Prólogo

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 A Profecia dos Sete Reinos

Milênios passaram desde o cataclismo que separou os elementos, fragmentando-os em sete reinos distintos: Terra, Água, Ar, Fogo, Natureza, Luz e Sombras. Antes unificados pelo equilíbrio ancestral dos elementos, agora, reino essess coexistem à beira do abismo, conectados apenas pela hostilidade crescente e por uma guerra latente que ameaça romper o frágil fio da paz. Seus governantes, reis e rainhas de coração suportaram pela desconfiança e pelo orgulho, comandaram seus povos com mãos de ferro, perpetuando um ciclo de preconceito e opressão.

No entanto, existe uma lenda oculta entre os murmúrios da história, uma profecia sussurrada apenas aos que ousam acreditar em destinos maiores. Diz-se que sete jovens – os Escolhidos – carregarão em si o poder dos elementos e terão a chance de restaurar o equilíbrio. Sete criaturas de força incomum, dotadas de habilidades únicas e dons que ultrapassam o ordinário, serão chamadas para se unir e atravessar fronteiras perigosas. Sua missão? Encontrar e ativar os sete Totens Ancestrais, um em cada reino, e realizar rituais antigos que selarão um pacto de união – ou condenarão o mundo à destruição final. Mas essa jornada não será uma simples travessia. Eles enfrentarão armadilhas traiçoeiras, escolhas que testarão a própria essência de suas almas, e o dilema supremo: escolher entre o que é fácil e o que é certo.

O Chamado

Eu corro pelos vastos corredores de pedra, ou som das minhas botas ecoando pela galeria. Minhas mãos suadas agarram o manto, e o ar que enche meus pulmões é denso e frio, cortante como o gelo das montanhas. Ao dobrar o último corredor, vejo, finalmente, a porta que tanto busquei – uma porta que conheço melhor que qualquer outra.

Atravesso a entrada e, ao adentrar a sala, sou recebido pelo aroma familiar de pergaminhos envelhecidos e madeiras antigas. A sala é modesta, mas guarda tesouros raros: documentos ancestrais, mapas detalhados e relíquias do tempo que testemunharam a guerra. No centro, uma mesa de madeira ampliada. É aqui, entre os papéis que contam as histórias do mundo, que darei início ao próximo capítulo dessa saga.

Talvez você pergunte quem sou. Meu nome é Petra. E, embora eu não seja uma peça central desta jornada, carrego uma tarefa fundamental. Sou o vínculo entre os Escolhidos e o destino que os aguarda. Mas antes que eles possam ser revelados, preciso invocá-los.

O caos está à nossa porta; os sete reinos prestes estão a se engolir em uma guerra que extinguirá tudo o que conhecem. Se deixarmos as chamas do ódio se espalharem, não restará nada além de ruínas e cinzas. E somente aqueles com coragem, aqueles que escolherem o caminho mais árduo, poderão impedir que tudo se perca.

Reúno sete pergaminhos e os coloco sobre a mesa, cada um marcado com o emblema de um dos elementos. Fecho os olhos por um momento, concentrando-me no peso de cada palavra escrita ali. Com um suspiro profundo, atrás da janela, sentindo o vento frio da noite invadiu o cômodo. Então, levando dois dedos aos lábios, emite um assobio agudo que ecoa na escuridão.

Alguns instantes se passam, e uma silhueta surge na noite. Com um bater de asas suaves, uma coruja negra desliza pelo céu e pousa graciosamente sobre a mesa. Seu olhar profundo e inquietante cruza o meu, e por um breve instante sinto que o tempo para. Ela é uma criatura de mistério, carregando consigo o conhecimento de eras passadas e a sabedoria de quem viu o mundo mudar.

– Como está, Selena? – Pergunto suavemente, embora não espere uma resposta verbal. Ela é mais do que uma coruja; é uma guardiã, um ser que transcende os limites do tempo e do espaço. – Tenho uma tarefa de grande importância para você.

Caminho até a mesa e reúno os pergaminhos, guardando-os com cuidado em uma pequena bolsa de couro. Coloco-a ao redor do pescoço de Selena, que me observa em silêncio, seus olhos brilhando com um entendimento profundo.

– Você precisa encontrar os Escolhidos e entregar a cada um seu chamado – digo, ciente de que ela compreende o peso da missão. – Confio em você, minha amiga. Eles precisam de nós... e nós deles.

Com um último olhar penetrante, Selena abre asas e parte. Sigo-a com o olhar enquanto desaparece na noite, sua silhueta se fundindo com as sombras. Cada batida de suas asas é um passo em direção ao destino, um futuro que depende da escolha desses jovens em responder ao chamado.

Agora que os pergaminhos estão a caminho, posso finalmente explicar a gravidade da situação. Desde a última guerra, os reinos se afastaram, e a tensão nunca terminou. Milênios após o conflito, estamos novamente à beira de uma batalha que ninguém pode vencer sozinho. A profecia fala desses sete jovens, herdeiros de poderes antigos e corações inquietos, destinada a unificar o que foi fragmentado.

Selena, porém, não é uma coruja comum. Ela é o elo entre o presente e o passado, e foi uma das testemunhas da criação da profecia. Ela possui a capacidade de sentir e compreender o destino dos Escolhidos; ela saberá exatamente onde encontrá-los, guiada por sua intuição quase sobrenatural.

Eu, por agora, devo partir. A noite é traiçoeira, e há olhos atentos e ouvidos perspicazes escondidos nas sombras. Então, caro leitor, prepare-se para seguir os passos dos Escolhidos. Pois esta é apenas a primeira fagulha de uma jornada repleta de desafios, segredos e sacrifícios. Boa sorte – pois a jornada dos Escolhidos acabou de começar.


A Jornada Dos EscolhidosWhere stories live. Discover now