capitulo 3

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Acompanho o som dos meus passos à medida que avanço pelo areal até ao encontro dela. Tem um pouco de pele nua visível devido à abertura do vestido. Está sentada com os olhos fixos na ondulação e acredito que nem note a minha presença quando paro a cerca de um metro dela .
Penso no quão delicada e pequena é, e o quão perigoso para ela é estar nesta praia escuro a estas horas.

-Sabes que é perigoso estares aqui sozinha à noite? - Era uma pergunta retórica.- Há muitos tarados por aí.

Não se assusta quando falo, aliás , o seu corpo nem estremece, como se nem sequer me tivesse ouvido.Estava prestes a insistir quando finalmente responde.

-Foste o primeiro a chegar. Isso faz de ti o quê?

Nem consigo processar a sua acusação.O meu cérebro só se foca no doce que é a sua voz, fina mas pouco irritante.

-Não sou um tarado. - Correspondo-lhe, sabendo que ela o sabe.

-Isso é exatamente o que um tarado diria. - O seu rosto não se descola do mar.

Riu-me sinceramente e pela primeira vez vejo a sua cabeça virar com brusquidão. Os seus olhos escuros colam-se aos meus com um pouco de choque à mistura.Meros segundos e de seguida , sem o seu olhar demonstrar nada, vira o seu rosto novamente.

-O meu amigo levou a tua amiga, pensei que talvez quisesses companhia.

-Hm. - É tudo o que me responde.

-Posso saber o teu nome?

-Quem quer saber? - Responde-me de imediato.

-A sério que não me conheces? - Questiono-lhe.

Ela ri-se com amargura antes de me responder.

-Espera , és famoso? - Pergunta-me com ironia. - Oh espera já sei! És cantor?Não, não. Mas tua cara não me é estranha.

Tento responder-lhe mas esta antecipa-se.

-Já fizeste novelas?Ou já sei.Fazes conteúdo adulto. - Faz um pequeno estalito com os dedos.

A minha boca abre-se de imediato sem que tenha tempo de a controlar.Não sei quanto tempo fico a olhar para ela perplexo, sem conseguir acreditar que tais palavras lhe tenham saído da boca.Ela olha para mim pelo canto do olho , pressionando os lábios numa tentativa de não se rir.Sinto-me a corar, estou a corar?

-Não, eu não sou. - Aclaro a garganta. - Só queria saber porque olhaste assim para mim, mas pronto não me conheces.

-Olhei para ti assim porque és só um homem.

-Desculpa?- Respondo-lhe, decididamente foi uma má ideia procura-lá.

-Se ganhasse dinheiro por cada vez que me olhassem babados como tu. Recebia mais do que o que tu recebes.

Entreabro os lábios novamente.Que caralho?Sinto me irritado por simplesmente imaginar outros homens a babar-se a olhar para ela.

-Então afinal sabes quem sou. - Arqueio uma sobrancelha,sabendo que mesmo que olhasse para mim, não conseguiria ver.

-Era difícil não saber, jogas no meu clube de coração.

-Ah sim? - Digo, finalmente sentando-me a seu lado.

-O que queres? - Pergunta-me friamente.

Sinto-me atordoado com a mudança do seu tom e sento-me ligeiramente mais para o lado contrário ao dela.

-O quê?- Pergunto-lhe, como se não soubesse.

Pela segunda vez na noite olha para mim.

-Ouve, se procuras uma foda de uma noite, estás a procurar no sítio errado. Tens muitas desesperadas lá em cima na festa.

-Desesperadas? Achas que têm de ser desesperadas para ir para a cama comigo? -Pergunto-lhe com interesse.

-Não é propriamente um tema que me interesse.

Infelizmente acredito nela.Procuro por um único vestígio de atração por mim nela.Nada. A voz e o seu corpo estão estáveis, o seu olhar implacável e a posição do seu corpo mantinha-se.

-Acredito.Mas só quero conversar mesmo.

-Tudo bem conny. - Arregalo os olhos ao ouvi-la.

-Por favor esquece que ouviste isso. - Vou espancar o Ivan.

-Esquecido, Conrad. - Diz o meu nome pela primeira vez aterrorizando os meus batimentos cardíacos.

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Mais um capítulo, penso que vou postar outro amanhã! Espero que gostem. O outro teve poucos comentários e curtidas :(. Obrigada por lerem 💗

young love-Conrad HarderOnde histórias criam vida. Descubra agora