De São Paulo pro Rio. - Cap. 01

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𝙲𝚊𝚙. 𝙸 : 𝖣𝖾 𝖲𝖺̃𝗈 𝖯𝖺𝗎𝗅𝗈 𝗉𝗋𝗈 𝖱𝗂𝗈.

· Carol's P.O.V.

📍 Aeroporto de Guarulhos.
🕰️ 22:20.

Me despedia de meus pais com um aperto no peito, abraçando minha mãe com um nó na garganta gigantesco. Era a primeira vez que eu saía de São Paulo, e a primeira vez que eu ficava longe de meus pais. Eu sabia que eu ia conseguir me virar, mas meu pai pensava completamente diferente. Minha mãe murmurava coisas no meu ouvido, mas eu não conseguia entender, eu só conseguia olhar para minha vó, que sorria de canto. Dona Maria sempre foi muito esperta, ela confia em mim até demais, mas em todos esses meses em que eu me programava sair de São Paulo, eu sinto que ela tinha algo para me dizer, mas não consegue, então ela tenta me dizer com os olhos. Ela me encarava com tanta leveza, eu me sentia confortável só com o seu olhar. Porra, Maria, eu te amo.

- Cuidado pra não ser sequestrada. - Falou meu pai ironizando, rindo enquanto me olhava.

- Carlos, isso não tem graça. - Respondeu minha mãe ríspida, claramente nervosa, virando para trás e lhe dando um olhar ameaçador.

- Gente, relaxa, eu sei me virar, vai dar tudo certo. - Falei tentando acalmar os nervos dos dois, suspirando e largando o abraço de minha mãe, lhe deixando um selar na testa. - Eu te ligo quando chegar, tá? - Falei em um tom baixinho, abrindo um sorrisinho, tentando reconforta-la.

Naquele momento, eu sabia que era eu por eu, não tinha para onde fugir. Caralho, eu, Carolina, no Rio de Janeiro, em Ipanema... Porra, que sonho! Continuei ali me despedindo, abraçando todos, até chegar em minha vó, que me abraçou e soltou um suspiro, aquele abraço fez meus olhos marejarem.

- Cê lembra que a vó cantava assim... É... "Eu não sei se vem de Deus, do céu ficar azul, ou virá dos olhos meus, essa cor que azuleia o dia..." Azuleia? Eu não lembro... - Cantarolou a mais velha, se soltando do abraço com cuidado e tocando as mãos trêmulas com as minhas. - Voa no céu azul, passarinha. Você já tem o futuro escrito, Oxalá me disse. - Respondeu com um sorriso, me deixando um selar na testa. Aquilo me deu um aperto no peito tão grande, eu só queria deitar no colo de minha vó e chorar igual criança, tudo que eu precisava agora. O som da chamada tocou, fazendo o sorriso dela ser maior.

- Vamo, Carol, senão vai atrasar seu voo. - Falou minha mãe, se aproximando e pegando minha mala. - Tem certeza que pegou tudo? Casaco? Calcinha? Escova de dente?

- Cê' sabe que eu posso comprar lá, né? - Respondi rindo baixo pela preocupação, pegando a mala de sua mão. - Vai ficar tudo certo, tá bom? Relaxa. - Continuou ainda rindo, se aproximando do portão, acenando para todos com um sorrisinho e adentrando.

Me sentei próximo ao meu guichê de embarque, assim que anunciaram meu vôo, eu me levantei e fui em direção ao mesmo, adentrando o avião e me sentando em meu assento. Eu estou indo pro Rio de Janeiro. Cacete, Rio de Janeiro...

🕰️ 01:35

Assim que sai do avião, já era madrugada, estava morrendo de sono, não consegui cochilar mo avião pela minha ansiedade, mas estava tudo bem. Eu estava no Rio de Janeiro. Iria ficar em um hotel por hoje, até minhas coisas chegarem no apartamento amanhã, pedi um taxi até o hotel e estava pronta para ter a noite mais relaxante da minha vida.

𝖰𝗎𝖾𝖻𝗋𝖺 𝖽𝖾 𝗍𝖾𝗆𝗉𝗈.

📍 Hotel Sol Ipanema.
🕰️ 09:00.

Papo Cabeça: Nós duas.Onde histórias criam vida. Descubra agora