Mamãe e Papai

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"De volta, filho?"

Harry levou a mão ao peito, gemendo com a dor fantasma que ele pensou que podia sentir ali. Ele rolou de lado e lentamente abriu os olhos, suas pálpebras estavam pesadas e não queriam cooperar, mas uma vez que estavam abertas, ele não conseguia fechá-las.

"Estou morto de novo", Harry suspirou desanimado. Ele não entendia por que estava atrás da biblioteca de novo, mas estava meio satisfeito em ver seu pai sentado em um banco sorrindo para ele.

"Bingo, garoto", seu pai riu. Ele deu um tapinha no banco ao lado dele. "Levante-se do chão e venha sentar com seu velho, vamos ver o quanto você mudou em... já se passaram quarenta e oito horas?"

"Não sei," Harry disse. Ele cuidadosamente se levantou e se maravilhou com a habilidade de controlar seu próprio corpo mais uma vez. "Funcionou," ele disse maravilhosamente, balançando seu pé esquerdo na frente dele, "Wandinha fez!"

"Ela teve uma ajudinha", papai sorriu. Ele passou um braço em volta dos ombros de Harry e o puxou para o seu lado quando Harry sentou ao lado dele. "Ela é engraçada, nossa prima."

Harry olhou maldosamente para seu pai. "Ela é um pouco menos engraçada quando me apunhala no peito."

Papai riu novamente e abraçou Harry, fazendo-o sorrir.

"É," ele disse carinhosamente. "Essa foi minha ideia."

*****

Larissa não tinha vergonha de dizer que estava chorando abertamente diante de seus alunos enquanto carregava o corpo de seu aluno favorito do terreno para o prédio principal do campus.

Frump tinha facilmente apagado as chamas e limpado a fumaça dos prédios, tudo isso enquanto ele próprio tremia com soluços pesados. Harry era claramente importante para ele, e o coração de Larissa doía pelo homem.

"A enfermaria," Larissa informou Frump quando eles lideraram o desfile de estudantes de volta para dentro da escola. "Nós o deitaremos lá e- e eu chamarei seus responsáveis."

Frump fungou e balançou a cabeça antes de abrir a porta da enfermaria para Larissa.

"Não se incomode," ele disse entrecortado, seus olhos cinzentos tomados por lágrimas. "Eles não davam a mínima para ele. Harry- Harry não tinha ninguém."

Larissa achou que aquele era um comentário frio e franziu a testa para Frump enquanto embalava o corpo sem vida de Harry em seus braços.

"Eu tinha a impressão de que eles se importam muito com o sobrinho", disse Larissa. "Morticia e eu podemos nem sempre concordar em muitas coisas, mas ela estava claramente preocupada com o bem-estar do sobrinho."

"Morticia?" Frump tinha disparado para frente e puxado o cobertor de volta para a cama do hospital, mas ele parou para franzir a testa para Larissa. "O nome da tia de Harry é Petúnia."

"Correto," Larissa disse lentamente. Ela deitou Harry gentilmente e não conseguiu evitar derramar um novo rio de lágrimas quando olhou para seu rosto pacífico. Ele raramente pareceu tão pacífico quando estava vivo. Larissa gentilmente afastou sua franja preta e azul da testa, sussurrando uma prece pela paz de sua alma quando o fez.

"Morticia pediu a tutela de Harry na semana após o Parent's Weekend", Larissa contou a Frump enquanto chorava com o quão jovem Harry parecia. "T-tinha acabado de passar. Eu ia contar a Harry depois das provas de meio de semestre."

As palavras de Larissa pareceram ter desfeito Frump e ele caiu de joelhos ao lado da cama, apoiando a testa no braço de Harry.

Não havia nada que pudesse ser dito. Larissa esfregou gentilmente entre os ombros de Frump antes de deixá-lo sofrer em paz.

Ontem, Hoje e Amanhã (Yesterday, Today and Tomorrow)Onde histórias criam vida. Descubra agora