Earphone - Wenclair

008

Pov Enid

E aqui estava eu batendo na porta dela de novo. Espero, com todas as minhas forças, que ela me escute hoje.

— Ah, oi, Enid. - Cara abriu a porta e sorriu forçadamente.

Se ela não gosta de mim porque faz aquelas chantagens?

— Oi. Posso entrar?

— Ah, claro. Entra aí. - Ela saiu da frente da porta e eu entrei em sua casa. - Já já meus pais chegam em casa, vamos pro meu quarto. - Ela falou me puxando pelo braço.

Acho que ela tem vergonha de me apresentar ao pais dela, eu nunca vi eles e ela nunca nem conversou comigo sobre me apresentar para eles.

— Então ... - Eu comecei assim que eu sentei na cama, na frente de Cara. - ... eu queria falar sobre ... - Ela me interrompeu.

— Sério que quer mesmo conversar? - Ela perguntou fazendo carinho em meu rosto e logo sentou em meu colo, ela ia me beijar mas eu virei meu rosto.

— S-Sério. Eu preciso, por favor, me escute. - Falei séria e ela bufou.

— Okay. - Ela saiu do meu colo e se sentou ao meu lado.

— Olha, eu sei que você nem gosta tanto assim de mim e agora que minha alma gêmea recebeu o fone eu fiquei confusa. - Confessei.

— Por que?

— Porque eu estava esperando por isso, porque você só me chama quando quer sexo e porque você me trata mal em 90% do tempo que estamos juntas ou conversando. - Senti um nó em minha garganta.

Não que eu ame a Cara, mas eu gosto dela e de estar perto, mas pra ela parece que tanto faz eu estar aqui ou não e isso me faz mal.

Eu queria que ela, pelo menos, gostasse de mim.

— Você sabe que esse é meu jeito, Enid. Eu não posso mudar meu jeito só pra te agradar. - Ela falou irritada.

— E eu não posso ficar sendo tapete pra você pisar. - Ela respirou fundo e me deu um selinho.

— Tá, vamos fazer o seguinte, eu vou tentar ser mais carinhosa, tá?

— Você sempre fala isso... - Olhei para minhas mãos, que no momento estavam inquietas, amassando a barra da minha blusa.

— Mas agora é verdade. E eu até gosto de você, Enid.

— Eu cansei de me iludir, Cara. - Falei baixo, mas foi o suficiente para ela escutar.

— Eu vou tentar, okay? - Ela falou e levou suas mãos até meu rosto, fazendo eu olhar pra ela. - Olha pra mim. Eu vou tentar, confia em mim. - Ela pediu.

Ela parece sincera.

— Okay. - Eu suspirei alto e ela sorriu, mas logo subiu em meu colo e me beijou.