Pétalas em suas mãos | Minsung

Petúnia

"Na floriografia, a petúnia é associada a sentimentos de ressentimento e amargura, sendo uma escolha simbólica para expressar frustração ou raiva."

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Quinta feira, oito horas da manhã. Neste
momento, Jisung está trancado em um dos laboratórios de informática da Seoul National University desde às seis, revisando seu projeto pelo que parecia ser a quinta vez só neste dia.

A sua terceira simulação de defesa de sua tese de mestrado seria ao final daquela manhã. Era para ele estar descansando mais um pouco e acordar às oito e meia para malhar, mas Jisung estava estressado. Sonhou que havia um erro grotesco no algoritmo em que estava trabalhando desde o semestre anterior e interrompeu sua noite de sono de três horas para pegar o primeiro metrô da madrugada e voltar para a universidade.

Enquanto rolava a tela do computador, pensou na quantidade de páginas que teria que descartar e alterar na sua gigantesca dissertação. Seus olhos pareciam pesados demais para manterem-se de pé e seu pescoço não aguentava mais segurar sua cabeça. Jisung desligava e ligava, como um aparelho dando mau contato na tomada, até que sentiu uma mão firme em seu ombro que o fez perder o sono.

- Há quanto tempo você está aqui?

Ele virou-se e afastou-se do toque em seu ombro com um grito, seu corpo se encolheu e quase caiu da cadeira.

- Que susto, porra! - Jisung exclamou, colocando a mão no peito e agarrando o tecido do moletom para tentar diminuir suas respirações. Sua expressão mudou completamente ao ver que era, na verdade, seu orientador. - Ah Chan, pelo amor de Deus. Vá assustar a sua mãe!

O mais velho gargalhou fino, com as mãos na barriga. Jisung arrumou os óculos em seu nariz e levantou-se da cadeira.

- Bem que dizem por aí que a maior assombração na vida de todo pós-graduando é o seu orientador. - ele mostrou a língua e riu.

- Poxa, você realmente pensa assim de mim? - Chan perguntou com sua voz de bebê, com os braços cruzados e um bico enorme no rosto. - Mas eu sou um orientador tããão legal. Eu até mesmo trago cheesecake para você!

A expressão sem graça de Jisung se desfez no mesmo instante.

- Oi?

- Isso mesmo que você ouviu. - Chan estendeu uma sacola para seu mestrando, que continha um Iced Americano e um pedaço de cheesecake red velvet, seu sabor favorito. - O café tá na mesa, Sung.

- Como você adivinhou que eu não comi nada ainda hoje? - ele segurou o embrulho, inalando profundamente o aroma misturado de baunilha e café.

- Eu estava no seu apartamento ontem, esqueceu? - Chan entregou-o a sacola e tirou de dentro dela o seu próprio copo de Iced Americano. - Eu abri sua geladeira e só tinha três latinhas de energético, dois pacotes de miojo e um Super Bonder. Ninguém consegue sobreviver tendo só aquilo em casa.

Jisung ergueu os braços, rendendo-se.

- Em minha defesa, eu ia fazer as compras da semana hoje de manhã.

- Dia de compras da semana? - Chan exclamou, com os olhos arregalados e uma mão na cabeça. - Hoje é quinta-feira! Hoje não é dia de fazer compras da semana!

- E daí? Qualquer dia pode ser o dia das compras da semana. O tempo é só uma construção social, Chan.

- Departamento errado, camaradinha. As ciências humanas ficam para o outro lado.

Os dois riram juntos e o mais novo desligou o computador, para fazerem a refeição juntos. Quando saíram do laboratório de informática, encontraram o primeiro banco que viram pela frente e ali mesmo se sentaram.