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Desperto com o coração acelerado com as lembranças do que aconteceu noite passada que ainda estava vivido em minha mente. No quarto ao meu redor, as caixas quase intocadas, me encaravam silenciosas;apenas os livros foram retirados, trouxe comigo meus favoritos, maioria ficou em nosso apartamento em São Paulo.
Levantei-me e caminhei até a janela. Olhei para o caminho que levava ao jardim; a fazenda estava silenciosa, com apenas o som distante dos animais. Meus pés descalços tocavam o chão frio, que tinha um tom alaranjado, lembrando-me do piso da igrejinha perto da casa da minha avó. O sol começava a aquecer minha pele, e, de alguma forma, a sensação era boa. Eu observava ao redor, na esperança de ver ele: sua pele bronzeada, seus passos firmes, seu sorriso.
Decido sair do quarto, vou até o banheiro; escovo os dentes enquanto observo meu reflexo, estou horrível, lavo o rosto com água fria para vê se dou uma despertada e melhorar as olheiras.
O corredor ao meu ado esquerdo me atraí, despertava curiosidade; e que a resposta para saber se foi apenas um sonho ou se tudo aquilo realmente aconteceu.Desço as escadas lentamente, os degraus antigos rangendo sob meu pés.O cheiro do café que estava a sendo preparado me guio até o a cozinha, que ficava na parte externa da casa principal; era uma cozinha que misturava elemento antigos com equipamentos mordendos.O aroma de café fresco misturando-se ao doce perfume de pão recém-assado.
Encontrei dona Lúcia com seu sorriso acolhedo, enquanto mexia um tacho de ferro em um fogão a lenha.-Bom dia! - disse ela, virando-se para mim. - Senta ai que vou te servir um cafezinho e pão fresquinhos.
- Bom dia,agradeci com um sorriso tímido.
- Dormiu bem?
- Mais ou menos.
Dona Lúcia enxugou as mãos em um pano quadriculado, colocar suas mãos em meu ombro,está com aquele olhar maternal.
- Não tá sendo fácil né, saír da cidade pra vim morar no meio do mato.
- Não é bem sobre isso, eu realmente estou me sentindo bem aqui, é só que... é que não sei explicar mas tem alguma coisa nessa casa que me deixa inquieto as vezes.
seu olhar me encarando por um instante antes de voltar a mexer o tacho.
- Não encontrei ninguém em casa, onde estão todos?
- Foram para a cidade, foram resolver algumas coisas, a menina Júlia queira ir junto, disse que precisava comprar algumas coisa- respondeu com sua voz calma.
- Disseram que horas iam voltar?
- Não, não disseram que horas voltam.
Peguei uma xícara de café e um pedaço de pão que ainda estava quentinho.Um homem entrou apressado na cozinha, ele era baixo e carregava em uma das mãos um boné surrado.
-Bom dia, dona Lúcia. O seu Zé tá por ai? - perguntou, ajeitando o boné na cabeça.
- Ah, o Zé pra cidade - respondeu dona Lúcia- quer um cafezinho?
- Vou aceitar um golinho.
- Era só com ele mesmo?- Fala servindo café para o homem que ainda estava em pé perto da entrada da cozinha.
- Um bezerro escapou lá do pasto e é logo o que o seu Marcos mandou separar pra levar hoje, e bicho tá dando um trabalhão da peste pra pegar.
- Como esse bicho escapou? Tony deve tá lá com os cavalos . Ele pode ajudar, vai lá falar com ele.
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Destinados
Romance"A lenda do fio vermelho que diz que quando a pessoa é destinada a outra, ambas têm um laço que as ligam desde o momento do nascimento. Sequer a morte o rompe o fio que os ligam, apenas o alarga para se encontrarem em outra vida" O destino de Mark...