𝕭𝖆𝖓𝖍𝖔 𝕯𝖊 𝕾𝖆𝖓𝖌𝖚𝖊 ─ 𝕮𝖍𝖔𝖘𝖔 𝕶𝖆𝖒𝖔

𝐬𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 ─ 𝐈𝐈 𝐜𝐚𝐩

os dias foram passando e, simplesmente do nada, parei de ser torturada com aquelas visitas durante a madrugada. o novato começou a faltar bastante; ele só ia duas vezes na semana e nem prestava atenção na aula. a professora de inglês estava passando um trabalho que deveria ser feito em dupla. olhei ao meu redor e todos já tinham seu par. suspirei e fui até a mesa da minha professora.

─ professora, posso fazer sozinha? todos já têm seu par e não sobrou ninguém. ─ falei, calma.

a professora ficou em silêncio, olhando para a sala. depois de alguns minutos, ela quebrou o silêncio.

─ Choso Kamo, venha até minha mesa.

ela falou alto, e eu me virei para vê-lo se aproximando. ele ficou parado ao meu lado, com os braços cruzados.

─ você tem dupla? ─ a professora perguntou a ele.

ele negou com a cabeça.

─ perfeito, você não vai fazer sozinha. Choso será sua dupla. ─ a professora disse, olhando para mim com seriedade.

─ certo, professora. virei para ele e, após alguns segundos, falei com ele pela primeira vez.

─ vou te passar meu número e a gente pode discutir sobre o trabalho.

ele apenas confirmou com a cabeça; não parecia querer falar.

fui até minha mesa, anotei meu número em um papel e entreguei a ele. ele olhou para o papel e o guardou no bolso. o trabalho deveria ser entregue na próxima semana, e eu esperei que ele mandasse uma mensagem, mas ele não fez isso. eu não fui até ele cobrar.

os boatos sobre um vampiro à solta se tornaram mais populares; algumas pessoas estavam evitando sair durante a noite, e o comércio estava fechando cedo. chegou o dia de entregar o trabalho e eu não tinha feito nada. fiquei mexendo no meu celular, tranquila.

até que senti uma mão no meu ombro. virei e vi que era ele; ele estava segurando o trabalho.

─ assina seu nome ao lado do meu. eu fiz o trabalho sozinho. ─ ele disse, com a voz rouca e profunda, enquanto mantinha uma expressão séria no rosto.

peguei o papel e olhei para o trabalho; ele estava bem feito e organizado. quebrei o silêncio depois de examinar todas as folhas.

─ obrigada, mas não é certo eu assinar meu nome. eu não ajudei em nada. ─ falei, olhando para a folha com calma.

ele cruzou os braços e levantou uma sobrancelha.

─ eu fiz sozinho, mas não me importo de colocar seu nome aí. caso a gente seja dupla novamente, você faz o trabalho sozinha.

peguei a caneta e assinei meu nome.

─ tá, mas eu não acho isso certo. ─ falei, num tom casual.

ele pegou o papel da minha mão e não me respondeu. fiquei observando enquanto ele ia até a professora e entregava o trabalho.

"que muleque esquisito," falei para mim mesma.
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o tempo passou e eu estava indo para casa, andando tranquila e ouvindo música. comecei a sentir que alguém me perseguia, então tirei os fones e prendi meu cabelo enquanto andava mais rápido. resolvi olhar para trás e vi ele. fiquei um pouco assustada e comecei a andar ainda mais rápido.

até que senti a mão dele em meu ombro. virei para olhar para ele, meio assustada e confusa.

─ posso te mostrar uma coisa? ─ ele perguntou, olhando para mim.