desci até a cozinha e fui falar com minha mãe. ela estava séria e parecia incomodada com algo. aproximando- me dela, ela sentou na cadeira.─ sente-se. ─ ela ordenou.
não falei nada, apenas me perguntava o que ela queria discutir. me sentei.
─ aconteceu alguma coisa? ─ perguntei, confusa.
ela respirou fundo e olhou nos meus olhos, séria.
─ esse seu namorado... ele é estranho. eu, particularmente, não gostei muito dele. não conheço os pais dele e não esqueço das marcas que ele deixou no seu pescoço e deixa. ─ ela falou, levemente irritada.
desviei o olhar. naquele momento, eu concordava com ela, mas ela não sabia de nada, e eu não iria compartilhar o que sabia. respirei fundo e olhei para ela novamente.
─ eu vou conversar com ele. ─ falei, com a voz baixa e desconfortável.
minha mãe suspirou e colocou um sorriso falso no rosto. logo em seguida, disse:
─ certo, minha filha. melhor você cuidar disso. ─ ela fez uma pausa. ─ você tem aula hoje. ─ ela afirmou.
confirmei com a cabeça e fui para meu quarto novamente. fui tomar um banho, mas, ao sair, me senti zonza, parecia que iria desmaiar ali mesmo. sentei na cama e senti cheiro de fumaça. comecei a tossir bastante, minha garganta ardendo, e o cheiro da fumaça era insuportável. parecia que aquela tortura não teria fim, mas, na verdade, não durou nem cinco minutos.
respirei fundo, ainda sentindo minha garganta arder. levantei-me um pouco fraca e fui colocar o uniforme. eu estava mais estável, comi uma maçã e saí de casa. enquanto andava com a mente perturbada, senti a presença dele, Choso Kamo.
ele colocou a mão em meu ombro e virei para olhar para ele.
─ bom dia. ─ ele disse, com a voz calma e um olhar frio.
demorei um pouco para responder; vozes na minha mente gritavam: "queima", "mata ela", "mata esse monstro". aquilo estava me enlouquecendo.
─ bom dia. ─ minha voz saiu meio falha, e as vozes não paravam.
ele notou que havia algo errado.
─ tá tudo bem? ─ ele falou, seu semblante revelando preocupação.
─ sim. ─ respondi rápido.
ele me olhou dos pés à cabeça e negou com a cabeça.
─ precisamos conversar. não vamos para a escola hoje. ─ ele disse, com a voz autoritária, apertando levemente meu ombro.
eu estava sentindo uma dor muito forte na cabeça; aquela gritaria em minha mente estava me perturbando.
ele pegou minha mão de forma possessiva e me guiou por um caminho oposto ao da escola.
entramos naquela mesma mata que ele havia me falado sobre os corpos. não fomos até a casa, mas eu conseguia vê-la de longe.
a gente se sentou no chão, e ele ficou calado, pensativo. quebrei o silêncio fazendo uma pergunta:
─ lembra daquela história toda que você me contou? estou atormentada, ouvindo vozes, e hoje, depois de sair do banho, senti cheiro de fumaça; minha garganta ardeu. ─ fiz uma pausa. ─ tem alguma coisa errada comigo.
ele encarou o chão e ficou em silêncio, mas logo depois falou:
─ as memórias estão voltando, mas isso não deveria estar acontecendo com tanta frequência; você vai enlouquecer assim. ─ ele me olhou preocupado.
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𝕭𝖆𝖓𝖍𝖔 𝕯𝖊 𝕾𝖆𝖓𝖌𝖚𝖊 ─ 𝕮𝖍𝖔𝖘𝖔 𝕶𝖆𝖒𝖔
Vampireera seu terceiro ano no ensino médio, e o dia 19 de junho de 2023 ficou gravado na sua memória. naquela manhã, um novo aluno entrou na sala com um olhar enigmático que parecia captar cada detalhe ao seu redor. desde então, eventos estranhos começara...