Quando voltou para Hogwarts, seus olhos estavam frios, como se fosse a primeira vez em que pisou naquele local — Talvez fosse o efeito do medalhão de Salazar preso em seu pescoço, ou o feitiço de controle que estava lançado nela.— e o braço escondido por conta da tatuagem dos comensais da morte.

Seus pés pisavam tortos, por conta dos experimentos feitos para desenvolver uma capacidade de raios

" Malévola! Que bom que está aqui ! — Thomas sinalizou

— Claro.... Thomas. Vou para meu dormitório. — ela se esqueceu por um breve momento, já que sua cabeça latejava com as palavras " Mate-o, Mate-o, Mate-o, Mate-o, Mate-o, Mate-o, Mate-o, Mate-o! "  Que se repetiam em um luping infinito.

Ela subiu para seu dormitório e foi direto para o quarto de seu irmão

— está pronto? Você precisa matar Dumbledore — Malévola disse assim que abriu a porta

— Eu estou. O quanto de choque tiveram que te dar para você querer matar Harry e Dumbledore? — ele comentou sorrindo

— fique quieto. Arranje um belo jeito de matar o velho sem que ele desconfie. Eu vou atrás do Harry — ela mordeu o lábio inferior, em descontentamento e logo saindo do local

andando pelos corredores, ela notou Harry com um livro bem capenga, mas relevou

— oque está lendo aí, querido? — ela perguntou fingindo um sorriso

— estava com saudades — ele beijou a mão dela

— adoro seu modo de me cortejar — ela piscou o olho esquerdo e disfarçadamente limpou a mão na roupa.

— O seu cabelo ficou muito bonito — ele sorriu de canto

—  obrigada e.... Sobre oque está lendo? — ela pergunta

— estou lendo sobre a aula. Era de algum aluno chamado príncipe mestiço — Harry explicou

Ele sorria involuntariamente e ela não entendia o motivo. Estava sem sentimentos, como se estivesse sem alma ou algo do tipo.

Ela franzida o cenho em confusão quando ele falava coisas sobre como as covinha dela eram bonitas ou como seu cabelo havia ficado bom.

Ela simplesmente não sentia.

Fazia meses que ela não escrevia nenhuma poesia ou algo assim.

Ela não sabia oque sentia, não sabia aí menos oque era sentir.

O feitiço e a horcrux estavam consumindo-a e a deixando sobrecarregada e todo seu corpo parecia se levar sozinho.

A cada três horas, Draco aparecia com uma cesta de biscoitos e uma cara de culpado

É óbvio que havia algo escondido aí, mas ela não conseguia perguntar.

O mais profundo desejo dela era escrever e tirar toda angústia, mas ela pegava o papel e a pena, mas parecia que a tinta da caneta não escreveria e que a mão dela não conseguia escrever mais.

Parecia que seu desejo havia sido totalmente tomado por um medo e uma angústia e derrepente seus olhos estavam cheios de lágrimas novamente

Ela não entendia o motivo das lágrimas ou da dor em seu peito

Talvez fosse sua alma suplicando por um descanso eterno e um delicioso par de facas cravadas em seu coração, mas ela nunca entendia o real motivo dessa dor, dessa escuridão.

Seu maior medo, sempre foi ter um amor, sentir- se amada, mas mesmo antes de desejar isso, ela não sabia oque era amar.

Anos depois ela descobriu que o amor está nos pequenos detalhes e ele só acaba com a falta desses detalhes

E os detalhes poderiam ser a forma que quando Draco sorri para ela, o sorriso singelo enche o seu coração de alegria, como o olhar de Harry mudava quando ela chegava perto para falar com ele, como suas pupilas dilatam ou a forma que Thomas trata ela como uma mãe e agora ela nem sabe desse mínimos detalhes que faziam seu mundinho girar com uma alegria sem fim e seu coração palpitava.

Como sentir algo que você se quer lembra de ter vivenciado?

Não, não era perda de memória, não era alzheimer ou algo que pode facilmente acontecer com alguém que sofreu tratamentos de choque, mas era a horcrux e o feitiço.

Em seu quarto, no seu esconderijo com Scar, ela chorava sem motivo algum e segurava a pena com uma sensação familiar enquanto seus olhos inundavam e soluços escapavam de sua garganta e seu rosto ficava vermelho.

Seus lábios se espremiam e a sensação de queimação em sua garganta era indescritível.

Suas lágrimas quentes escorriam pelas bochechas e algumas vinham por cima do nariz, mas todas elas vinham enquanto sua mão tremia segurando a pela por cima de seu caderninho e as lágrimas molhavam a página amarela e borrava as escrituras anteriores.

Ela só queria morrer naquele momento

Se enforcar ou talvez pular em frente um carro e ela nem sabia o porquê de querer isso

Ela só sentia a dor angustiante e queria acabar com aquela dor que não deixava ela em paz, que mal deixava ela respirar.

Então, ela abriu a janela do castelo e viu o abismo que havia ali e se lançou.

As lágrimas se cortavam ao vento e seu cabelo voava com tudo aquilo e seus braços soltos e molengas balançavam.

Seu corpo cada vez mais perto do chão, e, derrepente, um som.

Ossos amortecidos por algo não identificado no momento, mas parecia um colchão de ar.

Então, ela desmaiou.

Votem, comentem e bebam água.


fire girl (Harry Potter) livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora