o céu coberto por nuvens cinzentas, mas a ausência da chuva mantém a paisagem seca e tranquila. Parada em frente a cama vazia e sem lençóis, Wlange sente a estranha sensação de vazio dentro de si, é como se sua existência não tivesse mais sentido.
Podemos referir-nos a Wlange neste momento como Wlange 1, enquanto a Wlange anterior será denominada Wlange 2. A Wlange 1 possui o hábito automatizado de assim que encontrar alguma coisa "fora do normal" ir investigar. Se ela estivesse presente ali no momento e encontrar as poções e ervas sobre a prateleira, simplesmente iria pegar a arma e fazer uma investigação rápida. Isso incluiria investigar o quarto em busca de pistas, analisar comportamentos estranhos da colega de quarto e, claro, estar preparada para qualquer confronto. Entretanto, Wlange 2 agiria como uma "garota normal", provavelmente nem iria dar importância para as poções e ervas na prateleira. Ou talvez iria mexer naquilo sem pensar duas vezes, como uma criança curiosa.
Wlange se vê dividida entre ambas as versões de si, as duas facetas de sua identidades são completamente diferentes. A garota sente a obrigação de examinar a situação, como qualquer caçador faria. Mas a voz de seu pai dizendo-lhe para ficar longe das caçadas ecoam por sua mente, não queria desrespeita-lo de forma alguma.
- Arrumar minhas coisas agora?- diz a si mesma, costuma a falar sozinha- Talvez faço isso depois, vou dar uma volta por aí.
Ela se retira do quarto, sentindo a consciência pesar ao pensar em deixar uma bruxa a solta por aí.
Wlange está andando pelos corredores onde se encontram os armários, passando entre alunos e espetores que circulam pelos mesmos arredores. Coloca as mãos brancas e desbotadas dentro da blusa laranja, fingindo para ela mesma não estar preocupada com o que viu lá no quarto, mas sua mente martela naquele tópico mais difícil chamada de Wlange 2. Ela deu uma volta por todo o internato, afim de esquecer toda a confusão que habita em seu interior. Ela avista dois banco cumpridos e uma mesa ao centro, senta em um dos bancos de frente pata a mesa, presente na cantina, pois todos os alunos estam lá, provavelmente é hora do intervalo. Um rapaz aparentemente mais velho está sentada no outro banco da mesma mesa, Wlange olha para ele, que está isolado em seu próprio mundo, concentrado na tela do celular, alheio ao ambiente ao seu redor. Wlange é extrovertida, normalmente ja teria puxado assunto com ele em busca de alguma companhia para conversar e sair do tédio. Mas ele aparentemente não passa de um antisocial introvertido, Wlange não quer atrapalhar.
Uma menina surge atrás dele, o surpreendendo com um abraço por trás, os braços da garota envolvendo seu pescoço de forma quase sufocante, ela começou a beijar o topo da cabeça do menino. A abordagem invasiva o deixou desconfortável, seu rosto se contorcendo em uma expressão de desagrado.
- Oiii, Ethan, Você está tão quieto que não pude resistir! Acho que precisa de um pouco de carinho.- A garota de cabelos loiros e curtos, de olhos azuis grandes como bolas de gude diz, seu tom é alegre.
